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Qual seu jogo de videogame favorito: Fifa, Pes ou Home Broker?

Estamos transformando a Bolsa num cassino, quando deveria ser exatamente o contrário.

1 de junho de 2020
11:52 - atualizado às 13:25
Home broker
Home broker - Imagem: Shutterstock

Eu não jogo videogame. Eu jogo videogame com o meu filho. São duas coisas muito diferentes.

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Não tenho qualquer paciência para a primeira atividade. Já a segunda tem sido uma das maiores (e melhores) atrações desta quarentena. Jogamos no mesmo time — eu e o João, jamais um contra o outro —, e o nosso Corinthians está imbatível nesta temporada.

Minha dica de investimento de hoje é esta: em tempos de poucas escolhas sobre o que fazer, escolha o videogame certo. Pode ser Playstation ou Xbox, FIFA ou PES. Por favor, nunca o home broker.

O dilema da escolha é implacável. Infelizmente, muitos têm feito a opção errada.

Explico o contexto em que a afirmação é feita.

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Na quarta-feira passada, as ações da Hertz foram as mais negociadas de toda a Bolsa americana, com um volume de US$ 264 milhões, representando o dobro de ações transacionadas da GE, as segundas em termos de giro. Os papéis da Hertz chegaram a subir 168%, depois reduziram a alta. Isso aconteceu logo após a empresa entrar com pedido de falência e inundar o mercado com 500 mil carros.

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Quem está por trás dessa atividade frenética com as ações da Hertz? Basicamente, o investidor de varejo. A imagem abaixo mostra a evolução do preço das ações e do número de acionistas da companhia.

Enquanto a pessoa física comprava, o smart money vendia. O bilionário Carl Icahn, anteriormente maior acionista de Hertz, se desfez de sua posição na semana anterior de acordo com a Bloomberg, tendo afirmado concordar com a decisão dos gestores da empresa de entrar com pedido de falência, mediante grandes dificuldades financeiras enfrentadas pela firma.

Eu não tenho qualquer interesse particular nas ações da Hertz. Imagino que você também não tenha. A questão aqui, porém, não é particular. Ela é geral. Essa dinâmica tem refletido um comportamento típico e, ainda mais interessante, mundial do investidor pessoa física. Ele tem comprado ações de empresas em dificuldades financeiras, atraído por uma expectativa de altíssimo retorno, ignorando métricas canônicas de risco e princípios elementares de diversificação. 

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Atrás de uma grande porrada, o investidor concentra demais em nomes de altíssimo risco, sem ponderar as chances de arcar com uma perda permanente e definitiva. 

O comportamento visto agora em Hertz é uma repetição do ocorrido algumas semanas antes com as empresas aéreas. Diante das grandes dificuldades setoriais e logo após Warren Buffett ter anunciado a zeragem de suas posições no setor, o número de acionistas das aéreas só fez aumentar, conforme sintetizado no Twitter de Jim Blanco:

O que me preocupa nessa história: será mesmo que as pessoas físicas dispõem de elementos melhores de análise sobre Hertz ou sobre aéreas do que Carl Icahn e Warren Buffett? Argumentos de autoridade à parte, será mesmo que o investidor de varejo carrega consigo elementos suficientes para avaliar se empresas em sérias dificuldades financeiras gozam de boas chances de recuperação à frente?

Fico assustado com a hipótese de que não estejamos aqui fazendo, de fato, um investimento, mas, sim, uma aposta, um jogo qualquer. Investir, na definição de Aswath Damodaran, é comprar algo por menos do que aquilo vale. Sejamos sinceros: qual é a chance de essas pessoas estarem comprando Hertz ou empresas aéreas a partir de uma análise embasada sobre quanto aquilo vale?

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Estamos transformando a Bolsa num cassino, quando deveria ser exatamente o contrário. Com seu brilhantismo típico, Robert Rubin certa vez afirmou que o investimento pode ser visto como um prática antagônica ao ato de jogos de azar. No cassino, as probabilidades estão a favor da banca, contra você. Na Bolsa, quando o processo é bem feito, as probabilidades estão a seu favor. 

Quando simplesmente passamos a comprar coisas que caíram demais atrás de uma supermultiplicação, sem ponderar os riscos associados, estamos apenas apostando. O investimento deveria contemplar uma distribuição de eventos futuros à frente, ponderados pelas respectivas probabilidades atreladas. Não é isso que se tem observado. A análise e a ciência têm dado lugar a jogatina, a facções, a apostas. O suposto investidor, em muitas situações, virou apenas um torcedor.

Façamos um exercício rápido. Veja você mesmo o que aconteceu com a base acionária de Via Varejo, PetroRio, Azul, Gol, CVC, IRB, Oi e Cogna. Agora compare essa dinâmica com, por exemplo, aquela de Hypera, Itaúsa, Alupar, Fleury, Raia Drogasil, Localiza, Cosan e outras empresas consideradas quality. A única curva de crescimento que conseguimos achatar foi a do segundo grupo. 

É uma subversão da lógica. Se há uma grande expansão do número de pessoas físicas em Bolsa, esses novatos deveriam começar a nova atividade justamente com casos mais fáceis e óbvios, em vez de arriscarem-se em nomes de alta complexidade, cuja análise é mais difícil mesmo para profissionais treinados. Nenhum motorista tira sua carteira de habilitação e vai de imediato disputar o Grande Prêmio de Mônaco na chuva. 

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Abandonamos a racionalidade estrita motivados por um dos mais elementares desejos humanos, a ganância, o ímpeto imoderado por ganhar muito sem contemplar apropriadamente os meios para isso e os riscos do processo.

Em resumo, o perigo aqui é o de as pessoas estarem fazendo algo sem saber exatamente os riscos a que estão submetidas. Se o mercado continuar seu processo de recuperação e essas pessoas físicas conseguirem rapidamente lucrar com suas posições, atravessaremos sem grandes problemas. Agora, de novo, tudo é uma distribuição de probabilidades. Se, por outro lado, eventualmente voltarmos a ter dias mais sombrios e a flertar com uma dinâmica típica de bear market, muita gente poderá sair machucada. 

O home broker não é — ou, ao menos, não deveria ser — o videogame de mais sucesso desta quarentena.

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