Mini-rali: Ibovespa desacelera na reta final, mas fecha em alta e acumula 10% de ganhos em dois dias
O Ibovespa ganhou terreno pelo segundo dia consecutivo, amparado pela menor percepção de risco político e pelos dados econômicos domésticos mais animadores — fatores que compensaram o viés mais cauteloso visto no exterior
Na segunda-feira (6), o Ibovespa teve um pregão bastante positivo, ainda que tenha perdido força na reta final da sessão. Pois, nesta terça (7), o índice brasileiro repetiu a dose: disparou na abertura e desacelerou durante a tarde, mas sem deixar o campo positivo.
No melhor momento do dia, o Ibovespa chegou a disparar 7,81%, tocando os 79.855,48 pontos — um desempenho que não se sustentou: no fechamento, o índice marcava 76.358,09 pontos, em alta de 3,08%. Os ganhos de hoje, somados ao avanço de 6,52% de ontem, implicam num salto acumulado de 9,81% em dois dias.
Essa subida expressiva se deve a uma combinação de fatores favoráveis à bolsa brasileira: o clima mais ameno no exterior, o cenário político menos turbulento no país e as surpresas na agenda econômica doméstica — tudo contribuiu para o 'mini-rali' no mercado acionário local.
- Eu gravei um vídeo para explicar melhor a dinâmica da sessão desta terça-feira. Veja abaixo:
A desaceleração do Ibovespa nesta terça-feira se deve, em grande parte, à virada nas bolsas dos Estados Unidos. Por lá, o Dow Jones (-0,12%), o S&P 500 (-0,16%) e o Nasdaq (-0,33%) fecharam em leve baixa, após passarem boa parte da sessão com ganhos superiores a 3%.
O mercado de câmbio também teve um dia bastante tranquilo: o dólar à vista terminou em queda de 1,25%, a R$ 5,2264 — na mínima, chegou a bater os R$ 5,1847 (-2,04%). A sessão foi marcada pela desvalorização da moeda americana em relação às divisas de países emergentes.
Para entender um melhor o racional por trás dos mercados nesta terça-feira, é mais fácil analisarmos separadamente os fatores internacionais e domésticos que influenciaram as operações. Afinal, enquanto lá fora tivemos um dia mais movimentado, aqui dentro tudo ficou tranquilo.
Leia Também
Otimismo cauteloso
Em linhas gerais, a dinâmica dos mercados permanece a mesma desde o início da semana, com os investidores reagindo positivamente à tendência de estabilização nas curvas de contágio do surto de coronavírus na Europa.
Até o meio da tarde desta terça-feira, essa leitura também se estendia aos Estados Unidos, uma vez que os dados vindos da região de Nova York — área mais crítica da doença no país — vinham mostrando um comportamento semelhante.
Mas, hoje, o número de mortes em Nova York voltou a subir, o que provocou uma piora na confiança dos investidores. As autoridades locais alegam que o total de internações por causa da Covid-19 continuam caindo, o que é uma indicação positiva. No entanto, o aumento dos óbitos esfriou os ânimos dos mercados.
Dados da universidade americana Johns Hopkins indicam que mais de 1,4 milhão de pessoas no mundo já foram infectadas, com 81 mil mortos. Assim, por mais que a percepção quanto à situação na Itália e na Espanha seja mais animadora, fato é que a crise do coronavírus continua longe do fim.
Ainda nos Estados Unidos, há a expectativa quanto a novos pacotes de auxílio econômico por parte do governo americano — o que ajudou a dar força aos ativos do país durante a manhã. Só que, conforme o dia foi passando e nenhum anúncio concreto foi feito, uma certa frustração começou a tomar conta das operações lá fora.
Esses dois fatores, somados, explicam a perda de força vista em Wall Street durante a tarde, que culminou na virada ao campo negativo dos índices acionários do país — e que, consequentemente, tirou parte do impulso visto no Ibovespa.
Dia do fico
No Brasil, os investidores mostraram-se aliviados com a permanência de Luiz Henrique Mandetta no comando no ministério da Saúde — ontem, notícias quanto a uma possível demissão do ministro trouxeram instabilidade aos mercados domésticos.
Mandetta, defensor das políticas de isolamento, tem entrado em conflito com o presidente Jair Bolsonaro. O ministro, contudo, conta com o apoio de grande parte da classe política e tem amplo respaldo popular, fatores que, aparentemente, acabaram pesando a favor de sua permanência.
Fato é que, passada a turbulência de ontem, o mercado agora espera que os ânimos se acalmem em Brasília — o ambiente de conflito explícito aumentava as incertezas quanto às diretrizes do governo em meio à crise do coronavírus, tanto no front da saúde pública quanto no da economia.
Alívio econômico
No front da agenda de dados econômicos, destaque para o avanço de 1,2% nas vendas do varejo em fevereiro, após queda de 1,4% em janeiro — um resultado que superou as expectativas dos analistas. Por mais que o indicador não englobe os efeitos do coronavírus, ele traz informações mais animadoras em relação à saúde da economia brasileira pré-crise.
Em relatório, o Goldman Sachs pondera que os dados do segmento varejista devem ser fortemente impactados pela quarentena desencadeada pelo Covid-19, mas que, ao menos, os números de fevereiro foram encorajadores.
Nesse sentido, as ações de empresas do setor, como B2W ON (BTOW3), Lojas Americanas PN (LAME4) e Magazine Luiza ON (MGLU3) apareceram entre os destaques positivos do dia — as duas primeiras também foram impulsionadas pela notícia de que ambas vão iniciar de um plano para manter forte posição de caixa durante a crise do coronavírus.
Juros em baixa
No mercado de juros futuros, o tom continuou negativo: por mais que os dados das vendas no varejo tenham mostrado que a economia estava mais aquecida em fevereiro, a perspectiva é de forte desaceleração no nível de atividade a partir de março.
Sendo assim, os investidores mostram-se convencidos de que a Selic deverá continuar caindo, de modo a fornecer estímulo extra à economia — e que as taxas permanecerão em níveis mais baixos por um período prolongado.
Veja abaixo como ficaram os DIs mais líquidos nesta terça-feira:
- Janeiro/2021: de 3,27% para 3,20%;
- Janeiro/2022: de 4,13% para 4,06%;
- Janeiro/2023: de 5,49% para 5,37%;
- Janeiro/2025: de 7,07% para 7,00%.
Top 5
Confira quais foram as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| YDUQ3 | Yduqs ON | 26,50 | +19,32% |
| BRDT3 | BR Distribuidora ON | 18,28 | +14,97% |
| HAPV3 | Hapvida ON | 48,30 | +12,33% |
| CVCB3 | CVC ON | 11,60 | +12,29% |
| WEGE3 | Weg ON | 37,30 | +12,08% |
Saiba também quais são as maiores baixas do dia:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| SUZB3 | Suzano ON | 37,19 | -7,07% |
| JBSS3 | JBS ON | 19,85 | -5,85% |
| RAIL3 | Rumo ON | 19,61 | -5,54% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 8,94 | -4,08% |
| KLBN11 | Klabin units | 16,10 | -2,37% |
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovic, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
