🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Monique Lima

Monique Lima

Repórter de finanças pessoais e investimentos no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo, também escreve sobre mercados, economia e negócios. Já passou por redações de VOCÊ S/A, Forbes e InfoMoney.

TOUROS E URSOS #219

Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis

No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária

Monique Lima
Monique Lima
15 de abril de 2025
18:24
Touros e Ursos #219
João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, em entrevista ao podcast Touros e Ursos - Imagem: YouTube/@Seu Dinheiro

Junto ao tarifaço de Donald Trump, a palavra de ordem era inflação. A expectativa da maior parte dos agentes de mercado era de que o aumento das tarifas para importações nos Estados Unidos levaria ao repasse de custo para os consumidores, gerando um aumento de preços em cadeia no país — e, por consequência, no resto do mundo. 

João Piccioni, diretor de investimentos (CIO) da Empiricus Gestão e convidado do podcast Touros e Ursos desta semana, espera que este cenário se materialize, porém, com um final diferente. 

Em conversa com Vinícius Pinheiro e Julia Wiltgen, Piccioni afirmou que o cenário atual é de perda do poder de compra do dólar, de modo que a margem que as empresas vão ter para aumentar preços será muito pequena, com o risco de perder o consumidor se aumentar demais. 

Os americanos compravam os produtos chineses muito baratos e, rapidamente, o preço sobe muito, mas o americano não tem mais bala na agulha para comprar, e isso vai começar a pressionar a economia”, disse Piccioni. 

O CIO explicou que o rearranjo da cadeia de suprimentos global já está acontecendo e usou um estudo de caso da Apple como exemplo. 

Segundo ele, a empresa de Steve Jobs tem uma série de fornecedores que atuam na China. Para continuar vendendo para a Apple, uma empresa americana que irá arcar com uma forte tarifa agora, esses fornecedores tendem a baixar um pouco suas margens para manter as vendas. Em compensação, para outra empresa de tecnologia, como a japonesa Sony, eles podem aumentar os preços. 

Leia Também

Quer dizer, essa cadeia de produção vai repassar o preço dos produtos entre si. Mas, com esse rearranjo, acredito que o novo estado de equilíbrio subótimo é pior do que o estado anterior [antes das tarifas]. Se é pior, a gente deve ver preços e economias desacelerando”, disse Piccioni. “E provavelmente juros para baixo também.”

Para o CIO, o grande alvo de Trump desde o início era a China, e as tarifas sobre os demais países eram uma “bomba de fumaça”. Dessa forma, ele espera que a tarifa geral se mantenha no nível de 10%. 

A grande incerteza, entretanto, é também o maior objetivo do presidente norte-americano e o maior temor do mercado financeiro. 

Ele [Donald Trump] sabe que o Xi Jinping vai querer voltar para a mesa em algum momento. Como vai ser essa relação? A gente ainda não sabe. Mas a China não aguenta um ano e meio, dois anos, com tarifas super lá em cima.” 

Na opinião dele, o presidente norte-americano tem, sim, um plano: se acertar com o México e o Canadá e restabelecer o USMCA (acordo comercial entre os três países) em meados de maio, depois que as eleições parlamentares do Canadá forem concluídas. Na sequência, Trump resolveria a questão com a Europa provavelmente até o fim do ano. Por fim, vai sobrar a China, que deve ficar para 2026. 

Essa é uma timeline que daria para as coisas não saírem muito dos eixos”, afirma Piccioni. 

Confira a análise completa sobre a genialidade ou loucura do presidente Trump: 

Como fica o Brasil? 

O diretor da Empiricus acredita que a melhor oportunidade para o Brasil neste momento é estreitar os laços com os Estados Unidos e se tornar um dos grandes fornecedores da terra do Tio Sam. 

Os ganhos que o agronegócio pode captar com maiores exportações para a China não deveriam ser o foco, na opinião de Piccioni. Para ele, a indústria de base do nosso país é boa e tem bons nomes, como Embraer e Weg, de modo que é competitiva o suficiente para apresentar vantagens em relação ao resto do mundo. 

Talvez o ponto seja exportar mais para os EUA. O que a gente consegue exportar para lá? Tem como melhorar essa balança comercial? Essa é uma saída que eu considero mais interessante”, diz. 

Em relação ao mercado de capitais, ele vê as ações brasileiras se tornando a bola da vez, mas apenas por um período curto, apenas como um “grande trade”, com hora para acabar.

Piccioni acredita que os negócios no Brasil são antiquados, pertencentes a setores que já se provaram ultrapassados no mercado internacional. Enquanto aqui temos exemplos de bons nomes entre varejistas de moda e locadoras de veículos, por exemplo, nos Estados Unidos esse tipo de negócio já não vale muita coisa, muitas empresas desses setores já quebraram ou viram suas ações virarem pó.

Eu me preocupo com essa bolsa brasileira de ‘grandes campeãs’ que, numa economia do futuro, não vão ter tanto espaço assim. E a economia do futuro está chegando rápido”, disse. 

Onde investir? 

Porém, não tem como fugir do fato de as ações brasileiras estarem descontadas. Desta forma, até mesmo Piccioni, cético em Ibovespa, acredita que vale a pena investir em ações, fundos imobiliários e títulos de inflação neste momento. 

Eu gosto de tomar risco nessas três vertentes, acho que vai ser bastante produtivo para os investidores”, diz. 

Para as ações americanas, o cenário se mostra mais seletivo, com uma visão de dólar mais fortalecido frente ao real nos próximos meses e incertezas sobre a conclusão do tema das tarifas. 

Você pode ver o argumento completo do diretor de investimentos da Empiricus Gestão no episódio completo e também saber por que Petrobras, Ouro, Euro e Milei foram escolhidos nos Touros e Ursos da semana. 

Veja as escolhas de Piccioni para investimentos no podcast completo: 

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SE A MODA PEGA…

Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço

16 de abril de 2025 - 17:50

Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo

APERTEM OS CINTOS

Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump

16 de abril de 2025 - 17:34

O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre

WINTER IS COMING

O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas

16 de abril de 2025 - 15:40

Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado

AO VENCEDOR, AS BATATAS

Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é

16 de abril de 2025 - 15:05

A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado

GATO ESCALDADO?

Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez

16 de abril de 2025 - 14:10

Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia

COMPRAR OU VENDER

Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora

16 de abril de 2025 - 12:24

A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço

NINGUÉM FICA DE FORA

Nvidia não escapa de Trump, com restrição a exportação de chips; ‘queridinha’ tem preço-alvo cortado pelo BofA e tomba em NY

16 de abril de 2025 - 12:08

Ontem (15), a gigante dos chips informou ao mercado que será atingida por uma decisão do presidente dos EUA, com impacto calculado em US$ 5,5 bilhões

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

DIA 86

EUA ou China: o uni-duni-tê de Donald Trump não é nada aleatório

15 de abril de 2025 - 20:25

O republicano reconheceu nesta terça-feira (15) que pode chegar ao ponto de pedir que os países escolham entre EUA e China, mas a história não é bem assim

RELATÓRIO OPERACIONAL

Vale (VALE3): produção de minério cai 4,5% no 1T25; vendas sobem com preço quase 10% menor

15 de abril de 2025 - 19:09

A alta nas vendas de minério foram suportadas pela comercialização de estoques avançados formados em trimestres anteriores, para compensar as restrições de embarque no Sistema Norte devido às chuvas

BEM-VINDO, EPIC UNIVERSE

Disney que se cuide: Universal anuncia maior parque temático da Flórida em décadas; veja preços

15 de abril de 2025 - 18:01

Epic Universe começa a funcionar no dia 22 de maio, com cinco mundos temáticos diferentes, incluindo uma área especial para Harry Potter

CRIPTOMOEDAS

Com chuva de incertezas, nova stablecoin atrelada ao CPI dos EUA busca oferecer proteção inflacionária

15 de abril de 2025 - 17:44

A USDi acompanha o poder de compra do dólar, ajustando-se pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA a partir de dezembro de 2024

NA PIADINHA DE TIO: AÇÕES DECOLAM

Ação da Embraer (EMBR3) sobe mais de 3% após China dar o troco nos EUA e vetar aviões da Boeing

15 de abril de 2025 - 17:13

Proibição abre espaço para a companhia brasileira, cujas ações vêm sofrendo com a guerra comercial travada por Donald Trump

PAGANDO BEM...

Mais de 55% em dividendos: veja as empresas que pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 12 meses e saiba se elas podem repetir a dose

15 de abril de 2025 - 17:02

Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro, mas que pagaram bons proventos entre abril de 2024 e março de 2025

O EFEITO BORBOLETA DO TARIFAÇO

O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump —  a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer

15 de abril de 2025 - 14:34

Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas

JUROS X DIVIDENDOS

Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?

15 de abril de 2025 - 12:52

Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências

15 de abril de 2025 - 6:47

De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump

Insights Assimétricos

Trump vai recuar e mesmo assim cantar vitória?

15 de abril de 2025 - 6:05

Existe um cenário onde essa bagunça inicial pode evoluir para algo mais racional. Caso a Casa Branca decida abandonar o tarifaço indiscriminado e concentrar esforços em setores estratégicos surgirão oportunidades reais de investimento.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio

14 de abril de 2025 - 19:55

Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar