🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Navegando sob um céu sem estrelas: como Jackson Hole tem refletido nas expectativas dos agentes

Edição de 2020 do simpósio trouxe uma discussão muito mais relevante do que vários dos debates propostos anteriormente, com Fed novamente influenciando o mundo inteiro

1 de setembro de 2020
7:00 - atualizado às 13:31
Jerome Powell Fed
Presidente do Fed, Jerome Powell. - Imagem: Federal Reserve

Anualmente, desde 1978, o Federal Reserve de Kansas City conduz o famoso Simpósio Econômico de Jackson Hole, Wyoming. O evento tem como objetivo focar em questões econômicas importantes com as quais as economias mundiais se defrontam. Entre os participantes podemos contar sempre com a presença de banqueiros centrais proeminentes e ministros da economia e finanças, bem como acadêmicos e grandes nomes do mercado financeiro global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas qual a real importância de tal ocasião?

Basicamente, durante a conferência, diversas proposições são elaboradas pelos palestrantes e demais participantes, de modo a se buscar soluções para os problemas existentes ou novas abordagens para as tratativas hoje ainda em utilização, como o próprio framework dos Bancos Centrais. 

O framework é um conjunto de técnicas, ferramentas e conceitos pré-definidos. É, em linhas gerais, uma estrutura de trabalho que atua com funções pré-estabelecidas, as quais se adaptam aos diferentes cenários. O Fed, por exemplo, indica que deverá realizar revisões em seu framework a cada cinco anos.

Na semana passada, a edição de 2020 do simpósio trouxe uma discussão muito mais relevante do que vários dos debates propostos anteriormente. Devido à crise atual e às medidas tomadas pelas autoridades monetárias ao redor do mundo, muito se reflete sobre os novos paradigmas para as políticas fiscais e monetárias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Abaixo, note como se deu a resposta das principais entidades ao redor do globo à crise do novo coronavírus:

Leia Também

Os desdobramentos práticos desaguam em perspectivas sem precedentes, comparáveis aos períodos de pós-guerra no passado. Os próprios balanços dos BCs alcançaram patamares antes impensáveis, de modo que já se inicia a discussão sobre a possibilidade de estarmos caminhando lentamente em direção a uma bolha de ativo, fruto de um mundo sob efeito de esteroides (injeção pesada de liquidez).

Com isso, inúmeras são as possibilidades: i) risco inflacionário; ii) novo paradigma sob a Teoria Monetária Moderna; iii) bolha de ativos; iv) "japonização” mundial; e v) armadilha da liquidez. Todas com impacto direto em nossas vidas e em nossos investimentos.

Em se tratando do Fed, sua direção tem se dedicado na busca de novas ferramentas para o combate das problemáticas possíveis à frente; isto é, o framework do Banco Central dos EUA, o mais importante do mundo, está sob revisão. Quase como se o mundo inteiro estivesse também, como corolário prático.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja alguns dos motivos pelos quais isso acontece:

i)           o dólar ainda é a moeda mais forte e importante do mundo, sendo formadora da base de boa parte do comércio global;

ii)          o Fed deve zelar pela manutenção do poder de compra da moeda (meta informal de inflação em 2%), enquanto ainda se atenta para a boa desenvoltura da economia americana (meta dupla informal com preocupação de manutenção do emprego nos EUA);

iii)        a moeda americana ainda é vista como um porto seguro global para investidores; e

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

iv)        as taxas dos títulos do tesouro americano são as consideradas “taxas livres de risco” para o mundo (risk-free global), nivelando o fluxo de capital ao redor do planeta.

Jerome Powell, presidente do Fed e uma das pessoas mais poderosas do mundo, tem o desafio de estimular a economia americana, puxando novamente a inflação para próximo da meta, diante de um mundo inundado de liquidez e deflacionário naturalmente por fatores estruturais (demográficos e tecnológicos). Contudo, a ferramenta de estímulo mais importante, a taxa de juros, já está em zero. Paralelamente ainda, o mercado está sensibilizado, de modo que pequenas variações na taxa de juros acarretam choques potencialmente grotescos no mercado de ativos.

Como lidar com o dilema?

Duas são as propostas que estão sendo principalmente discutidas com o intuito de deixar a taxa de juros mais baixa por mais tempo: i) Average Inflation Targeting (AIT, ou meta de inflação média); e ii) Temporary Price Level Targeting (TPLT, ou meta temporária do nível de preço).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As duas propostas são parecidas, com o Fed se comprometendo com a compensação de períodos de inflação abaixo da meta por períodos de inflação acima da meta, e vice-versa.

Enquanto na primeira seria contabilizada uma média móvel de um período mais longo e não apenas de um ano somente, a segunda contabiliza uma espécie de “dívida” do BC para com a inflação, alterando a meta do ano seguinte com a diferença da inflação entregue para com a meta do ano vigente.

Em tese, a AIT estaria em vias de ser adotada pelo Fed já entre 2020 e 2021, mas um vírus virou o mundo de cabeça para baixo, radicalizando a política fiscal e monetária global.

Durante o simpósio, Powell pareceu bastante direcionado a manter os juros baixos por mais tempo, além de se mostrar mais complacente com a inflação. Como resultado, as expectativas de inflação têm se tornado mais carregadas, com a possibilidade de carrego inflacionário em um próximo framework do Fed.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como disse Felipe Miranda recentemente em uma carta a seus assinantes, “a inflação é um risco grande justamente porque ninguém está preparado para ela. Ainda que tenha baixa probabilidade de ocorrência, sua materialização seria devastadora. Ela forçaria uma reversão grande das políticas de expansão fiscal e monetária, sem que o mundo esteja preparado para isso — todas as vezes em que os bancos centrais sinalizaram (nem precisaram ir às vias de fato) retirada dos estímulos, os efeitos foram trágicos.”

Ou seja, estamos navegando sob um céu sem estrelas.

Nunca estivemos aqui e os caminhos estão sendo desbravados enquanto escrevo estas palavras. A verdade é que um juro mais baixo por mais tempo nos EUA de fato pode ser positivo para ativos de risco, ao menos no curto prazo. Mas restará ao Federal Reserve e as demais autoridades mundiais entenderem como melhor navegar o barco de modo a não cairmos em uma armadilha da liquidez (perda de eficácia da política monetária), uma bolha de ativos (como a crise de 2008) ou ainda uma “japonização” do mundo (sem crescimento).

Seja qual for o desfecho, positivo ou negativo, precisamos estar preparados. Juro baixo no EUA significa possibilidade de juro baixo por aqui, ambos por mais tempo — a menos que venha uma inflação muito forte, como alguns agentes hoje já tentam antecipar devido ao choque nas expectativas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Viver em um mundo complexo sem devido auxílio tem se provado um desafio e tanto.

O investidor pessoa física, contudo, não precisa se preocupar. A Empiricus, a maior casa de análise independente da América Latina para o varejo, tem se dedicado incansavelmente a levar aos investidores normais ideias tão boas ou até melhores do que as dos investidores profissionais e institucionais.

É o caso da série best-seller Palavra do Estrategista, em que Felipe Miranda, estrategista-chefe da casa, compartilha as melhores oportunidades de investimento no Brasil e no mundo, mesmo diante um cenário tão conturbado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

16 de dezembro de 2025 - 8:23

Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?

16 de dezembro de 2025 - 7:13

Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg

15 de dezembro de 2025 - 19:55

O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje

15 de dezembro de 2025 - 7:47

O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026

VISÃO 360

Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

14 de dezembro de 2025 - 8:00

Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar