🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Por um punhado de ações

The good, the bad and the ugly: Ibovespa sobe forte, mesmo sem novidades no radar

O Ibovespa subiu mais de 2%, foi às máximas em quatro meses e se aproximou dos 100 mil pontos. Entenda o enredo desse western spaghetti

Victor Aguiar
Victor Aguiar
6 de julho de 2020
18:07 - atualizado às 19:07
Faroeste bolsa Ibovespa dólar
Imagem: Shutterstock

Sabe, há dois tipos de pessoas neste mundo, meu amigo: os que têm armas carregadas e os que cavam. Você cava.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Blondie, em "Três Homens em Conflito" (The Good, The Bad and The Ugly, em inglês)

Se o Ibovespa fosse um faroeste, ele casaria muito bem com uma trilha de Ennio Morricone. Afinal, o que move os personagens é o senso de sobrevivência — e, num cenário como o da bolsa de valores, em que não faz sentido falar em mocinhos ou bandidos, quem fica com a recompensa é sempre o mais astuto.

Pois pensemos num enredo para o filme do mercado brasileiro de ações em 2020: temos um primeiro ato nervoso, mas sem grandes consequências aos protagonistas; um segundo movimento trágico, com um colapso sem precedentes no mercado; e um terceiro capítulo de recuperação — algo como a reconquista de um tesouro que parecia perdido para sempre.

O ouro enterrado, tão cobiçado entre os pistoleiros destas bandas, é representado pelo nível dos 100 mil pontos do Ibovespa. E, quem diria, ele parece cada vez mais real — talvez a um duelo de distância. Um compositor habilidoso como Morricone daria traços de suspense, dramaticidade e redenção à jornada.

Veja o Ibovespa: terminou a sessão desta segunda-feira (6) em forte alta de 2,24%, aos 98.937,16 pontos, cravando o maior nível de fechamento em quatro meses — para ser mais preciso, é o patamar mais elevado desde 5 de março, quando o índice ainda estava acima dos 100 mil pontos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A bolsa brasileira não cavalgou sozinha pelo velho oeste: nos EUA, o Dow Jones (+1,78%), o S&P 500 (+1,59%) e o Nasdaq (+2,21%) subiram em bloco; na Europa, as principais praças avançaram entre 1% e 2%; e, na Ásia, o dia foi de ganhos generalizados, especialmente nos mercados da China.

Leia Também

E o que encheu o peito das bolsas globais de coragem nesta segunda-feira? Bem, como resumiu o personagem de Clint Eastwood em "Três Homens em Conflito": quem tem armas carregadas dita as regras — e os investidores em ações estão com a munição em dia.

  • Eu gravei um vídeo para explicar um pouco melhor a dinâmica por trás do bangue-bangue dos mercados neste início de semana. Veja abaixo:

The good...

Indo direto ao ponto: não tivemos hoje uma notícia dramática, uma novidade capaz de dar fôlego às bolsas no mundo todo. O que pode ser visto, sim, foi um movimento aumento global de apetite ao risco — e tudo por causa de uma série de pequenos fatores.

A onda positiva desta segunda-feira teve origem na Ásia: por lá, o jornal China Securities — parte da imprensa estatal de Pequim — afirmou que um 'bull market' saudável era importante para a recuperação da economia do país. Ou, em outras palavras: o governo chinês pretende usar todas as ferramentas para estimular o mercado e o nível de atividade doméstico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa sinalização ocorre após uma série de indicadores econômicos mais fortes, tanto na China quanto no restante do mundo, alimentando as esperanças quanto a uma "recuperação em V" do nível de atividade global.

Tudo isso, é claro, acontece num momento em que o revólver dos investidores em ações está cheio de dinheiro, dada a enxurrada de recursos disponibilizada pelos governos e bancos centrais — uma injeção de liquidez que tinha como objetivo reanimar a economia global, mas que acabou por criar uma espécie de colete à prova de balas para as bolsas.

Convenhamos: é fácil assumir riscos e estar otimista em relação aos rumos da economia global quando se tem dinheiro sobrando...

...The Bad...

E quem não tem armas carregadas, faz o que? Bem, você cava seu túmulo — ou compra dólares para se proteger do chumbo grosso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por mais que o otimismo reine nas bolsas, o mercado de câmbio mostra que muitos investidores estão vendo um cenário feio adiante: o dólar à vista fechou a sessão desta segunda em alta de 0,61%, a R$ 5,3413, descolado do alívio visto no Ibovespa.

É uma estratégia clássica dos agentes financeiros nos momentos de incerteza: se você não quer correr o risco de perder um eventual rali na bolsa, mesmo com os inúmeros fatores de incerteza que se desenham no horizonte, a saída é manter as posições no mercado de ações e buscar proteção no dólar.

A lógica é simples: se tudo der certo, a bolsa sobe e você tem lucros com as ações; se tudo ficar feio, as ações caem e o dólar sobe — e a sua posição no mercado de câmbio vai ajudar a diminuir as perdas.

No mercado de juros futuros, o tom também foi de prudência: as curvas curto e médio prazo fecharam em alta. Esse movimento de correção, contudo, não representa uma mudança drástica na visão dos investidores, que continuam enxergando um cenário de Selic baixa por um período prolongado:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Janeiro/2021: de 2,07% para 2,08%;
  • Janeiro/2022: de 2,88% para 2,90%;
  • Janeiro/2023: de 3,97% para 3,99%;
  • Janeiro/2025: de 5,55% para 5,52%.

...and The Ugly

E faz sentido buscar algum tipo de proteção neste momento de euforia, já que, por mais que a economia esteja dando sinais de recuperação, muita coisa pode dar errado no curto prazo. A começar pelo surto de coronavírus, que está longe de ser uma página superada.

Os dados da disseminação da Covid-19 no mundo mostram que a doença continua se alastrando num ritmo preocupante, especialmente nos EUA. Há quem argumente que a letalidade do vírus parece estar em declínio, o que diminui os riscos de uma nova onda de isolamento social mais severa. Mas, ainda assim, o quadro global de saúde pública ainda parece bastante delicado.

No Brasil, também há muita tensão no ar: declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que o governo estuda taxar dividendos, não foram suficientes para desencadear uma onda de pessimismo nos investidores, mas certamente não foram comemoradas pelos agentes financeiros.

Os Intocáveis

No front corporativo, um grupo de ações foi responsável por boa parte dos ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira: os bancos, tidos antes como intocáveis da bolsa — mas que, em 2020, vem apresentando desempenho negativo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse grupo, destaque para Bradesco ON (BBDC3), em alta de 6,69%, e Bradesco PN (BBDC4), com ganho de 6,09% — os investidores enxergam com bons olhos a possibilidade de compra de uma fatia do C6 Bank, conforme informado pelo jornal O Globo no fim de semana.

Também no setor, Itaú Unibanco PN (ITUB4) avançou 4,64%, Banco do Brasil ON (BBAS3) teve alta de 3,49% e Santander Brasil units (SANB11) subiu 4,89%.

O êxtase do ouro?

Bem, diferente da composição clássica de Morricone, o ouro não trouxe muita animação para os Brasilian Depositary Receipts (BDRs) da Aura Minerals (AURA32), que estrearam hoje na B3 — e fecharam em baixa de 6,12%, a R$ 769,80.

A mineradora canadense, especializada na extração de ouro e outras commodities metálicas no Brasil, México e Honduras, também teve um volume relativamente baixo de negociação: apenas 67 operações com os ativos foram registradas hoje.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por uns dólares a mais

Ainda no front corporativo, atenção para Lojas Americanas PN (LAME4), em alta de 5,16% após confirmar uma oferta de ações que poderá movimentar R$ 7 bilhões — a ideia é usar os recursos captados para investir em seu braço digital, capitalizar a B2W e otimizar sua estrutura de capital.

Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
CVCB3CVC ON21,79+10,55%
BTOW3B2W ON118,25+8,63%
QUAL3Qualicorp ON30,71+7,38%
MULT3Multiplan ON22,80+6,79%
BBDC3Bradesco ON20,73+6,69%

Veja também as cinco maiores baixas do dia:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
IRBR3IRB ON9,51-1,76%
NTCO3Natura ON40,66-1,55%
WEGE3Weg ON53,20-1,48%
KLBN11Klabin units20,64-1,10%
MRVE3MRV ON19,06-1,09%

PS: Esse texto é uma homenagem a Ennio Morricone, um dos maiores — se não o maior — compositores de Hollywood. Ele faleceu hoje, aos 91 anos, e deixou um legado de trilhas sonoras que inclui alguns clássicos do cinema, incluindo "Três Homens em Conflito" — ou "The Good, The Bad and The Ugly", em inglês:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O QUE BOMBOU NA BOLSA

Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano 

14 de novembro de 2025 - 15:02

Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano

AÇÕES QUE FICARAM PARA TRÁS

Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa

14 de novembro de 2025 - 12:02

Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3

GALPÕES LOGÍSTICOS

A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas

14 de novembro de 2025 - 6:07

Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?

“REALMENTE ME ASSUSTA”

A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações

13 de novembro de 2025 - 19:01

Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo

A VOZ DOS GESTORES

A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado

13 de novembro de 2025 - 14:01

Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial

HORA DO “GRANDE CORTE”

De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?

13 de novembro de 2025 - 11:59

Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018

REAÇÃO AO RESULTADO

A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte

13 de novembro de 2025 - 9:35

O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade

SÓ NA RENDA FIXA

Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento

13 de novembro de 2025 - 6:03

Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida

EFEITO MCMV

Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques

12 de novembro de 2025 - 20:03

A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora

APURAÇÃO SEU DINHEIRO

O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”

12 de novembro de 2025 - 13:45

Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis

SEGUNDA OFERTA DE AÇÕES

Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa

12 de novembro de 2025 - 12:11

A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores

ESTÁ ARRISCADO DEMAIS?

Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?

12 de novembro de 2025 - 10:25

Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco

FIM DO TREINO?

Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes

12 de novembro de 2025 - 8:35

Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.

MERCADOS

Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima

11 de novembro de 2025 - 12:57

Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos

NÃO TÃO VACA LEITEIRA

Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas

11 de novembro de 2025 - 6:03

Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções

O QUE FAZER COM AS AÇÕES?

Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?

10 de novembro de 2025 - 15:05

O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade

NÃO TEM MAIS COMO CONTINUAR

Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa

10 de novembro de 2025 - 12:30

Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores

AO INFINITO E ALÉM

Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073

10 de novembro de 2025 - 12:17

O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços

DE CARA NOVA

Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje

10 de novembro de 2025 - 9:51

Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa

A BOLSA NAS ELEIÇÕES

A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda

9 de novembro de 2025 - 15:31

O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar