As queimadas na Amazônia ganharam repercussão internacional nesta quinta-feira, 22, após o presidente da França Emmanuel Macron dizer que o assunto precisa estar no topo da agenda da reunião do grupo das sete maiores economias do mundo (G-7) deste fim de semana.
O assunto também foi amplamente debatido por personalidades políticas e celebridades dos esportes e das artes. Hoje, é assunto principal em, entre outros veículos, o site de notícias BBC. "Nossa casa está queimando. Literalmente", escreveu Macron no Twitter.
"A Floresta Amazônica - o pulmão do nosso planeta, que produz 20% do oxigênio do nosso planeta - está em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa emergência de primeira ordem daqui a dois dias", escreveu o presidente da França em duas publicações seguidas, em francês e inglês.
De 1º de janeiro até essa terça-feira, 20, foram contabilizados 74.155 focos, alta de 84% ante o mesmo período de 2018, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Um pouco mais da metade (52,6%) desses focos têm ocorrido na Amazônia.
"Em meio a uma crise climática internacional, não podemos permitir que se produzam mais danos em uma importante fonte de diversidade e oxigênio", escreveu o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres no Twitter.
Our house is burning. Literally. The Amazon rain forest - the lungs which produces 20% of our planet’s oxygen - is on fire. It is an international crisis. Members of the G7 Summit, let's discuss this emergency first order in two days! #ActForTheAmazon pic.twitter.com/dogOJj9big
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) August 22, 2019
Retórica
O governo federal determinou que todos os ministros adotem medidas necessárias para o levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia. A decisão está publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Porém, em transmissão nas redes sociais nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez uma crítica indireta ao presidente da França por fala sobre incêndios na Amazônia. Sem citar Macron, Bolsonaro classificou a declaração como uma "desfaçatez".
No Twitter, Bolsonaro disse que a sugestão do presidente francês "evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI". Bolsonaro disse lamentar que Macron busque "instrumentalizar" o assunto do Brasil e de outros países amazônicos para "ganhos políticos pessoais".