🔴 IPCA-15 DE ABRIL DESACELERA – VEM AÍ SELIC A 10,50% OU 10,25? SAIBA ONDE INVESTIR

Estadão Conteúdo
Entrevista

‘Mudança da meta este ano é inevitável’, diz consultor de orçamento da Câmara

Segundo Ricardo Volpe, sem elevação da meta seria preciso contingenciar em torno de R$ 40 bilhões

Coronavírus derruba países
Imagem: Shutterstock

O consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados e da Comissão Mista do Orçamento da Câmara dos Deputados, Ricardo Volpe, avalia que a tendência é a mudança da meta fiscal das contas do setor público para amortecer os efeitos da crise do coronavírus no nível de funcionamento da máquina pública.

Diante da necessidade de cumprir uma meta estabelecida nas diretrizes orçamentárias, o consultor avaliou, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que será "inevitável" a mudança na meta já que "de largada" seria preciso contingenciar em torno de R$ 40 bilhões. Esse valor nem mesmo considera o impacto da ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pelo Congresso, estimado pela consultoria em R$ 22 bilhões, e a frustração da receita pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação com a crise.

É necessário mudar a meta fiscal por causa do avanço do coronavírus?

É inevitável a mudança na meta já que de largada seria preciso contingenciar em torno de R$ 40 bilhões. Já não é de hoje que não tem espaço nas despesas discricionárias (não obrigatórias) para amortecer casos como agora. Não só por causa da crise provocada pela pandemia. Soma-se a ela o desequilíbrio entre receita e despesa (frustração de receitas por não aprovação até agora de medidas legislativas) e aumento de despesa obrigatória.

O desequilíbrio total do Orçamento pode chegar a mais de R$ 50 bilhões este ano. Esse cenário já poderia ser suficiente para exigir alterar a meta fiscal em 2020. Com o teto de gastos temos realismo fiscal e o atual nível de 93% de despesa obrigatória não possibilita realizarmos cortes suficientes para cumprir a meta, conforme as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nesse sentido, a manutenção do teto é fundamental, pois é nossa âncora fiscal que possibilita um expectativa de trajetória gradual de equilíbrio. A crise agrava a situação e exige medidas no curto prazo, como redução da meta, e de longo prazo, com novos instrumentos de ajustes.

Não seria uma sinalização ruim para os investidores neste momento?

A comunicação e motivação são importantes. O objetivo é possibilitar manter o nível mínimo de manutenção dos serviços públicos, inclusive para fazer frente à crise do coronavírus. Importante é sinalizar que o teto de gastos será mantido e viabilizado pela aprovação da PEC de controle da despesas obrigatórias.

Em quanto precisaria ampliar o déficit estimado para este ano como resposta à crise?

Não é uma tarefa fácil estimar, uma vez que depende das medidas de curto prazo que serão adotadas pela equipe econômica. O importante é viabilizar à execução do Orçamento aprovado para 2020, que está dentro do teto de gastos. O tamanho do ajuste da meta será derivado da diferença entre as receitas estimadas e as realizadas e da estimativa de despesa obrigatória (caso alterações não sejam revertidas ou ampliadas).

Qual a margem que o governo tem para aumentar os gastos sem estourar o teto?

Com um orçamento engessado com 93% de despesas obrigatórias e 7% discricionárias, o governo pode praticamente é priorizar gastos e fazer escolhas de quais despesas discricionárias podem ser adiadas, "paralisadas" ou quais despesas obrigatórias poderiam ter suas legislações alteradas, por exemplo, por leis ordinárias e medidas provisórias.

No caso específico de despesas imprevisíveis e urgentes como as para fazer frente à pandemia do coronavírus, o governo pode editar medida provisória e está fora do teto de gastos, mas tal gasto é capturado pelo resultado primário, o que exige rever a meta já deficitária aprovada nas diretrizes orçamentárias.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Compartilhe

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas operam mistas antes do payroll dos EUA e paralisação dos auditores da Receita pressiona governo federal

7 de janeiro de 2022 - 7:57

O Ibovespa ainda registra queda na casa dos 3% e o exterior morno não deve ajudar o índice brasileiro

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas e bitcoin (BTC) caem após ata do Fed, e Ibovespa deve aprofundar queda com risco fiscal do cenário doméstico

6 de janeiro de 2022 - 8:00

Os índices dos Estados Unidos tiveram uma queda expressiva ontem (05) após a divulgação do documento, e o Ibovespa, que já ia mal, piorou ainda mais

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas operam com cautela no exterior antes da ata do Fed e cenário doméstico permanece atento ao risco fiscal; ações de tecnologia caem lá fora após cerco da China contra setor

5 de janeiro de 2022 - 7:56

O coronavírus se espalha pelos países, que batem recordes de casos registrados nas últimas 24h e situação pode comprometer a retomada das atividades

ESPECIAL SEU DINHEIRO

Relembre os principais eventos que fizeram você ganhar e perder dinheiro em 2021

31 de dezembro de 2021 - 8:30

Se você chorou ou sorriu em 2021, o importante é que, como sempre, não faltaram emoções durante o ano. E isso inclui os seus investimentos.

E o teto de gastos?

‘Responsabilidade social não significa irresponsabilidade fiscal’, diz Goldfajn, ex-presidente do BC

1 de novembro de 2021 - 7:06

Atual presidente do conselho do Credit Suisse no país, Ilan Goldfajn vê com preocupação os recentes movimentos do governo no front fiscal

buscando saídas

Bolsonaro diz que governo trabalha com alternativas para financiar Auxílio Brasil

31 de outubro de 2021 - 7:36

O Ministério da Cidadania já confirmou que o reajuste no Bolsa Família será apenas para R$ 240 em novembro e o governo conta com a aprovação da PEC dos precatórios para fazer um pagamento maior a partir de dezembro.

SOB PRESSÃO

Furo no teto e Guedes na corda bamba elevam apostas para os próximos passos da Selic; contratos de DI atingem oscilação máxima

22 de outubro de 2021 - 13:15

Hoje os olhos do mercado se voltam para o próprio Guedes, com temores de que o ministro seja o próximo a pular fora do barco. A curva de juros reage

Renda fixa vive

Com lambança fiscal do Auxílio Brasil, taxa dos títulos do Tesouro Direto já rende quase 1% ao mês

21 de outubro de 2021 - 11:13

Quem investir hoje no título do Tesouro Direto prefixado com vencimento em 2031 leva para casa um retorno de 12,10% ao ano, o equivalente a 0,9563% ao mês

Vamos com calma

Cuidado fiscal: Presidente da Câmara quer PEC dos Precatórios dentro do teto de gastos

24 de agosto de 2021 - 13:06

Arthur Lira (PP-AL) afirma que vai conversar com o STF para que a corte faça a intermediação com o governo para encontrar uma solução

Tendência da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda de mais de 1% enquanto dólar avança hoje

19 de agosto de 2021 - 9:04

Os bons dias da bolsa brasileira parecem ter ficado para trás e o clima da eleição de 2022 tomou conta das decisões do Congresso

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar