As privatizações e vendas de participações em empresas estatais pelo governo devem atingir R$ 100 bilhões por ano em média até 2022. A estimativa é do Itaú BBA, unidade de atacado do maior banco privado brasileiro.
O programa de venda de ativos pelo governo e a perspectiva de crescimento maior da economia no ano que vem devem ajudar a atrair o investidor estrangeiro, segundo Caio David, presidente do Itaú BBA, que reuniu a imprensa para um encontro na sede do banco hoje.
Havia uma expectativa de que o capital externo voltasse com mais força ao país após a aprovação da reforma da Previdência, mas isso ainda não aconteceu.
Para João de Biase, diretor-executivo do Itaú BBA, o investidor de fora do país tem participado de operações no mercado local, mas de forma mais seletiva e em negócios de maior porte.
“A maior operação do ano, que foi a venda da TAG [Transportadora Associada de Gás] pela Petrobras, foi para estrangeiros, o grupo franco-belga Engie e o fundo canadense CDPQ”, afirmou.
Mais ofertas
O Itaú BBA espera mais um grande ano para as ofertas de ações e renda fixa no mercado de capitais em 2020. As emissões títulos de dívida, como debêntures, devem crescer entre 10% e 15% em relação a este ano, apesar dos problemas vividos recentemente por esse mercado. Em 2019, o volume de operações debêntures e outros títulos aos investidores deve alcançar os R$ 140 bilhões.
As ofertas de ações devem apresentar uma expansão ainda maior, de até 20% no ano que vem, segundo o banco. Aqui tivemos duas realidades bem distintas. Enquanto as emissões de empresas já listadas na B3 tiveram forte crescimento, as ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) apresentaram mais um ano abaixo do esperado, com apenas cinco operações.
“A proporção de IPOs vai ser maior em 2020”, afirmou De Biase, que vê hoje um número maior de empresas preparadas para abrir o capital.