Joseph Safra ou ‘Zé’, para os íntimos: o banqueiro mais rico do mundo é brasileiro
Conheça a história do misterioso Joseph Safra, que assumiu o banco da família e criou um império financeiro. Ele superou recentemente a fortuna de Jorge Paulo Lemann e chegou ao topo dos bilionários brasileiros.

Não é americano, muito menos suíço. O banqueiro mais rico do mundo é um brasileiro, corintiano, que reside em uma mansão de 11 mil metros quadrados, com 130 cômodos, cinco andares e IPTU de R$ 1 milhão, no bairro do Morumbi, em São Paulo. Chamado de Zé pelos amigos e seu José pelos empregados, Joseph Safra, de 81 anos, aparece na lista da revista Forbes como o maior bilionário do País e o 31º do mundo, com uma fortuna de US$ 23,7 bilhões, segundo o ranking deste mês.
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- Atualização: Joseph Safra morreu em 10 de dezembro de 2020, aos 82 anos, de causas naturais.
Embora viva em uma mansão e só se desloque pela capital paulista de helicóptero, Safra não tem um estilo de vida extravagante. Não dá entrevistas, nem faz barulho sobre seus negócios. Sua marca registrada é o silêncio. Foi, assim, com total discrição que ele comandou por décadas o Banco Safra, fundado por seu pai em 1955. Hoje, com apenas 131 agências físicas no País, a instituição financeira tem R$ 200 bilhões em ativos.
O império bancário dos Safra tem origem na Síria e começou com o tio-avô de Joseph, que financiava o comércio entre o Ocidente e o Oriente. Nos anos 20, após a Primeira Guerra Mundial, o pai de Joseph, Jacob, mudou-se para o Líbano e fundou em Beirute o Jacob Safra Maison de Banque. Depois da Segunda Guerra, preocupado com a perseguição aos judeus, Jacob migrou com a família para o Brasil, em busca de um refúgio, e em 1955 criou o Banco Safra, com apenas sete funcionários. "Meu pai achava que a Terceira Guerra Mundial não demoraria a começar", disse Joseph certa vez.
Joseph e Moise ficaram tocando a instituição financeira em São Paulo, com o pai, enquanto Edmond, mais velho que eles, desde cedo comandava operações no exterior. O banco Safra sempre foi um porto seguro para o dinheiro de bilionários e milionários. Além de administrar grandes fortunas, a instituição também empresta para empresas de médio porte e atua como banco de investimentos.
Entre os irmãos, Joseph sempre foi o mais conservador. “Ele é a espécie de banqueiro que só empresta a pessoas que não precisam de dinheiro”, disse um concorrente ao Financial Times. Seu conservadorismo, no entanto, ajudou a criar a imagem de que o Safra é um banco sólido. “Seu José é um sujeito aritmético. Simples. Ele faz contas de padeiro. Divisão e multiplicação não é muito com ele, mas soma e subtração ele faz numa velocidade que ninguém segue”, descreveu um executivo à revista Época Negócios.
Crime na família Safra
Edmond, sete anos mais velho que Joseph, era mais ousado à frente das operações internacionais. Com pouco mais de 20 anos ele fundou o Banco de Desenvolvimento do Comércio em Genebra e em 1966, o Republic National Bank of New York, que virou uma referência no mercado de ouro. No início de 1999, já diagnosticado com mal de Parkinson, Edmond vendeu o banco americano para o inglês HSBC, em uma transação que teria desagradado aos irmãos Joseph e Moise.
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Em dezembro daquele ano, o banqueiro foi assassinado no apartamento em que vivia com a mulher Lilly, em Mônaco. A morte de Edmond intrigou a polícia na época. As primeiras versões eram de que dois homens encapuzados e com facas invadiram a residência de Safra de madrugada e puseram fogo em um dos cômodos. A fumaça matou por asfixia Edmond e uma enfermeira, que estavam refugiados num banheiro. A mulher do banqueiro, Lilly, só escapou da morte porque estava em outra ala da residência e dormia no momento do crime. Por um tempo, sua morte foi cercada de mistérios e especulações, que envolviam até a máfia russa. Mas um dos enfermeiros que cuidava do banqueiro confessou ter provocado o incêndio, para chamar a atenção do patrão, e foi condenado pelo crime.
A morte de Edmond acabou desencadeando uma disputa entre os outros dois irmãos pela divisão da herança da família. Na época, já era Joseph quem comandava o banco no Brasil e ele queria comprar a participação de Moise, que nunca foi muito atuante. Sem consenso sobre valores, Joseph abriu um novo banco, o J. Safra, que atuava nos mesmos setores e atendia os mesmos clientes. O acordo veio só em 2006, quando Moise aceitou vender sua participação - ele morreu oito anos depois.
Feito para atravessar tempestades
Ao longo de quase seis décadas, a família Safra conseguiu construir a imagem de que seu banco é blindado a crises. Um conselho de Jacob, o patriarca, acabou virando o lema do grupo: "Se você escolhe navegar os mares das finanças, construa um banco como construiria um barco, com a força para navegar em segurança em meio às maiores tormentas".
De fato, o Safra atravessou uma série de crises, sem nunca precisar de socorro dos governos. Em 2008, quando estourou a crise financeira global, ele estava prestes a concretizar o processo de sucessão, passando o comando do negócio para os três filhos - Jacob, Alberto e David, na época ainda muito jovens. Joseph assumiu as rédeas novamente. Embora o banco estivesse em uma situação confortável, ele ficou apavorado, segundo relatos de funcionários à revista Época Negócios, que publicou uma longa uma reportagem sobre o banqueiro em 2013. “Todos depositam aqui porque sabem que podem confiar em mim. Imagina se um dia eles vêm sacar e eu não tenho dinheiro”, dizia o banqueiro. Os executivos garantiam que não havia esse risco – seria preciso que todos os correntistas fossem ao banco exatamente no mesmo dia. “Não, meu filho, eu preciso do dinheiro para pagar todo mundo”, afirmava Joseph.
