‘Se o governo gastar mais, a credibilidade acaba e o PIB cai’, diz secretário
Adolfo Sachsida foi um dos primeiros profissionais da área econômica aderir à candidatura de Bolsonaro; ele ocupa uma posição estratégica na formulação da agenda econômica e social do governo

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, foi um dos primeiros profissionais da área a aderir à candidatura de Jair Bolsonaro, meses antes de o atual ministro Paulo Guedes seguir o mesmo caminho, no final de 2017. Advogado, doutor em Economia pela Universidade de Brasília e funcionário do Ipea (Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada) desde 1997, ele ocupa hoje uma posição estratégica na formulação da agenda econômica e social do governo.
Nesta entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Sachsida, de 47 anos, diz que a política de austeridade fiscal é fundamental para o crescimento sustentável do País.
Segundo ele, se o governo ceder às pressões e voltar a gastar sem lastro, perderá a credibilidade e o Produto Interno Bruto (PIB) vai cair e não subir, como acreditam políticos e economistas que defendem o uso de dinheiro público para turbinar a economia.
Em 2019, o crescimento do PIB acabou sendo menor do que o esperado. Como o sr. explica esse resultado?
Temos de dividir 2019 em duas partes. Os primeiros oito meses, que foram muito difíceis, e de setembro em diante. Logo que entramos no governo, tomamos uma série de medidas para tentar equacionar o lado fiscal - sendo que a nova Previdência foi a mais importante delas - e melhorar a alocação de recursos na economia. Com isso, a partir de setembro, a situação mudou bastante. Em julho e agosto, vários analistas projetavam o PIB de 2019 entre 0% e 0,5%. Mas o PIB terminou o ano ao redor de 1,1%. Então, quando você compara com o início do ano, se esperava mais. Mas, ao olhar como o ano acabou, mostra que estamos no caminho certo.
No final do ano, houve uma redução no consumo e isso deixou muitos analistas preocupados com o PIB de 2020. Como o sr. vê essa patinada?
Leia Também
A patinada que vi algumas pessoas comentando já estava incorporada nas nossas contas. Tanto é que a nossa projeção para 2020 não mudou. Aí, você fala: "Mas as vendas em supermercados caíram em dezembro". Caíram 0,1% - e muito por causa da alta da carne. Agora, as vendas de eletrodomésticos subiram 20%. No agregado, o desempenho dos supermercados acabou afetando o resultado porque tem um peso maior.
O resultado de dezembro não pode indicar uma desaceleração da economia?
Isso já está estabilizado. Quando você olha os números agregados, parece que o consumo está parado, mas não está. Tem de olhar dentro do agregado, para ver o que está acontecendo de fato. O PIB do setor público está caindo, mas o do privado já está crescendo a 2,7% ao ano. O emprego e o crédito privado também estão crescendo bastante.
Há também o "efeito coronavírus". Como isso pode afetar o quadro em 2020?
Até duas semanas atrás, estávamos mantendo as nossas estimativas de crescimento em 2,4% neste ano. De lá para cá, o impacto do coronavírus, associado a alguns outros fatores, passou a preocupar mais. Ainda estamos analisando o efeito disso na economia do País, mas, pelas informações de que dispomos no momento, creio que teremos de rever a nossa projeção na semana que vem.
Muitos empresários e analistas reclamam da lenta retomada da economia e defendem a concessão de estímulos ao setor privado e a realização de investimentos pelo governo. Qual a sua posição sobre essas demandas?
Estamos numa sociedade democrática e é natural que algumas organizações de classe pleiteiem vantagens. Agora, todas as vezes que você concede uma vantagem para um setor o dinheiro tem de sair de outro setor. Boa parte dos subsídios do passado foram transferências de renda de pessoas pobres para pessoas ricas. O exemplo mais óbvio foi a política de campeões nacionais, quando o governo transferiu um expressivo volume de recursos de todos os trabalhadores brasileiros para uma classe muito mais rica, com resultados insignificantes em termos de investimento e de crescimento.
Esse mesmo grupo defende uma relaxada na política fiscal, para alavancar a economia. Dá para crescer mais sem o governo abrir as torneiras?
Os estudos da SPE (Secretaria de Política Econômica) mostram que estamos num ajuste fiscal expansionista. Isso quer dizer que o ajuste fiscal é que está abrindo espaço para o crescimento. Existem vários textos na literatura nacional e internacional que mostram que, quando um País está em crise fiscal, o PIB vai cair se o governo gastar mais. Então, temos de manter o teto do gasto, voltar a ter superávits primários e reduzir a relação dívida pública/PIB. Se o governo começar a gastar mais, em cenário de pouco espaço fiscal, a credibilidade acaba, as taxas de juro aumentam e ficará pior para todo mundo.
Agora, mesmo nesse cenário de ajuste fiscal, muitos analistas dizem que a relação dívida pública/PIB não deverá cair como no ano passado. É isso mesmo?
Nós estamos trabalhando para que a relação dívida/PIB continue a cair. Depois que a gente aprovou a reforma da Previdência, as taxas de juro pagas em títulos do Tesouro caíram muito. A gente já havia previsto que, com as mudanças na Previdência, isso aconteceria e teria um efeito muito benéfico para a economia. O ajuste fiscal é o responsável direto pelos juros baixos que temos hoje, além do excelente trabalho do Banco Central.
O sr. diz que o setor privado está puxando a economia. Mas, em 2019, o setor industrial registrou queda no nível de atividade. Como se explica esse crescimento no setor privado e essa queda na indústria ao mesmo tempo?
Dado que o governo parou de gastar muito e de estimular setores ineficientes, eles estão tendo de se ajustar. Em compensação, os recursos da economia - o capital e o trabalho - estão começando a ir para setores mais eficientes. O investimento privado está deixando de ir para onde o governo indicava e indo para um lugar mais eficiente. Ainda que o número agregado seja igual, a qualidade do investimento hoje é bem superior.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Corpus Christi pode render feriadão; veja o que abre e fecha na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20)
Bancos, bolsa, Correios e transporte público terão mudanças no funcionamento; ponto facultativo traz folga aos mercados
Lotofácil faz mais um milionário, mas não brilha sozinha; Mega-Sena acumula e prêmio sobe a R$ 130 milhões
Ganhador ou ganhadora do concurso 3420 da Lotofácil efetuou aposta por meio dos canais eletrônicos da Caixa; além da Mega-Sena, a Quina também acumulou
Ex-BC Fábio Kanczuk vê Selic a 15% e risco de corte precoce por pressão política — mas postura do Copom com a inflação deveria ser mais dura
Diretor de macroeconomia do ASA acredita que o Brasil precisa de um choque recessivo para conseguir segurar a expectativa de inflação futura
A coisa está feia para o dólar: faz duas décadas que os gestores globais não ficam tão descrentes assim com a moeda
Investidores correm da moeda norte-americana enquanto montam posições em euro e se mostram mais otimistas com emergentes — incluindo o Brasil
Selic sobe ou fica? Gestores estão divididos nas suas projeções para o Copom, mas são unânimes em uma aposta; veja qual
Pesquisa da XP mostra dualidade de opiniões em relação aos juros básicos do país, mas otimismo em relação a outras possibilidades de investimento
Câmara aprova urgência de duas medidas em meio ao impasse do IOF — e uma deve trazer dor de cabeça para o governo
Com a aprovação do caráter de urgência, ambos os projetos podem ser votados diretamente no plenário, sem passar pelas comissões
O país dos juros altos: por que a Selic está tão alta e qual a tendência para os próximos anos?
Touros e Ursos desta semana traz uma entrevista com Samuel Pessôa, pesquisador macro do BTG Pactual, para falar sobre Copom, juros e contas públicas
Fluxo de investimento estrangeiro impulsiona competitividade no Brasil, mas país continua com “voo de galinha”
País avança quatro posições em ranking global de competitividade, mas segue entre os últimos colocados; entenda quais são os principais entraves ao desenvolvimento no longo prazo
Lotofácil começa a semana premiando apostador insistente; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
Ganhador ou ganhadora do concurso 3419 da Lotofácil vinha insistindo sempre nos mesmos números; Mega-Sena pode pagar R$ 110 milhões na noite desta terça-feira
Do volante às passarelas: Renault anuncia saída de CEO, que assume comando de gigante das grifes de luxo; ações da montadora caem
Enquanto os papéis da fabricante de automóveis francesa recuaram nesta segunda-feira (16) em Paris, o mesmo não aconteceu com a empresa que estará sob o comando de Luca de Meo a partir de julho
Chegou chegando: Pix Automático começa a ser oferecido pelos bancos nesta segunda-feira (16)
Nova modalidade pretende substituir débito automático e boletos
Agenda econômica: Super Quarta e outras decisões de juros dominam a semana; veja o que você precisa saber para navegar o mercado
Decisões de juros nos EUA, Brasil, Reino Unido, Japão e China marcam uma das semanas mais carregadas de 2025 — e exigem atenção redobrada dos investidores
Taxação de LCI e LCA, JBS (JBSS32) nos EUA e Petrobras (PETR4) enfrenta desafios — confira o que foi notícia na última semana
Apesar da semana do Dia dos Namorados ter chegado ao fim, muitas notícias importantes se destacaram entre as mais lidas do Seu Dinheiro
Desempenho da economia será decisivo nas eleições de 2026, não o tamanho do déficit fiscal, diz Haddad
O chefe da pasta econômica defendeu que, se a economia estiver indo bem, aumentam as chances de reeleição do presidente Lula
Você deveria estar se preparando para o pior no conflito entre Israel e Irã. Como proteger seu patrimônio desde já?
O Seu Dinheiro conversou com especialistas para entender por que você não deve esperar a situação se agravar para começar a pensar no melhor para os seus investimentos
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas