Crônica da morte anunciada do CDI
“No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às 5h30 da manhã para esperar o navio em que chegava o bispo.”
Santiago Nasar é o protagonista de “Crônica de uma morte anunciada”, de Gabriel Garcia Márquez. Na história, ele é o único que não sabe do destino fatal que o aguarda desde a primeira frase do genial romance.
No mundo das finanças, Santiago Nasar é o típico investidor brasileiro.
Quando o país ostentava a taxa de juros mais alta do mundo, Santiago conseguia aplicar seu dinheiro com liquidez, alto retorno e baixo risco.
Esse realismo mágico que nem Garcia Márquez foi capaz de criar é conhecido por três letras mágicas: CDI. Com as aplicações mais conservadoras rendendo até 14% ao ano, Santiago não precisava perder tempo para pensar no que fazer com o dinheiro.
Foi só depois da maior recessão da nossa história e com o processo de queda da taxa básica de juros que as aplicações vinculadas ao CDI enfim tiveram a morte anunciada.
Leia Também
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Mas, por desconhecimento ou esperança de as coisas voltarem a ser como eram antes, Santiago se manteve fiel ao CDI.
Agora não dá mais. Com a redução da Selic para 4,25% ao ano, o rendimento das melhores aplicações conservadoras perde ou na melhor das hipóteses empata com a inflação projetada para os próximos 12 meses.
Passou da hora de assumir um pouco mais de risco em busca de uma rentabilidade melhor, ou então se habituar com a era da “perda fixa”.
Para ajudar você, a Julia Wiltgen traz um panorama completo da rentabilidade da renda fixa e como você deverá repensar a alocação da sua reserva de emergência. Recomendo muito a leitura!
Leilão que alivia pressão
O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio nesta sexta-feira e conseguiu conter (pelo menos por enquanto) o ímpeto do dólar. No fechamento do dia, a moeda norte-americana era cotada a R$ 4,30, um valor que representa uma queda de pouco menos de 0,50% na semana. Já na bolsa, o dia foi de queda para o Ibovespa, que encerrou o pregão abaixo dos 115 mil pontos. O Victor Aguiar traz para você o balanço do que mexeu nos mercados.
O PIB subiu no telhado
O IBC-Br, considerado a “prévia” do PIB, continuou a mostrar que a economia brasileira ainda não pegou no tranco. O índice apontou avanço de 0,89% da atividade econômica em 2019, abaixo da projeção do Banco Central, que trabalha com expansão de 1,2% para a economia. O resultado do PIB será divulgado no dia 4 de março, mas o dado de hoje pode indicar que devemos nos acostumar com mais uma frustração de expectativa.
Privatizar? Nem pensar
Burburinhos sobre uma possível privatização da Petrobras não chegam a ser novidade, mas o presidente da empresa não quer conversa. Roberto Castello Branco disse que o único cenário com o qual trabalha é o de não privatização da empresa. Mas isso não significa uma redução no ritmo do programa de venda de ativos atualmente em curso. A estatal tem a intenção de preparar o IPO de uma empresa feita com o “pacote” de 16 usinas movidas a gás, disse ele, em entrevista ao Estadão.
Filme ruim e repetido
O Banco BMG divulgou ontem à noite o segundo balanço desde o IPO na bolsa, em outubro passado. E, assim como aconteceu da outra vez, as ações reagiram aos números com uma queda violenta, que chegou aos 17,58%. A alta anual de 33,4% no lucro líquido pelo critério gerencial e de 20% no quarto trimestre nem pareceu ruim à primeira vista. Mas foi nos pormenores que o humor dos investidores acabou azedando. Eu conto tudo para você nesta matéria.
Não caiu bem
Outro balanço que não agradou em nada foi o da Usiminas. Mesmo com uma constante redução de endividamento, pesa contra a siderúrgica a dificuldade de entregar resultados mais sólidos. Pelo menos é isso que os analistas do BTG Pactual acreditam. Nesta matéria do Fernando Pivetti, você confere o que eles esperam para a siderúrgica.
Happy hour em dólar
O dólar foi o principal assunto nas mesas de jantar ao longo da semana e inclusive foi pivô das mais recentes polêmicas de Paulo Guedes. E não poderia deixar de ser o protagonista do podcast Touros e Ursos de hoje. No happy hour do Seu Dinheiro, o Victor Aguiar e eu batemos um papo com você sobre os assuntos que bombaram na semana e também respondemos à pergunta de um ouvinte sobre renda fixa. Aperte o play e confira!
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
