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Por que decidimos lançar um MBA?

O problema é geral. Não há cursos de MBA de qualidade dados por praticantes

26 de outubro de 2020
11:23 - atualizado às 13:22
Imagem: Shutterstock

"O fim do Brasil… chegamos ao Fim do Brasil? Essa foi uma pergunta que meu amigo Felipe Miranda fez, acho que foi em 2014, 2015, não me lembro exatamente. Felipe Miranda brilhante, brilhante. Ele foi meu aluno no mestrado na GV. Acho que ele foi o aluno mais brilhante que eu já tive na história do mestrado da GV. Eu dei aula muito tempo lá na GV, no mestrado profissional, fui coordenador e eu diria que, provavelmente, ele foi o aluno mais inteligente, mais brilhante que eu tive lá. Depois eu até convidei ele para dividir um curso comigo. Ele deu aula na GV nesses cursos no mestrado profissional. Acho que ele deu algumas aulas no MBA. E ele teve essa grande sacada ali em 2014, 2015 com essa ideia do Fim do Brasil.”

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Para começar, eu preciso agradecer ao meu amigo Paulo Gala pelo vídeo com essas exageradas palavras. Eu nunca me considerei brilhante. Sempre tive a certeza de que meu desempenho acadêmico era fruto exclusivo da minha dedicação. Desde sempre, estudava mais do que os outros. E era isso — nada além — que se refletia nos boletins.

Talvez o leitor mais criterioso pudesse dizer que há certo brilhantismo na rigorosa disciplina do estudo. Com humildade, eu discordaria. Ao menos no meu caso em particular, ela resultava de dois elementos claros: a insegurança e o desejo edípico de superar o meu pai.

A verdade é que sempre fui muito inseguro. Precisava chegar às provas — todas elas — absolutamente preparado, por medo de ser incapaz de resolvê-las. Era o medo do fracasso — não a inteligência — que me guiava. É assim até hoje. Eu temo o mercado e talvez por isso sempre carregue moedas fortes e metais preciosos nas carteiras, além de uma boa posição de caixa. Duvido até mesmo da capacidade de escrever o Day One de amanhã. Sim, é verdade. “Como você tem ideia todos os dias?” Eu acho que não tenho. Todas as vezes em que termino, penso: “Amanhã não vai ter. Esgotei todas as minhas ideias, que, na realidade, nem são minhas. Sou um saco vazio”.

O outro ponto também não é propriamente bonito. Para apresentá-lo, preciso voltar duas décadas e meia no tempo. A primeira lembrança que tenho do mercado financeiro remete ao final de 1994, quando meu pai, ainda no Banco Safra, chegava em casa reclamando da turma do Pactual, por estarem vendendo Bolsa brasileira num momento em que, supostamente, o país decolaria por conta do Plano Real. Apenas supostamente. André Jakurski estava apenas vendo antes dos outros a crise do México de 1995. Passei então a acompanhar com admiração e maior interesse a trajetória profissional do meu pai. Saiu do banco, foi sócio de corretora. Saiu antes que a Bônus virasse Bônus Banval e desse o que deu. Virou trader de ações de casa, onde, claro, era mais fácil observá-lo de perto. Ali vivemos um “fica rico/fica pobre” constante, com nosso patrimônio flutuando com volatilidade semelhante àquela demonstrada pelo gráfico da Enfoque que decorava o papel de parede do nosso computador. 

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Cada falência era pior do que a anterior. Sinceramente, nunca culpei o meu pai por aquilo. Mas, na arrogância típica dos adolescentes, me sentia capaz de explicar os fracassos financeiros. Havíamos entregado nosso patrimônio às Globo Nabos, às Embratéis e às Tele Centro Oeste Celulares por falta de conhecimento acadêmico. Era claro para mim. Se meu pai era muito inteligente e intuitivo e quebrou na Bolsa, aquilo só podia ser resultado de falta de profundidade teórica. 

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Meu caminho então ficou evidente. Eu nunca escolhi uma carreira profissional. Foi ela que me escolheu. Eu fora treinado vendo as operações do meu pai. Então, se a isso juntasse conhecimento acadêmico, teria sucesso garantido no mercado financeiro.

Entrei na USP para fazer Economia. Problema resolvido, certo? 

Eu não poderia estar mais enganado. A petulância aborrecente derrubada à primeira análise da grade curricular. Nos meus quatro anos de FEA-USP, sabe quantas matérias ligadas ao mercado financeiro eu cursei? Uma, apenas uma! Parece ridículo, mas é a mais pura verdade. Boa parte — arriscaria dizer a maior parte — dos alunos se formava e ia trabalhar no mercado financeiro, mas cursava apenas uma única disciplina sobre mercado financeiro! 

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Não foi assim porque eu segui uma espécie de “trajetória verde” na grade curricular. Era a expressão usada por aqueles que escolhiam as disciplinas optativas para se matricular com base no grau de dificuldade de ser aprovado. Foi por completa falta de opção mesmo. Não à toa, fui fazer meu trabalho de conclusão de curso com o professor Marcos Eugênio da Silva, que era justamente o responsável pelo curso de Derivativos.

Curiosamente, também fui trabalhar com derivativos na mesa de sales de Global Emerging Markets do Deutsche Bank, mas a mesma falta me acompanhava. A lacuna acadêmica continuava sem ser preenchida. Precisava endereçá-la. Então, fui fazer um mestrado em finanças na FGV. Bom, ali não haveria meios de não estudar finanças.

Com efeito, passamos por toda a ortodoxa teoria das Finanças Modernas. Valuation, Finanças Corporativas, Investimentos, Teoria das Decisões Financeiras, Finanças Internacionais, Opções Reais e por aí vai. 

Mas, veja que curioso: embora tenhamos conhecido toda a teoria e os modelos, poucos se falou naquilo que é a essência do mercado financeiro. Como ganhar dinheiro e bater os mercados? Pode parecer também contraintuitivo. Ali conhecemos com profundidade as melhores teorias e os melhores modelos. Porém, a linguagem da vida real é outra. Aqui, você não quer estar certo, ser o melhor modelista, criar as melhores explicações. Você precisa ganhar dinheiro.

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Pelo que me lembro, e espero que a memória não me traia, o único professor que realmente trabalhava no mercado financeiro e desenvolvia na vida real uma atividade de gestão de recursos ou análise de ações era o Paulo Tenani, que foi, entre outras coisas, estrategista do Citi e CIO da Pragma — não coincidentemente, foi ele meu orientador. Os demais eram excelentes acadêmicos, ótimos publicadores de papers em journals relevantes, mas que nunca foram, para usar uma terminologia do George Soros, animais de mercado. O problema é que o mercado pertence aos praticantes. 

Veja você mesmo. Quem são os grandes ganhadores de dinheiro do mercado financeiro brasileiro? A turma da 3G, nenhum acadêmico. Joseph Safra, André Esteves, Guilherme Benchimol, Luiz Alves Paes de Barros, Luiz Barsi, Lírio Parisotto, André Jakurski, Rogério Xavier, Luis Stuhlberger… todos eles praticantes! Talvez o crítico mais severo possa dizer que Jorge Paulo Lemann e André Jakurski têm cursos em Harvard, o que é verdade. Mas não são títulos acadêmicos stricto sensu.

Breve parêntese: uma vez, conversava com um dos maiores gestores brasileiros sobre a opinião de um professor universitário sobre o mercado acionário e encontrei como comentário: “Quem é o sujeito? Algum bilionário que eu não conheço? Toca qual fundo? Fundou qual empresa?”. Opiniões sobre o mercado financeiro dadas por alguém que não ganha dinheiro no mercado financeiro é como ouvir o personal trainer obeso.

Não é uma exclusividade da USP ou da FGV, fique claro. O problema é geral. Não há cursos de MBA de qualidade dados por praticantes. Como insiste Nassim Taleb, o conhecimento deve emanar da prática para a teoria, numa simbiose importante entre a universidade e a sociedade. Aqui, contudo, os professores estão restritos ao seu círculo acadêmico, debruçados sobre seus modelos econométricos etéreos, enquanto os gestores e analistas de ações ficam confinados aos seus terminais Bloomberg. 

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A lacuna da interlocução e troca recíproca entre teoria e prática segue sem ser preenchida. Ou, ao menos, seguia. Na minha adaptação da frase clássica de John Kennedy, “não pergunte o que a academia pode fazer por você; pergunte o que você pode fazer pela academia”.

Decidimos ajudar a resolver o problema. Isso era, inclusive, uma demanda antiga dos nossos assinantes.

Estamos lançando, em parceria com a Estácio, um MBA de Analista de Ações, com o objetivo explícito de unir, num curso sem precedentes e paralelos no Brasil, teoria e prática. Vai haver, sim, modelagem, teoria, estudo dos clássicos, mas também lições para ganhar dinheiro, dadas por quem realmente ganha dinheiro. Coisas práticas e objetivas, para serem aplicadas imediatamente.

Eu mesmo vou dar algumas aulas. O Rodolfo também — na verdade, os méritos desse projeto são muito mais dele do que meus, pois ele esteve à frente da sua condução desde o começo. Toda nossa equipe de análise vai estar envolvida. Além disso, contaremos com a ajuda de uma turma da pesada. André Ribeiro, que gere bilhões de reais na Brasil Capital. Florian Bartunek, da Constellation, que, entre outras coisas, geria parte da grana do Jorge Paulo Lemann em ações no Brasil. Aulas setoriais com representantes de empresas listadas, como o CEO da Yduqs, o CFO da Eneva, o CFO do Minerva, o CEO da CVC, o CEO da Quero-Quero, entre tantos outros. 

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Tenho convicção de que montamos o melhor MBA do Brasil. Além de uma grade curricular voltada à prática e a um pequeno detalhe geralmente esquecido nos cursos por aí, que é “ganhar dinheiro no mercado”, haverá preparação para se tornar um investidor qualificado, participação em processo seletivo na Empiricus e R$ 100 mil em premiações.

Fico muito feliz em atender um desejo antigo dos assinantes e leitores. Eles mesmos sabiam dessa lacuna. A Empiricus os tem realmente no centro de suas motivações. O investidor pessoa física é nossa razão de existir. Desta vez, porém, devo admitir: preencho uma lacuna dentro de mim mesmo.

Neste link, você pode acompanhar todos os detalhes do nosso MBA com a Estácio.

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