🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

O grande teste de 2020

Exercícios de futurologia revelam muito pouco sobre o potencial de sucesso que você terá nos seus investimentos. Podem te render, no máximo, trocados em um bolão entre amigos ou assunto para mesa de bar

10 de julho de 2020
11:18
futuro, cartomante
Imagem: Shutterstock

Selecione a alternativa que melhor descreve o atual cenário e as perspectivas para o segundo semestre de 2020:

A) “A recessão global ficou restrita à primeira metade do ano, com o pior momento em abril. A recuperação vai ser mais rápida do que se imaginava, em formato de ‘V’. No Brasil, o terceiro trimestre será de consumo muito forte, com uma boa pernada quando as cidades reabrirem, já que a massa salarial não foi tão afetada. É hora de estar bem comprado em Bolsa, diversificado entre ações de qualidade e cíclicas.”

B) “O nível de incerteza em relação à recuperação global segue elevado, apesar de as intervenções dos grandes bancos centrais continuarem dando suporte aos mercados. No Brasil, o principal risco à retomada é a adoção de novas medidas de distanciamento social para conter o avanço do coronavírus. Apesar da cena política mais favorável, as discussões no âmbito fiscal sugerem uma preocupante escalada dos gastos públicos.”

C) “A Bolsa está cara. Os preços já andaram muito e fica mais difícil encontrar boas oportunidades. Por mais que as coisas se normalizem, os lucros não vão crescer tanto. As melhores alternativas estão na Bolsa americana. A grande onda secular no mundo será a de empresas ‘verdes’, deixando as gigantes de tecnologia em segundo plano. Outra tendência é o enfraquecimento do dólar globalmente.”

Não importa qual opção você tenha escolhido. Acertar não é o mais importante. Exercícios de futurologia revelam muito pouco sobre o potencial de sucesso que você terá nos seus investimentos. Podem te render, no máximo, trocados em um bolão entre amigos ou assunto para mesa de bar — no dia em que os bares voltarem de verdade.

No mundo dos fundos, a principal lição que 2020 tem ensinado ao investidor é: em vez de tentar adivinhar qual cenário vai se concretizar, o mais importante é se expor a diferentes probabilidades. O quão diversificado e versátil é o seu portfólio? Esse sim é o indicativo mais fiel sobre suas chances de ampliar seu retorno potencial neste ano e nos próximos.

As teses que apresentei no início deste texto são de grandes gestores de multimercados brasileiros, com quem temos conversado incansavelmente aqui na série Melhores Fundos de Investimento para entender como estão se posicionando para o restante do ano. E, como deve ter ficado nítido, as teses estão longe de convergir para um consenso. Encare cada uma como ingredientes complementares para montar um portfólio diversificado.

Fazendo uma breve retrospectiva, soa ingênuo, mas começamos o ano sob forte otimismo aqui no Brasil. No fim de fevereiro, os índices acionários rondavam as máximas quando a equipe da Ibiuna, nosso multimercado com melhor desempenho no primeiro semestre, decidiu zerar posições nas Bolsas, “com dor no coração”, em meio a preocupações sobre o vigor da economia chinesa diante do surto de um novo coronavírus na Ásia.

A decisão foi tomada na véspera do feriado de Carnaval. Resultado: na Quarta-feira de Cinzas, o fundo passou ileso pelo tombo de 7% do Ibovespa, uma ressaca mal curada que chamaria uma sequência de seis circuit breakers na B3 em março. É claro que a tese não era de uma pandemia que ganharia proporções globais, pararia a economia mundial e mataria mais de meio milhão de pessoas — quem falasse isso à época seria considerado alarmista.

Miraram no que viram e acertaram no que não viram? Pode ser. Mas o que mais gosto nessa história da Ibiuna é que o principal vetor do bom rendimento no primeiro semestre (+10,3%) não foi esse acerto na Bolsa. Foram as posições estratégias no mercado de juros, antecipando-se à mudança de postura dos grandes bancos centrais, que, como se sabe hoje, lançaram mão de estímulos sem precedentes para lidar com os efeitos da crise global. Também ganharam com estratégias de proteção.

E tão importante quanto a direção, é corrigir a rota. Impossível não lembrar do Verde, de Luis Stuhlberger, que aumentou exposição em Bolsa logo após a piora dos mercados, mas que depois admitiu que a posição foi montada cedo demais. E quem vai julgar?

Este ano tem sido um teste e tanto para os gestores, mas para o investidor é uma grande oportunidade para conhecer melhor os especialistas que fazem a gestão do seu dinheiro. E ainda bem que não existe limite nem número ideal de fundos para compor uma carteira de investimento. Viva a diversificação.

Antes de me despedir, um alerta. Com o encerramento do primeiro semestre, logo surgirão os rankings de fundos que mais renderam no ano. Como sempre reforçamos, desempenho de curto prazo diz muito pouco sobre a qualidade de um fundo. Salvo raras exceções, quem entregou retorno muito superior em um cenário difícil de ler como este, não é porque é gênio, é porque tomou risco excessivo. Fuja.

E se ficou curioso para saber quem são os autores das teses que listei no começo do texto, eu te conto na próxima terça-feira, aqui.

Compartilhe

EXILE ON WALL STREET

A simplicidade é a maior das sofisticações na hora de investir

12 de setembro de 2022 - 18:55

Para a tristeza dos estudiosos das Finanças, num daqueles paradoxos do conhecimento, quanto mais nos aprofundamos, parece que cavamos cada vez mais no subterrâneo

EXILE ON WALL STREET

Marcas da independência: Vitreo agora é Empiricus Investimentos

5 de setembro de 2022 - 8:43

Com a mudança de nome, colhemos todos os benefícios de uma marca única, com brand equity reconhecido e benefícios diretos, imediatos e tangíveis ao investidor

EXILE ON WALL STREET

Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?

2 de setembro de 2022 - 11:47

Investidores de varejo e institucionais migraram centenas de bilhões em ativos mais arrojados para a renda fixa, o maior volume de saída da história do mercado de fundos

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge

1 de setembro de 2022 - 13:27

Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade

EXILE ON WALL STREET

Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana

29 de agosto de 2022 - 11:25

Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O elogio que nem minha mãe me fez

25 de agosto de 2022 - 12:02

Em mercados descontados que ainda carregam grandes downside risks, ganha-se e perde-se muito no intraday, mas nada acontece no dia após dia

EXILE ON WALL STREET

Degrau por degrau: Confira a estratégia de investimento dos grandes ganhadores de dinheiro da bolsa

24 de agosto de 2022 - 13:57

Embora a ganância nos atraia para a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, a realidade é que quem ganha dinheiro com ações o fez degrau por degrau

EXILE ON WALL STREET

Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil

22 de agosto de 2022 - 12:25

Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais

EXILE ON WALL STREET

Você está disposto a assumir riscos para atingir seus sonhos e ter retornos acima da média?

19 de agosto de 2022 - 13:50

Para Howard Marks, você não pode esperar retornos acima da média se você não fizer apostas ativas. Porém, se suas apostas ativas também estiverem erradas, seus retornos serão abaixo da média

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Qual é o mundo que nos aguarda logo à frente?

18 de agosto de 2022 - 11:45

O mercado inteiro fala de inflação, e com motivos; afinal, precisamos sobreviver aos problemas de curto prazo. Confira as lições e debates trazidos por John Keynes

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar