🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Ivan Sant’Anna

Ivan Sant’Anna

Atua no mercado financeiro desde 1958 e foi trader por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929”. Escreve as newsletters de investimentos "Warm Up Inversa" e “Os Mercadores da Noite”, da Inversa Publicações.

Palavra do mestre

O ouro não brilha tanto assim – há opção melhor para proteger a sua carteira

O ouro tornou-se uma commodity como outra qualquer, e commodities não gostam de recessão, como a que pode surgir com a combinação coronavírus/queda abrupta dos preços do petróleo

Ivan Sant’Anna
Ivan Sant’Anna
14 de março de 2020
14:05 - atualizado às 14:54
Ouro
Imagem: Shutterstock

Volta e meia vejo alguém dizer que vai comprar, ou já comprou, ouro para se proteger das incertezas.

Pois bem, sem querer ser estraga-prazeres, e já sendo, lamento informar que o vil metal não protege nenhum investidor de nada. Ou melhor, só protege quando seu preço está subindo.

Fosse o caso de o ouro ser um porto seguro em momentos de queda generalizada dos ativos, a cotação estaria agora acima de US$ 1.895,00, que foi a máxima de todos os tempos, alcançada em setembro de 2011.

Imaginem: coronavírus se alastrando mundo afora, bolsas entrando em colapso, barril de petróleo desabando por causa da guerra de preços causada pela forte diminuição da demanda, governos desconcertados tomando decisões unilaterais e, não raro, insensatas.

Mesmo assim, a onça do ouro, embora tenha subido um pouco, não alcançou os níveis que os touros esperavam.

No momento em que escrevo este texto, por exemplo, está cotada a US$ 1.580,70.

Leia Também

Embora os bancos centrais da China e do Japão tenham enormes reservas, medidas em trilhões de dólares, apenas uma pequena parte delas é aplicada em ouro.

Hoje em dia, em momentos de grandes crises, como os que estamos experimentando nestes dias turbulentos de 2020, os investidores correm para o dólar, principalmente os de países emergentes, como é o caso do Brasil.

Quando comecei a operar commodities, nos mercados nacional e internacional, meu único ativo era o ouro. “Ivan”, diziam os colegas profissionais, “é operador de ouro”.

Foi no ouro que dei uma das minhas maiores tacadas, em 1986, quando senti que o Plano Cruzado fracassara. Comprei, na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (Bolsinha) toda a pedra dos futurões.

Já no mercado internacional, ganhei mais dinheiro vendido.

Como o ouro trabalha sempre em contango (futuros mais caros do que o preço à vista e futuros longos mais caros do que os futuros curtos), quem ficar permanentemente vendido ganha dinheiro. Mas experimenta grandes aflições quando acontece um bull market.

Desde a mais remota antiguidade (na civilização suméria, por exemplo), o ouro representou reserva de valor.

O curioso é que os descobridores de meados do segundo milênio D.C., quando encontravam um povo até então desconhecido (como os astecas, incas e maias), percebiam, com espanto, que eles guardavam suas fortunas em ouro, geralmente sob a forma de ornamentos e obras de arte.

Por ocasião do tratado de Bretton Woods, assinado em julho de 1944 na cidade do mesmo nome, no estado americano de New Hampshire, o mercado de ouro simplesmente acabou. Isso porque foi fixado um valor para o dólar em relação ao ouro: US$ 35,00 = 1 onça de ouro.

As demais moedas tiveram suas paridades definidas em relação à americana, vale dizer também, ao metal. Até que os Estados Unidos, peitados pelo presidente francês, general Charles de Gaulle, que duvidou que houvesse lastro em ouro correspondente aos dólares em circulação, entregaram o ouro (com mil perdões pelo trocadilho).

Eis como relato o evento em meu livro “Os Mercadores da Noite”:

“O ouro começou a subir no outono. Anos mais tarde, Julius se recordaria da noite de domingo em que a alta começou.

De seu escritório em Greenwich, tendo percebido o início do movimento, ligou primeiro para Tóquio e Hong Kong. Depois, telefonou para os mercadores noturnos, tentando descobrir se a alta passara despercebida por algum deles.

Mas os homens da noite eram bons profissionais. Todos já haviam farejado a nova presa. Cada um deles, os músculos contraídos, a garganta seca, o coração acelerado, os olhos perscrutando a dança dos números em seus terminais de cotações, sentiu, naquele instante, o início de mais um ciclo no mercado.

Clarence, em Greenwich, Rabal, na Cidade do México, West, em sua cabana no Oregon, Soudendijk, de sua torre pairando sobre o Pacífico, Blaeu, em Amsterdã, Constantine, em Paris, van Deer, na Cidade do Cabo, e Clive Maugh, em Lausanne, iniciavam mais uma semana de trabalho e de emoções.

Para cada um deles, já há muito, o lucro das operações de mercado representava mais do que riqueza e poder. Era o principal elo com a vida. Para os mercadores da noite, ganhar ou perder dinheiro significava a vitória ou a derrota, em um jogo cruel e interminável.”

Depois que o presidente Richard Nixon, no dia 15 de agosto de 1971, desvinculou o dólar do ouro, pondo fim ao gold standard (padrão-ouro), o metal não fez outra coisa a não ser subir.

O bull market só alcançou seu fim quando os irmãos Hunt (bilionários do Texas) fracassaram em sua tentativa de fazer um corner no mercado de prata.

Nessa ocasião, o preço da onça do ouro chegou a superar a marca de US$ 800. Depois, caiu até US$ 250, de onde, com idas e vindas mais do que bruscas, partiu para os US$ 1.895 citados acima nessa coluna.

O ouro tornou-se uma commodity como outra qualquer, e commodities não gostam de recessão, como a que pode surgir com a combinação coronavírus/queda abrupta dos preços do petróleo.

Se você, caro amigo leitor, quer investir parte do seu dinheiro em ouro, tudo bem. Mas há uma opção melhor.

Com os seguidos colapsos da bolsa brasileira, algumas ações estão ficando baratas. Muito baratas, mesmo considerando a diminuição dos lucros que irão experimentar e uma possível alta da taxa Selic, para segurar a alta do dólar.

Fora os dividendos que pagam, essas ações têm mais chance de se valorizar do que o metal, que é um investimento inerte.

Como mencionei no título deste texto, “o ouro não brilha tanto assim”.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje

12 de junho de 2025 - 8:19

Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua

11 de junho de 2025 - 20:37

Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria

11 de junho de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China

10 de junho de 2025 - 8:40

Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve

9 de junho de 2025 - 20:00

O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje

9 de junho de 2025 - 8:19

No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF

VISÃO 360

Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?

8 de junho de 2025 - 8:00

A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje

6 de junho de 2025 - 8:20

Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria

SEXTOU COM O RUY

A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos

6 de junho de 2025 - 6:05

Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA

5 de junho de 2025 - 8:26

Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica

4 de junho de 2025 - 20:00

Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje

4 de junho de 2025 - 8:13

Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje

3 de junho de 2025 - 8:15

Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF

Insights Assimétricos

Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente

3 de junho de 2025 - 6:05

Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado

2 de junho de 2025 - 20:00

A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje

2 de junho de 2025 - 8:23

Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia

TRILHAS DE CARREIRA

Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout

1 de junho de 2025 - 8:07

O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA

30 de maio de 2025 - 8:07

Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)

SEXTOU COM O RUY

A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?

30 de maio de 2025 - 6:01

Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil

29 de maio de 2025 - 8:17

Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar