Sobre o montinho crescendo embaixo do tapete universal
Como o mundo que habitamos se tornou aquilo que é hoje?
Empresas com boas ideias (ok, algumas com péssimas ideias) conseguem abrir capital e financiar seus planos a um custo módico, por meio da Bolsa.
Em troca, acionistas que acreditam na estratégia dessas empresas ganham junto caso elas tenham sucesso, e perdem junto caso elas fracassem.
Justo, não?
Há uma ordem nas coisas. E transparece certa beleza estética através dessa ordem.
Sinceramente, não estou preocupado com as causas que nos levaram a ser o que somos.
Até porque, para uma série de eventos químicos e biológicos caprichosamente encadeados, não houve causa alguma, apenas chance, co-incidência molecular ou genética.
Mas, mesmo nos entrelaçamentos puramente randômicos, uma enorme energia foi despendida pela natureza para chegar até onde chegamos. Sobre isso não há dúvidas.
O home broker no qual você faz login, clica em compra/venda e baixa notas de corretagem para calcular DARFs foi assim configurado devido a uma corajosa conversão energética, contra tudo e contra todos.
O empenho de tamanha energia reduziu o nível de entropia em uma determinada esquina do universo (no caso, a sua esquina) e aumentou mais do que proporcionalmente o total de entropia no restante do universo.
É o que diz a segunda lei da termodinâmica.
Quanto mais ordenado e determinístico se tornar o ecossistema com o qual interagimos, mais ricos nos tornamos.
Como consequência natural, maior o grau de desordem imposto ao universo como um todo.
Para progredir, vamos jogando desordem para baixo do tapete universal.
Diante desse princípio inequívoco, os utilitaristas podem vir a argumentar que o tapete é grande demais (93 bilhões de anos-luz de diâmetro) para que isso represente um obstáculo prático à nossa capacidade de enriquecer.
Ou seja, o Sol pararia de brilhar muito antes de atingirmos um limite de entropia ao progresso humano.
Pode ser, mas não é esse o ponto mais interessante da história.
O ponto mais interessante é que parece existir um trade-off natural aí, entre riqueza e previsibilidade. Para ficar rico, você tem que abrir mão de algum grau de previsibilidade.
Ironicamente, queremos enriquecer em busca de segurança adicional para nós mesmos e nossas famílias, mas temos que abrir mão de segurança para poder enriquecer.
E isso vale também coletivamente.
Uma bandeira nacional pode até sonhar com ordem & progresso, mas a bandeira universal não consegue alimentar esse sonho. Para o universo, a lei entrópica é de desordem & progresso.
Inserida no teatro universal, desconfio que a realidade histórica brasileira também seja essa, de desordem & progresso, mas não ficaria tão bonito na bandeira.
De qualquer forma, entre desordem & progresso e ordem & regresso, eu fico com a primeira combinação.
A simplicidade é a maior das sofisticações na hora de investir
Para a tristeza dos estudiosos das Finanças, num daqueles paradoxos do conhecimento, quanto mais nos aprofundamos, parece que cavamos cada vez mais no subterrâneo
Marcas da independência: Vitreo agora é Empiricus Investimentos
Com a mudança de nome, colhemos todos os benefícios de uma marca única, com brand equity reconhecido e benefícios diretos, imediatos e tangíveis ao investidor
Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?
Investidores de varejo e institucionais migraram centenas de bilhões em ativos mais arrojados para a renda fixa, o maior volume de saída da história do mercado de fundos
Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge
Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade
Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana
Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora
Rodolfo Amstalden: O elogio que nem minha mãe me fez
Em mercados descontados que ainda carregam grandes downside risks, ganha-se e perde-se muito no intraday, mas nada acontece no dia após dia
Degrau por degrau: Confira a estratégia de investimento dos grandes ganhadores de dinheiro da bolsa
Embora a ganância nos atraia para a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, a realidade é que quem ganha dinheiro com ações o fez degrau por degrau
Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil
Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais
Você está disposto a assumir riscos para atingir seus sonhos e ter retornos acima da média?
Para Howard Marks, você não pode esperar retornos acima da média se você não fizer apostas ativas. Porém, se suas apostas ativas também estiverem erradas, seus retornos serão abaixo da média
Rodolfo Amstalden: Qual é o mundo que nos aguarda logo à frente?
O mercado inteiro fala de inflação, e com motivos; afinal, precisamos sobreviver aos problemas de curto prazo. Confira as lições e debates trazidos por John Keynes
Leia Também
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas
-
3
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+