Ibovespa fecha em alta e dólar cai a R$ 5,68, embalados pela recuperação do petróleo
A valorização do petróleo deu força às bolsas globais e tirou pressão do câmbio. Como resultado, o Ibovespa voltou a encostar nos 82 mil pontos, enquanto o dólar à vista ficou abaixo de R$ 5,70 pela primeira vez desde 5 de maio
O cenário político doméstico assumiu uma característica peculiar de uns tempos para cá: não há alívio, mas também não há deterioração extra — digamos que o nervosismo virou o novo normal. E, de certa maneira, o Ibovespa e o dólar parecem se acostumar com esse cenário, pouco reagindo ao noticiário local e dando mais atenção ao exterior.
Desde o início da semana, os fatores externos têm dado as cartas para os ativos domésticos, e a sessão desta quarta-feira (20) seguiu a tendência: apesar da escalada do coronavírus no Brasil e do noticiário sempre turbulento em Brasília, o clima lá fora acabou se sobrepondo — e o tom foi positivo nos mercados globais.
O Ibovespa passou quase toda o pregão em alta, fechando o dia com ganho de 0,71%, aos 81.319,45 pontos; no câmbio, o dólar à vista também teve uma sessão tranquila: caiu 1,17%, a R$ 5,6890 — é a primeira vez desde 5 de maio que a divisa americana termina abaixo de R$ 5,70.
- Eu gravei um vídeo para explicar melhor a dinâmica por trás dos mercados nesta quarta-feira. Veja abaixo:
Mas, ao contrário dos últimos dias, o que sustentou o bom humor dos investidores globais não foi o otimismo em relação à reabertura das economias, a perspectiva de novos pacotes de estímulo nos EUA ou uma possível vacina contra o coronavírus. Desta vez, o protagonista foi o petróleo, que se valorizou nesta quarta-feira.
Tudo porque a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a China firmaram um acordo de cooperação — o gigante asiático é o maior consumidor global da commodity. Uma espécie de união entre a oferta e a demanda, buscando a normalização do mercado.
A novidade trouxe alívio aos investidores e aumentou a esperança de estabilização dos preços do produto num patamar mais alto. E, como resultado, o petróleo WTI para julho fechou em alta de 4,79%, a US$ 33,49 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês avançou 3,17%, a US$ 35,75.
Leia Também
A valorização do petróleo acabou gerando uma onda de otimismo nas bolsas internacionais: as principais praças da Europa fecharam em alta e, nos EUA, o Dow Jones (+1,52%), o S&P 500 (+1,67%) e o Nasdaq (+2,08%) tiveram ganhos firmes.
As ações da Petrobras também estiveram entre as beneficiadas da recuperação da commodity: os papéis PN da estatal (PETR4) avançaram 3,32%, enquanto os ONs (PETR3) subiram 3,01%.
Fora a questão do petróleo, os mercados também repercutiram a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O documento, contudo, não trouxe grandes surpresas: a instituição se disse comprometida a usar todas as ferramentas para apoiar a economia — algo que o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, já repetiu em outras ocasiões.
Sem novidades na ata do Fed, as bolsas globais tiveram poucas oscilações durante a tarde — e, com isso, o Ibovespa também teve tranquilidade para se sustentar em alta.
Cautela doméstica
O bom humor global ditou o rumo das negociações, mas as turbulências no cenário doméstico continuaram sendo monitoradas pelos investidores. Mais cedo, o ministério da Saúde divulgou um novo protocolo que prevê o uso da cloroquina ainda nos primeiros sinais do coronavírus.
A medida ocorre após o Brasil registrar um novo recorde de mortes em decorrência da doença em 24 horas: de segunda (18) para terça (19), foram 1.179 óbitos — ao todo, 17.971 já faleceram no país por causa da Covid-19, com mais de 270 mil infectados.
A ausência de nomeação de um novo ministro da Saúde após a saída de Nelson Teich do cargo continua gerando desconforto em Brasília, assim como a falta de articulação entre os poderes para o combate à pandemia — um cenário que, naturalmente, eleva a percepção de risco político nos mercados.
Juros em alta
Apesar do alívio visto no dólar, as curvas de juros futuros fecharam em ligeira alta nesta quarta-feira, numa sessão marcada por um baixo volume de negociações. Ainda assim, os DIs mais curtos continuam precificando novos cortes na Selic na reunião de junho:
- Janeiro/2021: de 2,52% para 2,54%;
- Janeiro/2022: de 3,39% para 3,42%;
- Janeiro/2023: de 4,53% para 4,57%.
Top 5
Além das ações da Petrobras, também se destacam na ponta positiva do Ibovespa as ações da companhias aéreas Gol e Azul, impulsionadas pela queda no dólar e pela perspectiva de reabertura gradual da economia em São Paulo a partir de junho. Veja abaixo as cinco maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| AZUL4 | Azul PN | 15,33 | +12,31% |
| GOLL4 | Gol PN | 12,68 | +8,84% |
| IRBR3 | IRB ON | 7,61 | +7,94% |
| CVCB3 | CVC ON | 13,23 | +6,87% |
| ECOR3 | Ecorodovias ON | 11,19 | +5,67% |
Confira também as cinco maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BTOW3 | B2W ON | 88,53 | -3,94% |
| SUZB3 | Suzano ON | 40,25 | -3,62% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | 26,84 | -3,49% |
| BEEF3 | Minerva ON | 13,16 | -3,24% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 13,06 | -3,12% |
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
