Os bastidores da relação dos donos da JBS com o poder
No livro “Why not”, a jornalista Raquel Landim fala sobre a trajetória da gigante das carnes

Uma passagem no início de "Why Not", livro da jornalista Raquel Landim sobre a trajetória da JBS, empresa no centro de um intricado esquema de pagamento de propinas a políticos para garantir o apoio oficial a seus projetos de expansão, define a personalidade do personagem principal, Joesley Batista, ao descrever um episódio de infância. Dona Flora, matriarca da família, desesperou-se porque o filho desaparecera de casa. O pequeno Joesley acabou sendo encontrado dentro de um buraco. Quando questionado sobre o que fazia, disse: “Procurando petróleo”.
Trechos como esse são fruto de uma pesquisa detalhada, que começou há dois anos, no dia em que a cartada mais arriscada de Joesley foi revelada: em 17 de maio de 2017, foi divulgada a gravação que o todo-poderoso do grupo J&F - à época, dono não só da JBS, mas também da Alpargatas (dona da Havaianas) e da Eldorado Celulose, entre outros negócios - havia feito de uma conversa no Palácio do Jaburu, em visita que o então presidente Michel Temer manteve fora da agenda oficial.
A essa altura, Joesley, que ao lado do irmão Wesley, havia transformado a JBS na líder global em proteína animal, sentia-se encurralado. Pressionado pelo Ministério Público Federal, viu que sua única opção era a delação premiada. Ao concordar em contar tudo à Justiça, mas exigir imunidade total em troca, voltou a apostar alto. Seus dois objetivos eram: evitar a prisão e, ao mesmo tempo, salvar os negócios da bancarrota.
A decisão dos irmãos Batista de colaborar com o MPF, disse Raquel ao "Estado", partiu da observação de empreiteiros que, àquela altura, já haviam sido enredados nas investigações da Operação Lava Jato. “Eles viram o que aconteceu com Marcelo Odebrecht, que demorou a colaborar, e resolveram se antecipar”, explicou a jornalista. Para evitar o mesmo destino, Joesley estava mais uma vez disposto a apostar quase tudo: valia até gravar o presidente.
A ousadia dos irmãos - tanto na disposição em comprar empresas e fazê-las crescer quanto em agradar a políticos para atingir seus objetivos - é mostrada em detalhes em "Why Not". A edição facilita a vida do leitor: contém um glossário dos partidos políticos mencionados e uma linha do tempo que detalha desde as origens humildes do negócio até as sucessivas compras bilionárias que o grupo fez depois de 2010, com ajuda de bancos públicos, como BNDES e Caixa, e de fundos de pensão.
A trajetória dos irmãos Batista ainda tem final aberto - eles ficaram meses na cadeia, mas hoje respondem processo em liberdade -, por isso, a narrativa de "Why Not" termina em 2017, quando os dois líderes do império da carne foram presos em questão de dias. Como muita coisa aconteceu desde então, de vendas de negócios bilionários a eventos da vida pessoal de Wesley e Joesley, o livro traz ainda um epílogo que resume eventos posteriores - atualizado até o dia da obra ir à gráfica.
