🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Alocação não vende; e isso é um bom motivo para comprá-la

Se o leitor soubesse quantos dos clientes mais ricos do país cultivam o hábito de conferir sua conta na corretora diariamente, não acreditaria.

11 de dezembro de 2020
11:29
Diversificação
Imagem: Shutterstock

Durante mais de cinco anos de minha vida, o que eu ganhava com aulas particulares de matemática para alunos do Ensino Fundamental à pós-graduação contribuiu de maneira relevante para minha renda – que não era lá muita coisa na época da faculdade.

Sempre fui fascinado por aprender e ensinar. Acreditava e ainda acredito que, ao ser convidado a entrar na casa de estranhos levando um caderno e algum conhecimento acumulado, eu poderia mudar para sempre o interesse de uma criança sobre aquele tema. De bônus, aprendia junto, reforçando os próprios conceitos que ensinava.

Porém, havia um dilema na profissão que sempre me intrigou – e a partir do momento em que o percebi como relevante, passei a enxergá-lo em outros campos do conhecimento: quanto melhor o desempenho dos alunos, menos precisavam de mim.

Quanto mais queijo suíço, mais buracos. Quanto mais buracos, menos queijo suíço. Logo, quanto mais queijo, menos queijo.

O sofisma acima – que também poderia ser igualmente representado pela ideia recente de um ex-candidato a prefeito sobre o rombo da Previdência – indicava a finitude e a baixa escalabilidade do modelo, sob a ótica capitalista.

Como conciliar dar o seu melhor para que o aluno aprenda e garantir um certo número de recorrência nas aulas ou de indicações entre seus colegas? Por sorte, a vocação sempre venceu o incentivo dúbio, mas isso diz um pouco sobre a indústria de mercado de capitais.

Leia Também

Guardadas as devidas proporções, quanto mais o investidor aprende e se informa, menor é seu desejo de delegar a gestão de recursos a um profissional e mais ele arrisca ser “gestor” de seu próprio fundo.

É natural que seja assim, afinal a curva da autoconfiança passa, necessariamente, por altos e baixos: não sabemos, depois sabemos que não sabemos e, por fim, aprendemos. No meio do processo, achamos que sabemos – e esse é o momento mais desafiador.

Pessoalmente, caminho na direção contrária. Quanto mais aprendo diariamente (e há, disparado, mais coisas das quais não sei do que sei), mais escolho confiar meu patrimônio e o da minha família aos benefícios da diversificação de longo prazo.

O problema é que não há sex appeal na alocação entre classes de ativos. O investidor quer saber o melhor cavalo para 2021, a ação, fundo imobiliário ou criptomoeda que vai dar a grande porrada da vida no ano que vem.

E muitas vezes essa procura é feita sem uma política de investimentos bem construída, essencial na alocação dos grandes investidores não apenas para saber onde se quer chegar e como fazê-lo, mas para não permitir que os vieses comportamentais que todos temos na relação com o dinheiro nos desviem do trilho.

Se o leitor soubesse quantos dos clientes mais ricos do país cultivam o hábito de conferir sua conta na corretora diariamente, não acreditaria.

Por isso, faço questão de dividir com vocês a metodologia que guia nossas decisões de alocação em fundos desde abril deste ano.

De maneira simplificada, só há três formas de ganhar dinheiro, e todas as decisões que tomamos diariamente podem ser encaixadas em uma – e apenas uma – delas.

No primeiro nível, o investidor disciplinado decide qual é o modelo de alocação no longo prazo em que irá basear sua carteira. O quanto você deveria ter de cada classe de ativos para garantir o futuro da sua família e das próximas gerações, aconteça o que acontecer?

É o que chamamos de alocação estratégica. Nesta decisão inicial, maior sofisticação é maior diversificação: quanto menos concentrado – em ações, por exemplo – e mais exposto a diferentes fatores de risco, classes de ativos, geografias e moedas, mais próximo o investidor estará da consistência e da cabeça dos grandes profissionais.

Na sequência, é natural que também existam irracionalidades e oportunidades temporárias no mercado e que o investidor queira e deva se aproveitar delas, caso as identifique no momento certo. Quando é válido aumentar a exposição em Bolsa, reduzir a parcela em caixa ou comprar mais dólar como proteção, por exemplo?

Os desvios temporários à sua carteira da vida inteira são chamados de alocação tática e representam apostas de curto e médio prazo, bem mais difíceis do que o nível anterior.

Por fim, a implementação. É só após as decisões de alocação estratégica e tática que o investidor deveria pensar no que comprar: ao decidir ter 10% em títulos indexados à inflação ou 3% em small caps, em que fundo investir?

Já a seleção de gestores pode ser onde o leitor mais identifique a essência da série Os Melhores Fundos de Investimento, por exemplo. E, de fato, o relacionamento com a indústria e a busca pelos melhores gestores em cada classe de ativo é um trabalho de dedicação infinita.

As três decisões se completam e são independentes entre si: é possível montar uma alocação de longo prazo justa, errar no call de que a Bolsa subirá, por exemplo, mas estar investido em um fundo que bata o Ibovespa, tudo ao mesmo tempo.

Alocação não vende, eu sei. Não tem o charme das ações, fundos imobiliários, opções ou criptomoedas, mas como eu poderia deixar de sugerir aquilo em que mais acredito?

Para o investidor delegador, que prefere confiar sua grana a gestores de bilhões de reais, o investimento em fundos pode ser uma ótima opção, especialmente se considerados os três níveis de tomada de decisão.

Desde que incluímos a classe de juros reais no portfólio, por exemplo, o investidor já ganhou mais de 12% nesse book em pouco mais de oito meses.

Já o FoF Melhores Fundos, fundo da Vitreo que se inspira em nossa principal carteira de fundos, acumula ganhos superiores a 18% em pouco mais de um ano e meio, ante CDI de 6,97%.

Então, agora que você já conhece a Empiricus e os princípios de alocação que nos guiam, deixo o convite para conhecer mais da nossa alocação em fundos.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Dedo no gatilho

24 de março de 2025 - 20:00

Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas

19 de março de 2025 - 20:00

A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?

17 de março de 2025 - 20:00

Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante

12 de março de 2025 - 19:58

Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump

10 de março de 2025 - 20:00

Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes

VISÃO 360

Dinheiro é assunto de mulher? A independência feminina depende disso

9 de março de 2025 - 7:50

O primeiro passo para investir com inteligência é justamente buscar informação. Nesse sentido, é essencial quebrar paradigmas sociais e colocar na cabeça de mulheres de todas as idades, casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, que dinheiro é assunto delas.

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º

5 de março de 2025 - 20:01

Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump

26 de fevereiro de 2025 - 20:00

Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável

19 de fevereiro de 2025 - 20:01

Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio

12 de fevereiro de 2025 - 20:00

Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808

10 de fevereiro de 2025 - 20:00

A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O paradoxo DeepSeek

3 de fevereiro de 2025 - 20:01

Se uma relativamente pequena empresa chinesa pode desafiar as grandes empresas do setor, isso será muito bom para todos – mesmo se isso acabar impactando negativamente a precificação das atuais gigantes do setor

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?

29 de janeiro de 2025 - 20:31

Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um ano mais fácil (de analisar) à frente

18 de dezembro de 2024 - 20:00

Não restam esperanças domésticas para 2025 – e é justamente essa ausência que o torna um ano bem mais fácil de analisar

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal

11 de dezembro de 2024 - 15:00

Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”

4 de dezembro de 2024 - 20:00

Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou

27 de novembro de 2024 - 16:01

Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2

7 de outubro de 2024 - 20:00

Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo

2 de outubro de 2024 - 14:40

A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar