Otimista, Luis Stuhlberger não vê recessão mundial no curto prazo e aposta na melhora estrutural do Brasil
Em palestra em evento da XP, mítico gestor do fundo Verde falou das suas perspectivas para a economia e dos investimentos na sua carteira
Luis Stuhlberger, mítico gestor do fundo Verde e historicamente cético, vem dando sinais de um certo otimismo, comparado à boa parte do mercado, que anda bastante temerosa com a desaceleração da economia mundial e a possibilidade de uma recessão global.
Em palestra no Expert XP neste sábado (06), evento promovido pela corretora XP Investimentos, Stuhlberger se disse "moderadamente otimista" e afirmou que não vê "no curto prazo, nem aqui, nem no mundo, motivo para ser catastrófico".
O gestor falou ainda sobre onde o seu fundo Verde está investindo: títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) de longo prazo e ações locais com boas perspectivas de crescimento, ainda que não estejam baratas.
Tais investimentos evidenciam que a casa aposta numa mudança estrutural bastante profunda da economia brasileira: um país de juros estruturalmente baixos e crescendo mais por força do investimento privado que do governo.
No Brasil, o fundo está fora de ações de bancos e empresas ligadas a commodities. Também não há posição relevante em câmbio - "não temos opinião formada", disse Stuhlberger sobre esse mercado - nem em bolsas estrangeiras.
O temor é quanto às consequências da guerra comercial entre EUA e China. "É um problema difícil de resolver", disse o gestor.
Leia Também
EUA vai pelo mesmo caminho de Europa e Japão, mas não agora
Sobre o pessimismo de parte do mercado em relação à economia global, Stuhlberger expôs o seguinte raciocínio: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial só é da ordem dos 3%, 3,5% por conta de países como China e Índia que crescem ou tem o potencial de crescer muito, puxando a média para cima.
"Não dá para achar que o crescimento potencial do PIB em países ricos, hoje em dia, é de um número acima de 2%, 2,5%", disse, acrescentando que a próxima década será "a década da Índia".
Ele explicou que países europeus, Japão e EUA têm um crescimento potencial mais baixo mesmo, com a população envelhecendo e um uso intensivo de tecnologia. Esses elementos são, nas palavras do gestor, "extremamente deflacionistas". "O que aconteceu no Japão está acontecendo agora na Europa, e é o que permite a esses países ter juro zero ou negativo", disse.
Stuhlberger ressalvou que os EUA são uma exceção em termos de taxa de natalidade e crescimento econômico nesse cenário, mas que em algum momento vão enveredar pelo mesmo caminho que Japão e Europa. "Muita gente acha que isso vai acontecer agora. A gente acha que vai acontecer, mas mais para frente", previu.
O gestor acrescentou que o cenário deve ser mesmo de crescimento baixo e juros reduzidos, mas que isso não significa que haverá uma recessão grande nos EUA já no ano que vem. "Não concordamos com isso", falou.
Stuhlberger admite que há um problema no financiamento dos déficits dos países ricos e que o lado fiscal pode ficar perigoso, mas lembra que a situação dos EUA é mais confortável que a da Europa e do Japão nesse quesito.
Do ponto de vista global, não é a questão do refinanciamento das dívidas nem a possibilidade de uma recessão nos EUA que preocupam a Verde, mas sim a guerra comercial entre Estados Unidos e China, dificultada por um problema de confiança entre os países.
"Esse confronto pode trazer alguma consequência sobre os mercados", disse Stuhlberger, explicando por que o Verde zerou a posição em mercados globais e tem até uma pequena posição vendida como hedge (proteção).
"Inacreditavelmente surpreso" com a reforma da Previdência
Ainda que Luis Stuhlberger não tenha uma visão apoteótica para a economia mundial, sua visão mais construtiva é mesmo em relação ao Brasil.
O gestor se disse "inacreditavelmente surpreso" com o andamento da reforma da Previdência, que hoje prevê uma economia entre R$ 900 bilhões e R$ 1 trilhão em dez anos. Ele lembra que a reforma de Temer, que no início previa algo como R$ 500 bilhões de economia, com possibilidades de desidratação, já era algo que maravilhava o mercado.
Na sua fala, o gestor pareceu genuinamente animado. Manteve-se cauteloso, dizendo não querer se antecipar, já que a reforma ainda não foi aprovada. Mas, segundo ele, se ela sair como está agora, haverá um cenário muito positivo, já que a magnitude será maior que o esperado anteriormente.
A visão da Verde é de que está havendo de fato uma mudança de cenário no Brasil. Se antes o país tinha um modelo de "acelerador fiscal", em que o governo ampliava gastos acima do crescimento do PIB para estimular a economia, e freava pelo lado monetário, com a elevação de juros para controlar a inflação gerada, agora o cenário está começando a se inverter: o Brasil pode passar a ter um "freio fiscal", já que o governo não tem mais dinheiro para gastar, e passar a ter um "acelerador monetário", com juros estruturalmente mais baixos.
"O Brasil está crescendo pouco, mas pelo menos agora o crescimento não será à base de esteroides", disse Stuhlberger, se referindo a investimento majoritariamente governamental, muitas vezes com capital alocado segundo "critérios estranhos". "Agora vamos crescer com nossas próprias forças", completou.
Onde investir daqui para frente
Nesse cenário, o investimento privado via mercado de capitais tomando o lugar que era do BNDES no financiamento aos negócios será de fundamental importância, lembrou o gestor. E há demanda por investimentos, inclusive pela pessoa física, já que a Selic está muito baixa e, na opinião da Verde, deve cair a 5% ao ano com a aprovação da reforma da Previdência.
Stuhlberger disse ter uma opinião diferente da média do mercado brasileiro hoje, que se mostra um tanto descrente, com as constantes revisões do crescimento do PIB para baixo e a manutenção da alta taxa de desemprego. "Mesmo respeitando o consenso, a gente acha que nessa questão do crescimento do PIB a gente pode sofrer uma linearidade positiva", disse.
Para ele, o grosso do crescimento virá de onde há mais carência no país, a infraestrutura. Mas o gestor crê estar vendo algo a mais do que boa parte do mercado, pois já haveria sinais de fatores que podem puxar o crescimento.
É o caso de um crescimento razoável no consumo das famílias, uma poupança familiar alta para os nossos padrões históricos e uma recuperação nas vendas do varejo, que ainda têm espaço para melhorar mais.
"Tenho a impressão de que estamos numa trajetória robusta de pelo menos melhorar bastante. Não dá para achar que o crescimento potencial brasileiro é de 3%. Mas entre algo como 1% e 2%, 2,5%, é possível", disse.
Nesse sentido, as apostas da Verde estão na bolsa brasileira e nas NTN-B longas. No mercado de ações, Stuhlberger foca em empresas cujos retornos sobre patrimônio líquido (ROE) e margens Ebitda estão abaixo da média, ainda que suas ações não pareçam muito baratas. Empresas financeiras e de commodities, no entanto, ficam de fora.
Na renda fixa, Stuhlberger acredita que boa parte do movimento de valorização dos títulos prefixados e atrelados à inflação, que já deram bastante ganho à Verde neste ano, já aconteceu. Os rendimentos desses papéis agora, afinal, estão bem reduzidos. Mas os títulos de longo prazo, especialmente as NTN-B, ainda apresentam boa oportunidade, disse o gestor.
Veja a apresentação completa do gestor a partir do minuto 03:50:
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
Convocação da Seleção Brasileira: veja onde assistir ao vivo à última lista de Ancelotti em 2025
A última convocação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira acontece nesta segunda (3); veja o horário e onde assistir ao anúncio ao vivo
Receita coloca organizações criminosas na mira e passará a exigir o CPF de todos os cotistas de fundos de investimentos; entenda o que você precisa fazer
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa foi inspirada na Operação Carbono Oculto, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro do PCC por meio de fundos de investimento
Sorteios das Loterias Caixa têm novo horário a partir de hoje (3); veja como ficam os sorteios da Mega-Sena e outros jogos
Mudança em horário de sorteio das loterias começa a valer nesta segunda-feira (3); prazos para apostas também foram atualizados
Maré baixa para fundos de infraestrutura isentos de IR, dados de PMI, e o que mais o investidor precisa saber hoje
Rentabilidade das debêntures incentivadas, isentas de IR, caiu levemente mês passado, mas gestores se preocupam com ondas de resgates antecipados; investidores também estão de olho em dados econômicos internacionais e na fala de dirigente do Fed
Decisão do Copom, balanço da Petrobras (PETR4) e mudança de horário das bolsas — confira a agenda econômica da semana
A temporada de resultados pega fogo aqui e lá fora, enquanto a política monetária também dá o tom dos mercados no exterior, com decisão na Inglaterra, discursos do BCE e ata do BoJ
Horário de verão na bolsa? B3 vai funcionar por uma hora a mais a partir desta segunda-feira (3); entenda a mudança
A Bolsa de Valores brasileira ajusta o pregão para manter sincronia com os mercados de Nova York, Londres e Frankfurt. Veja o novo horário completo
Mega-Sena começa novembro encalhada e prêmio acumulado já passa dos R$ 40 milhões
Se a Lotofácil e a Quina entraram em novembro com o pé direito, o mesmo não pode ser dito sobre a Mega-Sena, que acumulou pelo terceiro sorteio seguido
Quina desencanta e faz 19 milionários de uma vez só, mas um deles vai ficar bem mais rico que os outros
Depois de acumular por 14 sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio das loterias sorteadas pela Caixa na noite de sábado, 1º de novembro
Lotofácil entra em novembro com o pé direito a faz um novo milionário no Nordeste
Ganhador ou ganhadora Lotofácil 3528 poderá sacar o prêmio a partir de amanhã, quando vai mudar o horário dos sorteios das loterias da Caixa
De hacker a bilionário: o único não herdeiro na lista de ricaços brasileiro antes dos 30 da Forbes construiu seu patrimônio do zero
Aos 28 anos, Pedro Franceschi é o único bilionário brasileiro abaixo dos 30 que construiu sua fortuna do zero — e transformou linhas de código em um império avaliado em bilhões
Caixa abre apostas para a Mega da Virada 2025 — e não estranhe se o prêmio chegar a R$ 1 bilhão
Premiação histórica da Mega da Virada 2025 é estimada inicialmente em R$ 850 milhões, mas pode se aproximar de R$ 1 bilhão com mudanças nas regras e aumento na arrecadação
Quina acumula de novo e promete pagar mais que a Mega-Sena hoje — e a Timemania também
Além da Lotofácil e da Quina, a Caixa sorteou na noite de sexta-feira a Lotomania, a Dupla Sena e a Super Sete
Lotofácil fecha outubro com novos milionários em São Paulo e na Bahia
Cada um dos ganhadores da Lotofácil 3527 vai embolsar mais de R$ 2 milhões. Ambos recorreram a apostas simples, ao custo de R$ 3,50. Próximo sorteio ocorre hoje.