Leia Também
Embora a história dos empresários ainda esteja em curso, Raquel disse que Joesley já conseguiu parte do que queria. Ao contrário da Odebrecht, que passa por dificuldades, a JBS vai bem - seu lucro foi de mais de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2019. Quanto à outra meta - se livrar de um período mais longo atrás das grades -, resta esperar por um capítulo ainda a ser escrito: “Isso só a Justiça vai dizer.” As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
CVM rejeita oferta milionária dos irmãos Batista para encerrar processo envolvendo as contas da JBS (JBSS3); entenda
Acusados de abusarem do direito de seus cargos para aprovarem as próprias contas, os empresários ofereceram um total de R$ 6 milhões
PetroRio (PRIO3) entra nas ações mais recomendadas para maio com “ajuda” da Petrobras (PETR4). Confira as principais indicações para o mês
As ações PRIO3 já haviam aparecido entre as menções honrosas no mês passado; agora, com um impulso da própria estatal, elas ganham ainda mais destaque
Itaú BBA rebaixa recomendação da Marfrig (MRFG3); saiba qual é a ação preferida do banco entre os frigoríficos
Queda de margens na América do Norte e oferta de gado no Brasil influenciam as eleitas como queridas do banco de investimento para o setor
Lucro líquido da JBS (JBSS3) salta 345,5% em 2021 e companhia anuncia novo programa de recompra de ações; veja o que muda para os acionistas
A receita líquida teve um crescimento mais tímido, de 27,8%, e foi a R$ 97,2 bilhões nos últimos três meses do ano
Exercendo o poder: Marfrig (MRFG3) confirma que pretende influenciar na administração da BRF (BRFS3); entenda o caso
Conselho de Administração decidiu que a empresa deverá exercer seus direitos de acionista na BRF, fazendo valer seus interesses no dia a dia da rival
Sem acordo, JBS (JBSS3) desiste de comprar ações e fechar o capital da Pilgrim’s Pride; entenda
Segundo a Ativa Research, a notícia não deve impactar tanto a JBS, já que a companhia continuará a exercer controle sobre a PPC
BNDES segue plano estratégico e vende mais 50 milhões de ações da JBS (JBSS3) nesta quarta-feira (16); papéis recuam mais de 3%
O primeiro block trade do BNDES foi feito em dezembro, com a venda de 70 milhões de ações. Após a finalização da operação, o BNDES ainda deterá 19,5% do capital da JBS
Joe Biden está incomodado com o preço da carne nos EUA. E pode sobrar para JBS e Marfrig
Presidente dos EUA diz ver exploração nas indústrias de carnes e aves e quer financiar a expansão da capacidade de pequenas processadoras de carne no país
JBS conclui compra da empresa de processamento de suínos Rivalea e se torna líder do segmento na Austrália
Negócio foi anunciado em junho e estava sujeito a aprovações regulatórias de autoridades australianas
Conheça oito ações para comprar na B3 no primeiro trimestre, segundo o BofA
Série de relatórios destaca ações que já têm recomendação de compra e ainda assim podem superar as expectativas; confira a lista completa
Maiores altas da bolsa: Embraer (EMBR3) é a grande vencedora em 2021; confira as outras ações que lideraram os ganhos do ano
Na contramão, Magazine Luiza, celebrada pelo histórico de forte crescimento na última década, figura entre os piores desempenhos em 12 meses
A crônica de uma saída anunciada: BNDES vende 12% de sua participação na JBS (JBSS3) e inicia desinvestimento
Operação de block trade ocorreu na manhã de hoje e movimentou R$ 2,66 bilhões
Para os paladares mais refinados: JBS compra o Grupo King’s e assume marcas renomadas da charcutaria italiana
Avaliada em R$ 520 milhões, aquisição foi feita por intermédio da tradicional Rigamonti, subsidiária da multinacional brasileira na Itália
Itaú (ITUB4) é a ação mais indicada para novembro; conheça outras apostas das corretoras para o mês
As ações dos bancos ficaram para escanteio, diante do temor dos investidores do estrago potencial com a entrada das novas empresas de tecnologia no setor financeiro, mas vêm sendo redescobertas pelo mercado
Com Itaú e um ativo internacional no pódio, confira as ações mais indicadas pelas corretoras em outubro
A segunda colocada deste mês roubou os holofotes da campeã ao marcar a primeira aparição de um ativo internacional no pódio
Grupo Mateus e JBS têm forte alta na bolsa em duas semanas; por quê? Empresas respondem
Benefícios fiscais e novas análises de bancos de investimento estão entre os motivos para as fortes oscilações, de acordo com as companhias; entenda
JP Morgan vê potencial de mais de 40% de alta para as ações da JBS (JBSS3) com melhora do cenário internacional para proteínas
Com o crescimento dos preços dos cortes nos Estados Unidos se sobrepondo ao custo do rebanho e do processamento, a JBS deve apresentar um balanço mais robusto no próximo ano.
‘Vaca louca’ não assusta investidores e ações de Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) sobem forte mesmo com exportações suspensas
A interrupção dos embarques dos produtos brasileiros foi voluntária, até que os resultados dos casos identificados sejam analisados e esclarecidos
7 de setembro fica em segundo plano e Ibovespa aproveita véspera do feriado para subir; dólar recua
Sem as bolsas de Nova York para dar sustentação, o Ibovespa foca no cenário doméstico antes do feriado marcado por tensão entre poderes
Lucrativas, mas em baixa: Por que ações de Ultrapar, Via, B3, Inter, MRV e JBS caem após balanços?
Empresas apresentam crescimento em praticamente todos os indicadores de resultados, mas apresentam as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta