Quer ser sócio?
Só neste ano de 2020, mesmo com toda a volatilidade provocada por uma pandemia mundial, cerca de 1,1 milhão de pessoas físicas ingressaram na Bolsa, segundo dados da B3 até julho
Se a Bolsa sobe ou cai, tanto faz. Eu pensava assim durante os anos em que me dedicava a acompanhar diariamente o vaivém do IBOV como jornalista. Gostava mesmo quando o índice “disparava” ou “despencava”, já que, nesses dias, o texto de mercados geralmente era promovido à capa no caderno de Economia. Obviamente, eu não era investidora nessa época.
Desde que passei a ter minha própria pele em jogo, quando vim para a Empiricus, a coisa mudou de figura, claro. Abro mão das fortes emoções e priorizo a multiplicação do meu patrimônio. Se a Bolsa sobe, nós, investidores, somos felizes. Como vocês três leitores do Felipe estão acostumados a ler aqui neste espaço, “o mundo é dos praticantes”. Aliás, se tem uma lição que você aprende quando trabalha na Empiricus — e também quando se torna assinante — é justamente essa: colocar o pé na água.
A primeira vez que visitei a B3 (na época ainda era BM&FBovespa) foi nos tempos de recém-formada, em 2010, para cobrir o lançamento de uma iniciativa que tinha o objetivo de popularizar o investimento em ações. Mal dava para andar na Rua XV de Novembro, no Centro, de tanta gente aglomerada na porta da Bolsa — não disposta a investir, mas a pedir um autógrafo e tirar fotos com o garoto-propaganda da campanha “Quer ser sócio?”, o Pelé.
E o que tem a ver Pelé e Bolsa? Segundo os responsáveis pela campanha, era importante que o investidor inexperiente soubesse que as ações de uma empresa podem ter seus altos e baixos, assim como teria sido a trajetória do ex-jogador do Santos. Entende? Nem eu. Sei que ao fim do evento um colega perguntou ao Pelé se seu histórico de investidor em ações era tão vitorioso quanto o de atleta, e ele respondeu algo como: “Ações? Nunca. Invisto em imóveis, que me deram segurança”.
Há quem culpe até hoje o Pelé pela zica. Isso porque, naquele dia, foi anunciada a ambiciosa meta de alcançar 5 milhões de CPFs cadastrados na Bolsa em cinco anos, ou seja, até 2015. Hoje, nos aproximamos da marca dos 3 milhões, sendo que o salto mesmo se deu mais recentemente.
Só neste ano de 2020, mesmo com toda a volatilidade provocada por uma pandemia mundial, cerca de 1,1 milhão de pessoas físicas ingressaram na Bolsa, segundo dados da B3 até julho. Isso diante da percepção de que, se quiserem mais retorno em um mundo de juros baixos, não há outra alternativa serão correr mais risco. Há ainda a influência das redes sociais e do fenômeno FOMO, o tal medo de ficar de fora.
Em meio a essa mudança estrutural que tem acontecido no mercado de captais, nós comemoramos cada avanço da indústria no sentido de tornar mais acessíveis boas alternativas para o investidor de varejo.
Aliás, o mais recente brinde foi na semana passada, à decisão da CVM de liberar o investimento em todos os tipos de BDRs para a pessoa física, a partir do mês que vem. Por enquanto, o acesso aos principais recibos de ações negociados na B3 e lastreados em empresas estrangeiras é restrito a investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão). Uma ótima alternativa para quem quer molhar o pé em águas internacionais.
Mas voltando aos números na Bolsa, lembro de um estudo mais aprofundado, divulgado pela B3 em abril, que esmiuçava o perfil do novo investidor de renda variável. A conclusão é que ele é jovem, entre 25 e 39 anos, e o valor mínimo do investimento é baixo; grande parte ingressa no mundo das ações com aportes de até R$ 500.
Neste momento, apesar de ficar feliz com o aumento dos CPFs na Bolsa, o que é o passo mais importante na jornada do investidor — agora um praticante —, não deixo de pensar em como esse portfólio de R$ 500 ou R$ 1 mil estará concentrado em poucos papéis. Uma alternativa para aportes mais baixos seria até comprar um ETF que replica o Ibovespa, para assim se expor a um número maior de ações.
Mas se você quiser ter, mesmo com um investimento mais baixo, um portfólio selecionado por equipes experientes, trabalhando para te entregar um retorno acima da média em ações, nosso trabalho é levar até você os nomes dos melhores gestores do mercado brasileiro. Na nossa lista, com aporte a partir de R$ 1 mil, você encontra o caminho para carteiras diversificadas e estratégias para surfar as oportunidades que a crise recente abriu, aos olhos dos nossos gestores preferidos. Conheça melhor suas opções aqui. Só não deixe de molhar o pé.
A simplicidade é a maior das sofisticações na hora de investir
Para a tristeza dos estudiosos das Finanças, num daqueles paradoxos do conhecimento, quanto mais nos aprofundamos, parece que cavamos cada vez mais no subterrâneo
Marcas da independência: Vitreo agora é Empiricus Investimentos
Com a mudança de nome, colhemos todos os benefícios de uma marca única, com brand equity reconhecido e benefícios diretos, imediatos e tangíveis ao investidor
Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?
Investidores de varejo e institucionais migraram centenas de bilhões em ativos mais arrojados para a renda fixa, o maior volume de saída da história do mercado de fundos
Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge
Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade
Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana
Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora
Rodolfo Amstalden: O elogio que nem minha mãe me fez
Em mercados descontados que ainda carregam grandes downside risks, ganha-se e perde-se muito no intraday, mas nada acontece no dia após dia
Degrau por degrau: Confira a estratégia de investimento dos grandes ganhadores de dinheiro da bolsa
Embora a ganância nos atraia para a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, a realidade é que quem ganha dinheiro com ações o fez degrau por degrau
Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil
Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais
Você está disposto a assumir riscos para atingir seus sonhos e ter retornos acima da média?
Para Howard Marks, você não pode esperar retornos acima da média se você não fizer apostas ativas. Porém, se suas apostas ativas também estiverem erradas, seus retornos serão abaixo da média
Rodolfo Amstalden: Qual é o mundo que nos aguarda logo à frente?
O mercado inteiro fala de inflação, e com motivos; afinal, precisamos sobreviver aos problemas de curto prazo. Confira as lições e debates trazidos por John Keynes