🔴 VEM AÍ: ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – INSCREVA-SE GRATUITAMENTE

Quanto vale um almoço grátis

Menos apontadas do que os benefícios – justamente por serem mais difíceis de medir –, mas também existem desvantagens em uma diversificação exagerada.

11 de setembro de 2020
12:07
diversificação
diversificação - Imagem: Shutterstock

De um lado do ringue, os megainvestidores e bilionários – cada um à sua época – Warren Buffett, Jesse Livermore e Gerald Loeb.

De outro, vestindo luvas azuis, representantes da Teoria Moderna do Portfólio como Harry Markowitz e William Sharpe e, de penetra, o matemático e financista Nassim Taleb.

Concentrar ou diversificar, eis um dos desafios clássicos ao montar um portfólio de ações.

Embora o segundo grupo esteja vencendo essa batalha intelectual há 60 anos, pode parecer contraintuitivo que apenas a velha guarda do primeiro tenha frequentado as páginas da Forbes.

Não por acaso, já ouvi por aí o argumento falacioso de que diversificar os investimentos não faria sentido, justamente porque as pessoas mais ricas do mundo seriam muito concentradas em seus negócios e investimentos.

O objeto da falácia é estatístico, apontando causalidade onde não existe ao ignorar que há um número infinitamente maior de pessoas que concentram suas vidas ou seus portfólios em alguns poucos fatores sem ser bilionárias do que o contrário.

Leia Também

Dito isso, a evidência matemática ex-post a favor da diversificação é robusta: um fundo de ações que tenha uma carteira bem diversificada e com ativos pouco correlacionados tem como resultado uma volatilidade menor.

Porém, a afirmação acima, mesmo que verdadeira, ainda levanta questões relevantes como: i) o número ideal de ações de um portfólio; ii) o nível ideal de correlação entre elas; e iii) a validade da volatilidade como melhor métrica para medir o resultado de uma boa diversificação.

Sem a pretensão de ter respostas exatas, uma boa diretriz é imaginar algo como entre 15 e 25 ações para um fundo tradicional de ações brasileiras, acima do proposto em mercados mais desenvolvidos, dado que nossa Bolsa é relativamente pequena e pouco líquida, o que empurraria as correlações para cima.

Sobre volatilidade, não tenho dúvidas de que há maneiras mais adequadas de medir os benefícios da diversificação.

Se, por exemplo, um gestor adiciona ao seu portfólio a ação de uma empresa que tem sucessivamente surpreendido de maneira positiva seus investidores, é possível que sua volatilidade aumente sem que isso implique aumento de risco, já que oscilações para cima não devem ser consideradas na definição de risco, a principal crítica à volatilidade.

Outros indicadores como "drawdown" (perda máxima) ou "downside risk" (desvios abaixo de um índice de referência) podem representar melhor essa redução de risco do que a volatilidade.

E o outro lado da moeda? Quando diversificar passa dos limites e o almoço continua sendo grátis, mas agora é cobrada do investidor a taxa de entrega?

Menos apontadas do que os benefícios – justamente por serem mais difíceis de medir –, mas também existem desvantagens em uma diversificação exagerada.

A primeira é matemática: os benefícios de adicionar uma nova ação ao portfólio são marginalmente decrescentes, isto é, cada vez menores. O ganho obtido ao adicionar a segunda ação ao portfólio é bem maior do que ao adicionar a vigésima.

Mais indiretos, há dois outros efeitos que podem ir além e tornar um portfólio diversificado demais em algo pior do que um mais concentrado: monitoramento da carteira e custos de transação.

O psicólogo americano George Miller estabeleceu, através de uma série de experimentos, que nossa consciência pode manejar sete, mais ou menos dois, blocos de informação ao mesmo tempo. Acima disso, nossa capacidade de atenção seria dissipada e poderíamos incorrer em perdas de habilidades cognitivas.

Logo, o leitor deve concordar que não há qualidade mais importante para um gestor e sua equipe do que a habilidade cognitiva e a capacidade de estudar, analisar e interpretar dados com qualidade e profundidade. O risco é de que ações demais em carteira possam prejudicar suas tomadas de decisão.

O outro efeito são os maiores custos de transação. Por ter mais posições e posições menores, uma carteira muito diversificada deve incorrer em desenquadramentos passivos com maior frequência e maior giro de carteira.

Nessa rivalidade entre concentração e diversificação, há um grupo de gestores que costumam se destacar: os fundos de private equity.

Se a diversificação é melhor, por que esses gestores costumam ter entre duas e três vezes menos empresas no portfólio do que fundos tradicionais de ações? E como obtêm, historicamente, um retorno superior aos seus pares mais líquidos?

A resposta pode estar na frase cunhada pelo Joe Ponzio, fundador do portal de investimentos F Wall Street: diversificação é inversamente proporcional à confiança.

Em outras palavras, se você tem certeza de que uma ação subirá mais do que qualquer outra, deveria colocar 100% do capital nela. Quanto menor a confiança, mais deve diversificar, protegendo-se do que não sabe.

Nesse sentido, indiquei recentemente aos assinantes da série Os Melhores Fundos de Investimento um fundo de ações listadas de uma tradicional gestora de private equity com mais de R$ 70 bilhões sob gestão.

A boa nova é que a Vitreo, com a agilidade que lhe é característica para com seus investidores – muitos dos quais também são assinantes da Empiricus –, vai disponibilizar esse fundo, a partir de segunda-feira, pela primeira vez em uma plataforma de investimentos (na XP, o investimento pode ser feito apenas via agente autônomo) e com o modelo de cashback que reduzirá o custo efetivo pago pelo investidor, ao devolver uma parcela da taxa de administração.

Acumulando retorno de 490% em seis anos, com 180 profissionais atuando na estrutura de private equity e uma carteira focada em apenas 8 empresas de maior convicção, esta é, na minha opinião, a exceção que foge à regra, a pitada de concentração que vale a pena ter em seu portfólio diversificado de fundos de ações.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O elogio que nem minha mãe me fez

25 de agosto de 2022 - 12:02

Em mercados descontados que ainda carregam grandes downside risks, ganha-se e perde-se muito no intraday, mas nada acontece no dia após dia

EXILE ON WALL STREET

Degrau por degrau: Confira a estratégia de investimento dos grandes ganhadores de dinheiro da bolsa

24 de agosto de 2022 - 13:57

Embora a ganância nos atraia para a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, a realidade é que quem ganha dinheiro com ações o fez degrau por degrau

EXILE ON WALL STREET

Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil

22 de agosto de 2022 - 12:25

Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais

EXILE ON WALL STREET

Você está disposto a assumir riscos para atingir seus sonhos e ter retornos acima da média?

19 de agosto de 2022 - 13:50

Para Howard Marks, você não pode esperar retornos acima da média se você não fizer apostas ativas. Porém, se suas apostas ativas também estiverem erradas, seus retornos serão abaixo da média

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Qual é o mundo que nos aguarda logo à frente?

18 de agosto de 2022 - 11:45

O mercado inteiro fala de inflação, e com motivos; afinal, precisamos sobreviver aos problemas de curto prazo. Confira as lições e debates trazidos por John Keynes

EXILE ON WALL STREET

Novas energias para seu portfólio: Conheça o setor que pode impedir a Europa de congelar — e salvar sua carteira

17 de agosto de 2022 - 12:55

Para aqueles que querem apostar no segmento de energia nuclear, responsável por 10% da energia do mundo, é interessante diversificar uma pequena parcela do capital

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Está na hora de você virar um investidor qualificado

16 de agosto de 2022 - 15:03

No longo prazo, produtos de investimento qualificado podem ter uma rentabilidade média maior e permitem maior diversificação

EXILE ON WALL STREET

É melhor investir em bolsa ou em renda fixa no atual momento dos mercados financeiros?

15 de agosto de 2022 - 12:39

A resposta continuará sendo uma carteira devidamente diversificada, com proteções e sob a âncora de valuations suficientemente descontados

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Foi tudo graças à peak inflation

11 de agosto de 2022 - 11:07

Imagine dois financistas sentados em um bar. Um desses sujeitos é religioso, enquanto o outro é ateu. Eles discutem sobre a eventual existência de bull markets

EXILE ON WALL STREET

Beta, e depois alpha: Saiba por que você precisa saber analisar a temporada de balanços antes de montar sua carteira

8 de agosto de 2022 - 12:38

Depois de muito tempo de narrativas sobre juros, inflação e recessão, talvez estejamos entrando num momento em que os resultados individuais voltam a ser relevantes

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Uma ideia de research jamais poderá salvar sua alma

4 de agosto de 2022 - 11:15

Venho escrevendo relatórios de research há quase 15 anos, e ainda não aprendi uma lição: a de que não é possível alcançar consolo para os nossos lutos através da explicação

EXILE ON WALL STREET

Más notícias virando boas notícias? Saiba como queda no PIB dos EUA pode beneficiar seus investimentos

3 de agosto de 2022 - 13:14

Investidores enxergaram nesse dado ruim a possibilidade de o Fed reduzir o aperto monetário. Desde então, os índices americanos valorizaram mais de 10%. Mas será que é para ficar animado?

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Dez lições de um fracassado

2 de agosto de 2022 - 13:10

Após escrever um best-seller sobre o sucesso, hoje resolvi falar sobre o fracasso. Confira uma dezena de coisas que muito possivelmente você não vai ouvir por aí

Educação formal

Por que uma certificação ainda vale muito para trabalhar no mercado financeiro

31 de julho de 2022 - 12:15

Longe de mim desmerecer o conhecimento empírico, mas ter um certificado que comprove a sua expertise ainda é fundamental no mundo dos investimentos

EXILE ON WALL STREET

O que é preciso para alcançar os melhores resultados em investimentos

29 de julho de 2022 - 12:55

Os melhores resultados não costumam vir das nossas melhores intenções, mas das melhores leituras de cenário.

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Como se não bastasse, a crise hídrica nas bolsas mundiais voltou

28 de julho de 2022 - 12:30

O Ibovespa rompeu a barreira dos 100 mil pontos 8 vezes desde junho, sem sair do lugar, e os investidores estão perdendo dinheiro com tantos pregões que não levam a lugar nenhum

EXILE ON WALL STREET

Como lidar com o desconhecido? Saiba como analisar os cenários no mundo e encontrar oportunidades de investimento

27 de julho de 2022 - 12:32

Minha sugestão é a diversificação de seu portfólio de investimentos e a ampliação do seu horizonte temporal para se apropriar dos diversos prêmios de risco ao longo do tempo

EXILE ON WALL STREET

Será possível retornar à era de ouro dos grandes fundos de ações?

25 de julho de 2022 - 11:47

O jogo está estruturalmente mais difícil, por conta da maior competição, das restrições impostas pelo tamanho e pela menor assimetria de informação

EXILE ON WALL STREET

E o Oscar de melhor fundo no curto prazo vai para…

22 de julho de 2022 - 13:26

Nas crises, o investidor inteligente é aquele que sobrevive. Para isso, deve-se preferir a consistência de bons retornos à raridade de desempenhos excepcionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Nasci 300 mil anos atrás, sou quase um bebê

21 de julho de 2022 - 11:03

Somos mais frágeis do que gostaríamos de admitir. Mas, se tomássemos em plena conta essa fragilidade, faltaria confiança para seguirmos adiante

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar