Relacionamento entre Bolsonaro e Guedes é ótimo
Prova disso é que com uma boa conversa, o ministro não só resolveu o imbróglio da Petrobras, como plantou a ideia de privatização dessa joia da coroa

Há uma semana a percepção era de que Jair Bolsonaro tinha aplicado mais uma de suas imperiosas caneladas no ministro da Fazenda, Paulo Guedes, ao ligar para o presidente da Petrobras, falar que ele tinha jogado diesel no seu chope e pedido explicações para uma alta do combustível acima da inflação.
Pego de surpresa, Guedes disse um “calma lá, deixa eu me situar primeiro”, e que se eventualmente o presidente fizesse alguma coisa que não fosse muito razoável, tinha certeza de que conseguiria consertar. “Uma conversa conserta tudo”, disse na ocasião.
Pois bem, a conversa aconteceu e não só resolveu a questão da independência da Petrobras na definição do preço dos combustíveis, como plantou na cabeça do presidente que privatizar a Petrobras não é má ideia.
Em entrevista à “GloboNews”, na quarta-feira, Guedes disse que “o presidente levantou a sobrancelha” quando o assunto privatização foi colocado nas discussões do reajuste do diesel.
Já na quinta-feira, circulou notícia de que o presidente teria “simpatia inicial” à privatização dessa joia da cora.
Na segunda-feira, escrevi que Guedes até poderia consertar as coisas conversando com Bolsonaro sobre o preço dos combustíveis, mas ponderei que novos choques poderiam acontecer, pois a visão prevalente era de “preço justo”, “bem maior” e que a política de preços não poderia ser “extorsiva”.
Leia Também
Enfim, subestimei o poder de uma conversa de Paulo Guedes. No entanto, creio que novos choques ocorrerão, pois o ministro segue fazendo um papel que se dispôs a fazer quando entrou para a campanha do até então desacreditado capitão da reserva. A ponte entre a economia e a política.
O próprio ministro fala que vez ou outra tem algum tumulto, uma bola nas costas, pois o time ainda está em treinamento.
Lembrei de uma palestra de Guedes que assisti em agosto do ano passado, na qual o então indicado a ministro transmitiu sua visão sobre Bolsonaro: Um torcedor de futebol fanático e não de uma ameaça à democracia.
Guedes também disse que os dois tinham uma espécie de pacto, um cuidava da economia e outro da política, mas que conversavam entre si.
Sim, Bolsonaro ouve Paulo Guedes e a suas aulas de economia liberal. Tanto que o ministro tem falado que Bolsonaro “está aprendendo mais rápido que os economistas brasileiros”.
Por isso causou surpresa, quando na terça-feira, vi uma nota falando que Guedes demonstrou estar “muito irritado” com Bolsonaro. Algo que teve breve impacto no preço do dólar e gerou algumas piadas entre agentes de mercado.
Autêntico e impulsivo
Guedes também sabe da impulsividade e autenticidade do presidente e não se assusta com eventuais arroubos. Guedes diz não entender de política e que seu compromisso é com a teoria econômica, mas ele tem uma enorme sensibilidade política para entender que o presidente soube captar o pulso da população e transformar isso em votos. E são os votos que legitimam o seu “fazer o melhor” no campo econômico.
O ministro diz que sua politização foi tardia, mas que com o tempo foi entendendo que o socialista tem um grande coração, mas destrói a economia, por não ter potencial intelectual. Já o conservador tem a insensibilidade. Assim, se define como um liberal-democrata.
Segundo Guedes, ao ouvir as ruas, os caminhoneiros, Bolsonaro demostra uma dimensão importante, pois ele tem a sensibilidade de não ouvir só os economistas. Antes, o ministro já tinha criticado o ex-presidente da Petrobras Pedro Parente pelo modelo de reajuste diário de combustíveis, que o deixou “bem na foto” com o mercado, mas mostrou uma falta de sensibilidade com a economia real. Guedes deixou claro que seu modo não é oito ou 80.
Os 200 milhões de patos
Guedes disse também que o próprio presidente mandou uma mensagem para ele mostrando que nos EUA tinham 60 diferentes bandeiras de petrolífera e aqui no Brasil, apenas uma. “Ele quis dizer alguma coisa com aquilo ali”, disse o ministro.
Segundo Guedes, para um conjunto cada vez maior de brasileiros está ficando claro que temos cinco bancos, seis construtoras, uma produtora e refinaria de petróleo e três distribuidoras de gás de um lado. Do outro, somos “200 milhões de patos”.
Aqui entra algo que Guedes falou sobre o “caminho da prosperidade”, que passa por acabar com a ideia de Estado forte e dirigista e estimular os diferentes mercados e a livre competição, pois é isso que traz riqueza.
Guedes também está ciente das limitações do próprio presidente em abraçar algumas agendas, mas espera que “cada um vai dar o que pode dar” e lembrou que o presidente já cedeu em coisas que eram e são importantes para ele, como idade mínima para mulheres na aposentadoria, pois essa é uma medida importante para o Brasil.
O ministro também disse que com a idade, a vaidade (intelectual) foi se esvanecendo e que o importante, agora, é fazer um bom trabalho.
No entanto, sendo conhecido por sua capacidade de enxergar a longo prazo ou “farol alto”, como me disse um conhecido que trabalhou com ele, Guedes sabe que entra para história podendo deixar uma pirâmide a ser contemplada, ou acabar no capitulo daqueles que poderiam ter sido, mas que não foram.
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dividendos extraordinários estão fora do horizonte da Petrobras (PETR4) com resultados de 2025, diz Bradesco BBI
Preço-alvo da ação da petroleira foi reduzido nas estimativas do banco, mas recomendação de compra foi mantida
Ações x títulos da Petrobras, follow-on da Azul e 25 ações para comprar após o caos: o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Outra forma de investir em Petrobras além das ações em bolsa e oferta subsequente de ações da Azul estão entre as matérias mais lidas da última semana em SD
Dividendos: Cury (CURY3), Neoenergia (NEOE3) e Iguatemi (IGTI11) distribuem juntas quase R$ 1 bilhão em proventos; veja quem mais paga
As empresas de energia, construção e shopping centers não foram as únicas a anunciar o pagamento de dividendos bilionários nesta semana
PETR4, PRIO3, BRAV3 ou RECV3? Analista recomenda duas petroleiras que podem ‘se virar bem’ mesmo com o petróleo em baixa
Apesar da queda do petróleo desde o “tarifaço” de Trump, duas petroleiras ainda se mostram bons investimentos na B3, segundo analista
Combustível mais barato: Petrobras (PETR4) vai baixar o preço do diesel para distribuidoras após negar rumores de mudança
A presidente da estatal afirmou na semana passada que nenhuma alteração seria realizada enquanto o cenário internacional estivesse turbulento em meio à guerra comercial de Trump
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Dividendos e JCP: Vibra (VBBR3) aprova a distribuição de R$ 1,63 bilhão em proventos; confira os prazos
Empresa de energia não é a única a anunciar nesta quarta-feira (16) o pagamento de dividendos bilionários
Passou: acionistas da Petrobras (PETR4) aprovam R$ 9,1 bilhões em dividendos; veja quem tem direito
A estatal também colocou em votação da assembleia desta quarta-feira (16) a indicação de novo membros do conselho de administração
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada
Mais de 55% em dividendos: veja as empresas que pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 12 meses e saiba se elas podem repetir a dose
Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro, mas que pagaram bons proventos entre abril de 2024 e março de 2025
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump