Já vai tarde, Mu Hak

Um grupo de desconhecidos se reuniu na primeira assembleia de condomínio de um prédio novinho em folha. Era véspera de Natal e muita gente faltou. Quem foi estava apressado para resolver aquele que era mais um trâmite burocrático antes da entrega do apartamento. O grupo que comprou à vista queria acabar logo para pegar a chave no fim da reunião. Nesse contexto, um administrador indicado pela construtora apresentou um projeto pronto com as primeiras definições do condomínio. A votação era na linha “sim ou não” - mas se o "não" vencesse o processo voltava para a estaca zero. Na ânsia para pegar o imóvel, a maioria disse "sim".
O que eu e meus vizinhos decidimos às pressas naquele dia nos trouxe muita dor de cabeça no futuro. Uma delas foi a escolha de um síndico profissional que cobrava caro, mas não estava disponível para ajustar um prédio novo para a entrada de 120 famílias. Depois de eleito, não é tão fácil tirar o síndico. Foi preciso mobilizar vizinhos que ainda nem moravam no prédio para conseguir o quórum mínimo para convocar nova assembléia e votar a questão.
O que acontece nas reuniões de condomínio também ocorre em algumas assembleias de acionistas de empresas. Até o ano passado, o quórum das assembleias da Gafisa estava na casa de 20%. Um investidor conseguiu mudar cláusulas sobre a tomada de controle e assumiu a empresa em outubro do ano passado. Estou falando do coreano Mu Hak You, da GWI.
Até hoje os acionistas da Gafisa estão sofrendo as consequências pela sua passividade. Em menos de 6 meses, as decisões atrapalhadas da GWI colocaram a Gafisa em maus lençóis. O Seu Dinheiro fez uma série de reportagens para alertar o investidor sobre o absurdo que foi feito com essa empresa nos últimos meses e chegou a ser notificado por Mu Hak para parar de denunciar o caso.
Agora o conselho de administração da Gafisa resolveu agir e propôs retirar os direitos de voto de Mu Hak na empresa. É mais um capítulo da “novela” que você pode conferir no Seu Dinheiro. A questão será votada na próxima assembleia de acionistas. Será que eles vão se mobilizar desta vez?
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Dois em um
Para quem gosta de investimentos imobiliários, mas não tem saco para a dor de cabeça que é ser proprietário de um imóvel, os fundos imobiliários são uma alternativa interessante. Assim como o dono de um apartamento, os cotistas dos fundos podem ganhar dinheiro de duas formas: aluguel e valorização. Ficou curioso em saber como funciona esse combo? A Julia Wiltgen traz mais informações aqui.
Temos CCJ
Quem já acompanhou votação na Câmara sabe que é sempre aquela confusão. E para eleger o novo presidente da CCJ, uma das comissões mais importantes da Casa, não poderia ter sido diferente. Na escolha dos parlamentares, o eleito foi o deputado Felipe Francischini (PSL-PR). Ele já disse que vai conversar com os titulares e suplentes até a próxima quarta para montar o calendário da tramitação da Previdência. Mas a tarefa não será fácil, o deputado é estreante na Casa e vai assumir a comissão responsável por votar a admissibilidade da proposta. Veja mais informações aqui.
Vai ter que rebolar
Os números da Embraer que saíram hoje pela manhã não vieram nada bons. A companhia teve um prejuízo líquido de R$ 669 milhões em 2018, bem pior que o esperado pelos analistas e que o resultado do ano anterior. Fique atento na ação da empresa hoje.
Amargo tipo jiló
Em meio às expectativas de que pode ser vendida, a petroquímica Braskem trouxe ontem à noite um resultado com sabor amargo. O lucro líquido da companhia caiu 30% em 2018 e fechou em R$ 2,907 bilhões. O valor ficou abaixo das estimativas dos analistas da Bloomberg. Segundo a companhia, uma série de “eventos extraordinários” atrapalhou o desempenho da empresa ao longo do ano. Os papéis da companhia devem ser impactados hoje na bolsa pelo resultado aquém do esperado.
Aquele seu 1% que ainda tem dúvidas
Mesmo que você seja um investidor experiente, sempre surgem aquelas perguntinhas sobre como declarar investimentos no seu Imposto de Renda. Pensando nisso, a repórter Julia Wiltgen hoje te explica como você deve fazer para declarar suas aplicações em renda fixa e nos COEs. Atenção, até os ativos isentos de IR precisam ser declarados. Tem dúvidas? Confira aqui os detalhes nesta matéria.
A Bula do Mercado - É hoje?!
Com a arrancada recente na bolsa, volta a expectativa para a marca dos 100 mil pontos. A meta parece estar cada vez mais próxima, mas a influência do cenário internacional pode adiar o sonho do recorde.
Os sinais do exterior continuam fracos com dados insatisfatórios sobre a economia chinesa, que apresentou o ritmo mais lento dos últimos 17 anos na indústria. O alerta da Casa Branca de que os Estados Unidos podem deixar as negociações comerciais com a China também não é nada bom para as bolsas internacionais. No Reino Unido, um acordo para a saída do bloco europeu foi mais uma vez rejeitado e uma derrota na votação marcada para hoje pode enfraquecer ainda mais a primeira-ministra Theresa May.
Mas para os investidores brasileiros, a reforma da Previdência é a grande prioridade e qualquer novidade sobre o andamento da PEC e a articulação da CCJ pode animar o mercado doméstico. Também vale a pena ficar de olho nos números do varejo nacional divulgados hoje.
Após operar acima da marca dos 99 mil pontos na tarde de ontem, o Ibovespa fechou com alta de 1,10%, a 98.903 pontos. O dólar fechou praticamente estável, com baixa de 0,04%, a R$ 3,81. Consulte a Bula do Mercado para saber como devem se comportar bolsa e dólar hoje.
Um grande abraço e ótima quinta-feira!
Agenda
Índices
- IBGE divulga resultado das vendas no varejo em janeiro
- Ministério da Economia divulga Relatório Prisma Fiscal de fevereiro
- Alemanha e Argentina divulgam inflação de fevereiro
- Estados Unidos divulgam dados semanais de emprego
Mercados
- Opep divulga relatório mensal sobre o mercado de petróleo
Balanços
- No Brasil: Embraer, Azul, brMalls, Estácio, Marisa e EcoRodovias
- Teleconferência: Embraer, Azul, Braskem
Política
- Parlamento britânico vota pedido de adiamento do Brexit
- Senado dos EUA deve votar revisão da Lei de Emergência Nacional
Boeing é alvo de multa de US$ 3,1 milhões nos EUA por porta ejetada de 737-Max durante voo
Administração Federal de Aviação dos EUA também apontou que a fabricante apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e de qualidade exigido pela agência
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