Naqueles meses que se seguiram à crise, ele enfrentaria outras turbulências. Seu medo não era tanto o prejuízo financeiro, mas perder a confiança de seus clientes endinheirados. Primeiro, veio à tona a informação de que o Banco Safra tinha US$ 300 milhões em um fundo gerido por Bernard Madoff, banqueiro americano que foi acusado de aplicar os recursos de clientes em um esquema ilegal de pirâmide.
Ele só retomaria o processo de sucessão cinco anos depois. Mas antes de passar o bastão para os filhos, Joseph Safra surpreendeu o mercado, ao comprar em 2012, o banco suíço Sarasin, por US$ 1,1 bilhão. Foi a maior aquisição feita por um grupo brasileiro no exterior naquele ano. Com a expansão internacional, o banqueiro praticamente dobrou o volume de dinheiro sob sua administração.
'Chiquita banana'
Dois anos depois, ele impressionou novamente ao entrar na briga, junto com o barão do suco de laranja José Luís Cutrale, pela Chiquita, empresa americana que é uma das maiores produtoras de bananas do mundo. A batalha pelo controle da companhia durou quase três meses. A Chiquita chegou a anunciar uma fusão com a irlandesa Fyffes, mas os brasileiros entraram na jogada, pagando mais pelas ações. Três propostas foram rejeitadas até que Safra e Cutrale aumentaram a oferta, para US$ 1,3 bilhão, e convenceram os acionistas. O banqueiro enxergou no negócio na aquisição uma oportunidade de diversificar os negócios da família, investindo em bananas - uma fruta popular no mundo inteiro.
Ao mesmo tempo em que fechava a compra da Chiquita, nos Estados Unidos, Safra comprou em Londres, por US$ 1,1 bilhão, o arranha-céu conhecido por Gherkin (pepino, em inglês). Uma reportagem do The New York Times diz que o edifício londrino, comprado por uma pechincha, passou a compor um portfólio imobiliário que inclui mais de 100 propriedades ao redor do mundo, como um conjunto de escritórios na Madison Avenue 660 e outros imóveis de luxo no SoHo, em Nova York.
Uma pessoa que trabalhou com o banqueiro disse que a lógica de seus investimentos imobiliários é a mesma dos negócios financeiros: comprar para preservar a riqueza, não para vender. Ele só se desfaz de maus negócios: em 1998, em parceria com a BellSouth, fundou a empresa de telefonia celular BCP que se tornou a segunda maior do setor no Brasil. Ela acabou vendida, por uma pechincha, para a América Móvil em 2003.
Sucessão e conflitos familiares
Nos últimos seis anos, os herdeiros Jacob, Alberto e David já estavam à frente do negócio. Os três se formaram em Wharton, a escola de negócios da Universidade da Pensilvânia. Jacob, o primogênito, comanda a operação internacional do grupo, com sede na Suíça. Alberto e o caçula David assumiram o Safra no Brasil: o primeiro cuidava da área de clientes corporativos e o segundo, da área de pessoas físicas. Com perfis distintos, os dois frequentemente se desentendiam, até que no fim do mês passado, Alberto decidiu deixar o banco, levando outros dois executivos importantes.
Em seu comunicado oficial, o Safra diz que a saída do herdeiro “se deve exclusivamente à sua intenção pessoal de dedicar-se a outro projeto com a família". O Estadão publicou, no entanto, que os conflitos entre os dois irmãos se acirraram após o lançamento da carteira digital do banco, a SafraWallet. O projeto foi desenvolvido por Alberto, mas David defendia que o negócio deveria ficar na área de varejo.
Entre os quatro filhos de Safra com a mulher Vicky, apenas Esther não enveredou para o mercado financeiro. Casada com Carlos Dayan, do banco Daycoval, ela é diretora da escola judaica Beit Yaacov, que tem o patrocínio de Joseph, um filantropo poderoso. Na década de 90, ele financiou a construção de uma luxuosa sinagoga em São Paulo. É também um dos maiores doadores do hospital Albert Einstein e do Sírio-Libanês. As esculturas de Rodin na Pinacoteca de São Paulo foram doação de Joseph Safra, assim como o manuscrito original da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, ao Museu de Israel em Jerusalém.
Nos últimos anos, diagnosticado com mal de Parkinson, Joseph tem passado mais tempo com a família na mansão de São Paulo, mantendo o perfil “exposição zero”. Mas nem sempre ele consegue essa proeza. Em 2019, seu nome voltou aos jornais (e não era por causa do ranking da Forbes). O banqueiro foi citado nas delações do ex-ministro Antonio Palocci, que relatou repasses indevidos feitos pelo banco Safra ao Partido dos Trabalhadores.
Três anos antes, Joseph tinha sido alvo de outra operação a Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propinas para influenciar julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ao qual se recorre contra sanções impostas pela Receita Federal. O Ministério Público Federal acusava o banqueiro de ter conhecimento de um plano de 2014 em que executivos de uma unidade de gestão de ativos do Banco Safra teriam pago R$ 15,3 milhões em propinas a auditores fiscais federais. Oito meses depois, a Justiça encerrou a ação penal contra Safra por falta de provas. E sem barulho, ele saiu de cena novamente.
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