Ex-BC, Figueiredo vê espaço para corte de mais 0,25 ponto na Selic e juro baixo por um longo tempo
Sócio-fundador da Mauá Capital e ex-diretor do BC, Luiz Fernando Figueiredo se diz satisfeito com a condução da política monetária e aposta na manutenção da Selic em patamares estimulativos por um longo tempo
Após pisar no acelerador e cortar a taxa Selic em 1,5 ponto de maio para cá, o Copom deve ser mais conservador daqui em diante. Essa é a avaliação de Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central (BC) — uma leitura que, no entanto, não quer dizer que a autoridade monetária irá subir os juros num futuro próximo.
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Figueiredo classificou a decisão e as sinalizações do BC como "absolutamente corretas" — há pouco, o Copom cortou a Selic em mais 0,75 ponto, levando a taxa básica de juros ao novo piso de 2,25% ao ano, e deixou a porta aberta para mais reduções.
O sócio da Mauá Capital destacou que, ao se referir ao futuro da Selic, o Copom fez menção a 'ajustes residuais' — um termo que leva a crer que um próximo corte, se concretizado, será de 0,25 ponto.
"O Banco Central adequou a política monetária ao momento que vivemos", ressaltou Figueiredo, ao lembrar do ajuste mais intenso na taxa básica de juros nas últimas duas reuniões. "Ele mesmo diz que, dado o diagnóstico, é preciso ter uma política monetária estimulativa".

De acordo com o último boletim Focus, a inflação medida pelo IPCA deve fechar o ano em torno de 1,6% — uma redução bastante expressiva quando consideramos as projeções de janeiro, de alta de cerca de 3,5% nos preços ao fim de 2020. Para 2021, as estimativas foram de alta de 3,75% para crescimento de 3%.
Essa desaceleração brusca na inflação, assim, acabou por abrir espaço para que o ciclo de cortes na Selic tivesse continuidade, fazendo com que a taxa básica de juros continuasse renovando os pisos históricos — um movimento que ainda pode ter um último ajuste, considerando o cenário atual.
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"Quando veio o choque, ficou claro que ele era mais de demanda que de oferta. Os dois caíram, mas a demanda caiu muito mais e, com isso, esse choque se mostrou desinflacionário" — Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador da Mauá Capital e ex-diretor do BC
Para onde vamos?
Considerando os sinais emitidos hoje pelo Copom, Figueiredo diz enxergar a Selic "em torno de 2%" ao fim de 2020. A Mauá Capital ainda projeta uma retração do PIB do país entre 5% e 6% neste ano, com inflação em 1,4%.
Independente do que o BC fará na próxima reunião — manutenção da Selic ou o eventual corte de 0,25 ponto —, ele acredita que a taxa básica de juros permanecerá em níveis baixos por bastante tempo, considerando as características da atual crise.
O nível de ociosidade da economia e a taxa de desemprego, segundo Figueiredo, devem permanecer em níveis elevados por prazo prolongado, levando em conta que o retorno à normalidade é feito de maneira gradual — a reabertura total da economia ainda deve demorar bastante.
Além disso, os efeitos das iniciativas econômicas e monetárias não são imediatos — uma combinação que deverá fazer com que o BC mantenha a política monetária estimulativa até o segundo semestre do ano que vem.
"Agora vamos para uma fase mais monótona da política monetária", disse Figueredo, referindo-se à perspectiva de poucas mudanças nos juros no curto prazo.
E o dólar?
Quanto às eventuais pressões que a postura do BC poderá trazer à taxa de câmbio, Figueiredo diz não acreditar que, nos níveis atuais, a Selic não tende a influenciar tanto o comportamento do dólar.
"Quanto tínhamos uma taxa perto de 15% e uma volatilidade no câmbio de 7% a 8% ao ano, sem dúvida os juros influenciavam bastante [a cotação do dólar]", diz. "Mas, com a taxa a 2% e uma volatilidade no câmbio de 15% a 20% ao ano, o juro é muito pouco relevante".
E, de fato, temos visto uma forte oscilação nas cotações do dólar: a moeda americana, que começou o ano perto dos R$ 4,00, chegou ao nível de R$ 5,90 em meados de maio — uma alta de mais de 47%.
Hoje, a divisa fechou a R$ 5,2608, acumulando ganhos de 31% em 2020. Apesar do alívio recente, o sócio da Mauá Capital avalia que a disparada no dólar foi excessiva — grande parte do movimento teria relação ao prêmio de risco do Brasil, dada a percepção negativa do país no exterior.

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