🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Estadão Conteúdo

Sustentabilidade

Passivo ambiental se torna fator de risco e afasta investidor

Empresas com passivo ambiental ou sem agenda de sustentabilidade crível correm o risco de receber menos aportes ou de pagar mais por financiamento.

Barragem da Vale desaba em Brumadinho (MG)
Barragem da Vale desaba em Brumadinho (MG) - Imagem: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Assim como nos últimos anos as empresas envolvidas em corrupção e lavagem de dinheiro foram excluídas dos portfólios de grandes investidores globais, em um movimento que tornou imperativa a adoção de práticas de compliance pelas companhias, agora são as empresas com passivo ambiental ou sem agenda de sustentabilidade crível que correm o risco de receber menos aportes ou de ter de pagar mais caro para ter acesso a financiamento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Os conselhos de administração de empresas e gestores de grandes fundos estão, cada vez mais, olhando diretamente os temas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) para fazer investimentos”, diz Bruno Fontana, responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse.

Há dois meses, o Norges Bank, fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, com US$ 1 trilhão em ativos, decidiu excluir a Vale e a Eletrobrás de sua carteira de investimentos. A decisão do conselho executivo do fundo levou em conta a percepção do risco de que as companhias contribuam para danos ambientais e violações aos direitos humanos. A exclusão da Eletrobrás foi relacionada especificamente a problemas no desenvolvimento da usina de Belo Monte, e a da Vale aos acidentes de Brumadinho e Mariana.

A Vale já tinha enfrentado a reação de outros investidores pelo mesmo motivo. O britânico Church of England se desfez das ações da empresa após Brumadinho. O megafundo de pensão californiano Calpers, com portfólio de US$ 402 bilhões, vendeu todos os títulos de dívida da companhia e a gestora holandesa Robeco pôs a Vale em uma lista de empresas com restrições de investimento.

A petroquímica Braskem, por sua vez, também encara as dificuldades de estar associada a um problema ambiental. A empresa está no meio do processo para uma captação avaliada em mais de US$ 1 bilhão no mercado para reduzir sua dívida, mas enfrenta questionamentos de investidores quanto a seu passivo ambiental em Alagoas, onde sua atividade de mineração é relacionada ao afundamento de quatro bairros em Maceió. Mesmo com a grande liquidez no mercado global e as taxas de juros baixas, o custo de captação deverá ser mais alto por causa desse passivo ambiental, segundo fontes que acompanham a operação. Procurada, a Braskem não se pronunciou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para Christian Egan, diretor executivo de mercados globais e tesouraria do Itaú BBA, já há países e gestores dizendo não querer comprar ações de empresas brasileiras. “Então, de certa maneira estamos deixando de fora um bolo de investidores muito grande não só para mercado de capitais, mas, principalmente, para projetos de infraestrutura e privatizações. Acho que o problema maior para o Brasil é se um país vai deixar de comprar commodities daqui por conta disso. Se não fizermos nada, chegaremos lá.”

Leia Também

Agenda ambiental. Com a retomada do mercado de capitais, que prevê mais de 40 operações de ofertas iniciais de ações na Bolsa no segundo semestre, a agenda sustentável das companhias que vão a mercado cada vez importa mais, diz Alessandro Zema, presidente do banco Morgan Stanley no Brasil.

Este mês, a empresa de gestão ambiental Ambipar conseguiu levantar mais de R$ 1 bilhão ao abrir capital na B3, com uma forte demanda. Ainda que os próximos IPOs não estejam pautados pelos temas ESG, a crise atual tem servido de alerta para as companhias.

Sustentabilidade tem forte peso para 50% dos fundos estrangeiros

Um levantamento feito pelo banco Itaú BBA com 58 gestoras de investimentos, das quais 40 brasileiras e 18 estrangeiras, mostra que o tema ambiental tem entrado no radar dos investidores. É o primeiro movimento da área de análise do banco em relação aos temas socioambiental e governança (ESG, na sigla em inglês).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a pesquisa, 50% dos fundos estrangeiros informaram que o tema de sustentabilidade tem um peso muito importante em suas decisões de investimentos, enquanto apenas 25% das gestoras nacionais estão mais sensíveis ao tema.

Essa dinâmica, de acordo com o relatório do banco, pode ser explicada pela adoção antecipada de padrões ESG no setor de fundos de investimento fora do Brasil, pela maior oferta de ações relacionadas a produtos em outros países e à menor divulgação de informações por um número significativo de empresas listadas no mercado local em relação a grupos internacionais.

Cerca de 20% dos fundos brasileiros disseram que não incorporam nenhum tipo de critério ESG em suas decisões de investimentos, ante apenas 5% dos gestores internacionais que ignoram o tema.

“Essa cultura tende a melhorar no Brasil”, disse Daniel Sassom, responsável pelo relatório chamado “É a hora de acelerar o jogo”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com Sasson, a pesquisa indica que as preocupações ambientais são maiores nos setores de papel e celulose, siderurgia e mineração.

Investidores

O relatório feito pelo banco mostra ainda que investidores estrangeiros possuem um total de US$ 841 bilhões de ativos sob gestão de fundos que levam em considerações questões socioambientais em tomada de decisões em investimentos. Sasson diz que estes dados foram levantados pela consultoria Morningstar, com base no primeiro trimestre deste ano.

Pouco mais de 80% de fundos sustentáveis são gerenciados na Europa, seguidos pelos EUA, com 14%. “A região da América Latina não aparece nesse levantamento”, disse Sasson. Segundo ele, tem crescido o interesse de gestoras brasileiras em criar fundos com práticas ESG, mas esse movimento é incipiente.

Em recente entrevista ao Estadão, o presidente do banco Morgan Stanley no Brasil, Alessandro Zema, disse que o tema da sustentabilidade entrou definitivamente na pauta ambiental das empresas e investidores. “O assunto entrou em evidência com os incêndios na Amazônia, mas é uma agenda que vem ganhando relevância no mundo todo. É claro que uma imagem não positiva do Brasil lá fora não ajuda em nada as empresas a atrair investimentos. Essa é uma agenda cada vez mais crucial.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para Sasson, uma agenda ambiental mais clara por parte do governo brasileiro pode ser um catalisador para atrair mais investidores ao País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FINANCIAMENTO APROVADO

CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão

29 de dezembro de 2025 - 13:49

Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense

PODE ISSO, JUIZ?

De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?

29 de dezembro de 2025 - 13:11

Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo

REESTRUTURAÇÃO

Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição

29 de dezembro de 2025 - 11:03

Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas

RETROSPECTIVA FINANCEIRA

O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025

29 de dezembro de 2025 - 6:16

Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva

O ANO DA VIRADA (DE NOVO)

A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa

28 de dezembro de 2025 - 17:56

Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar

ROTA DE LONGO PRAZO

Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas

28 de dezembro de 2025 - 15:34

O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores

APÓS A POLÊMICA LIQUIDAÇÃO

O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira

28 de dezembro de 2025 - 9:41

A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo

GALPÕES LOGÍSTICOS

Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar

27 de dezembro de 2025 - 15:34

De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez

E NEM É PREVISÃO DOS ASTROS

Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet 

27 de dezembro de 2025 - 14:29

Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001

PÉ NO FREIO

Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor

27 de dezembro de 2025 - 13:33

A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões

INDEPENDÊNCIA OU...

Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master 

27 de dezembro de 2025 - 12:59

Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”

ATENÇÃO, ACIONISTAS!

CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano

27 de dezembro de 2025 - 12:16

Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025

RESPIRO EXTRA

STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto

27 de dezembro de 2025 - 10:34

O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário

CONSTRUINDO O FUTURO

BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes

26 de dezembro de 2025 - 19:44

Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região

FUNDO IMOBILIÁRIO

FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra

26 de dezembro de 2025 - 19:21

Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência

BATEU O MARTELO

OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta

26 de dezembro de 2025 - 17:33

Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história

PREGÃO TURBULENTO

Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares

26 de dezembro de 2025 - 16:46

Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação

EXCLUSIVO

Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares

26 de dezembro de 2025 - 16:01

Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group

NOVELA CORPORATIVA

IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3

26 de dezembro de 2025 - 14:00

A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto

GRANDE COMPRA

Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história

26 de dezembro de 2025 - 13:21

Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar