Lembrar do passado é sofrer duas vezes: pedaladas e uma eleição americana
Enquanto aqui o mercado clama por responsabilidade fiscal e austeridade, lá fora os investidores estão sedentos por mais e mais esteróides

O cinema nacional é dotado de alguns episódios icônicos… “Limite", de Mário Peixoto, “Tropa de Elite”, de José Padilha, "Deus e Diabo na Terra do Sol” e “Terra em Transe”, ambos de Glauber Rocha… Ou ainda, em um sentido mais para a comédia, “O Auto da Compadecida” e “Lisbela e o Prisioneiro", os dois de Guel Arraes.
Deste último, especificamente, peguei emprestada a frase que sustentou o título de nosso encontro de hoje. Lembrar do passado é sofrer duas vezes…
Ontem, curiosamente, sofremos uma segunda vez quando a atual equipe econômica ressuscitou um pouco da criatividade fiscal de Arno Augustin.
Dessa vez, o bode expiatório foi o financiamento do Renda Cidadã. Em linhas gerais, Guedes colocou na mesa o uso dos recursos de precatórios e do Fundeb para bancar o programa, os quais se somariam às verbas do Bolsa Família.
Contudo, a utilização de 5% do Fundo de Educação foi considerada uma forma de pedalada fiscal, enquanto a restrição dos recursos destinados ao pagamento de precatórios foi entendida como uma forma de calote (limite de 2% das receitas correntes líquidas para pagar precatórios, agregando o restante ao montante previsto para o Bolsa Família).
Foi o suficiente para o mercado questionar o alinhamento de Guedes para com o regime fiscal e sua suposta agenda liberal. Consequentemente, o Ibovespa perdeu os 95 mil pontos, fechando segunda-feira abaixo da marca. Em dólares, a Bolsa brasileira já cai mais de 40%.
Leia Também
17 X 0 na bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje, com disputa entre Israel e Irã no radar
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Curioso ver como enquanto aqui o mercado clama por responsabilidade fiscal e austeridade por parte do governo, lá fora os investidores estão sedentos por mais e mais esteróides. Tal fator transforma a quente dinâmica das eleições americanas em um ponto-chave para a formação de expectativas dos agentes.
Basicamente, se o projeto de estímulos de US$ 2,4 trilhões não for aprovado antes da eleição, o mesmo pode não ser votado até janeiro. Isso, combinado com o aumento de casos de Covid na Europa e em outros lugares ao redor do mundo, pode levar às temidas expectativas de crescimento mais baixas em um momento em que o mercado já está pressionado.

Há quem diga ainda que não há mais chance de estímulo antes da eleição agora que Barrett foi indicada por Trump para a cadeira vaga na Suprema Corte.
Ruim para o dólar no curto prazo?
Talvez, tanto que o DXY caiu ontem.
Mas, ainda assim, a fragilidade idiossincrática nacional parece mais forte do que a fraqueza da moeda americana no âmbito global.
A questão que se coloca é se em algum momento esse vício por liquidez vai acabar, ou ainda, qual será o preço que pagaremos por tamanha exacerbação monetária e fiscal…
Hoje, nós já navegamos em mares nunca dantes navegados. A maneira como trataremos esse quadro fiscal será muito importante na próxima década — enquanto o crescimento for maior que o juros, o jogo funciona, mas e se o quadro se inverter? Nesse sentido, vale acompanhar o debate de hoje à noite entre Biden e Trump.

Por isso, tenho ficado de olho nos metais preciosos.
Venho falando deles desde que o ouro encostou na marca de US$ 1.400 a onça-troy, ressaltando os benefícios de se ter ouro e prata em carteiras já diversificadas e balanceadas.
Existem benefícios comprovados de se carregar um pouco de metais, algo como não mais de 5%, nas carteiras de investidores sofisticados.
Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
Para mais ideias como essa, vale conferir a assinatura best-seller da Empiricus, a série Palavra do Estrategista. Nela, Felipe Miranda, Estrategista-Chefe e Sócio Fundador da casa de análise, compartilha seus melhores insights de investimentos para os mais variados perfis de investimento
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas
Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade
As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana