Por aliados, Bolsonaro retira indicações ao Cade
Com a troca, o governo quer evitar qualquer fonte de atrito com o Senado, que vai analisar a indicação do deputado Eduardo, filho do presidente, para embaixador do Brasil em Washington
					Em um aceno ao Senado, o presidente Jair Bolsonaro retirou duas indicações que haviam sido apresentadas por ele para compor o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em mensagem enviada nesta quinta-feira, dia 1º, aos senadores, Bolsonaro pede que seja tirada de tramitação a análise dos nomes de Vinícius Klein e Leonardo Bandeira Rezende para os cargos de conselheiro do órgão de defesa da concorrência.
Os dois eram indicações dos ministros da Justiça, Sérgio Moro, e da Economia, Paulo Guedes. A decisão pegou de surpresa integrantes do Cade, senadores e o próprio Moro, a quem o órgão é ligado formalmente. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, teria sido uma atitude do próprio presidente, que decidiu escolher outros nomes. Guedes teria sido avisado e ajudará nas novas indicações.
Com a troca, o governo quer evitar qualquer fonte de atrito com o Senado, que vai analisar a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para embaixador do Brasil em Washington (EUA). A Casa também votará, neste segundo semestre, o projeto de reforma da Previdência.
Responsável pela análise de fusões de empresas e pelo julgamento de infrações como cartéis, o Cade está com quatro cargos vagos neste momento e não tem quórum para realizar sessões de julgamento.
Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em junho, havia resistência de parlamentares aos dois nomes, por terem sido indicados pelos dois ministros sem negociação prévia no Senado. De acordo com fontes, porém, essa etapa já estava "superada" e havia sido feito um acordo com os senadores para que as duas últimas indicações partissem da Casa.
Guedes e Moro, no entanto, queriam evitar indicações políticas. Desde a transição, os ministros trabalhavam por nomes técnicos para o órgão e com experiência na área concorrencial - Klein é procurador do Estado do Paraná e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), enquanto Rezende, economista e professor, foi diretor do Departamento de Economia da PUC/Rio (2009 a 2016).
Leia Também
Novos nomes
Entre os nomes aventados para novas indicações, está o do economista-chefe do Cade, Guilherme Rezende, que atuou como uma espécie de consultor para a área da concorrência durante a campanha de Bolsonaro.
Também foi considerado o nome de Humberto Lucena Fonseca, mas a avaliação entre fontes da área é de que ele teria menos chance porque foi secretário de Saúde do Distrito Federal no governo de Rodrigo Rollemberg, do PSB, e é alvo de investigações.
A assessoria de Moro confirmou que o ministro não tinha conhecimento da decisão do presidente de retirar a indicação. A decisão se junta a outros reveses na relação do ministro não só com o Congresso, mas também com o Planalto. Foi o caso da indicação da cientista política Ilona Szabó como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, em março passado. Moro teve de recuar do convite diante da rejeição de bolsonaristas.
Outro recuo foi a retirada do crime de caixa 2 do pacote anticrime enviado ao Congresso, além da derrota política da transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Justiça e o fato de Bolsonaro ignorar pareceres do ministério comandado por Moro nos decretos de armas.
'Pressa'
Os indicados para o Cade precisam ter os nomes aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e, ainda, pelo plenário da Casa. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), manifestou surpresa com o pedido de Bolsonaro. "Quem está mais preocupado em manter os conselheiros do Cade para essa reunião (de agosto) é o próprio governo. Quem tinha pressa na aprovação era o ministro Moro. Tem questões da economia brasileira que passam pelo Cade", afirmou Aziz.
A movimentação surpreendeu também integrantes do Cade, que já contavam com a sabatina dos dois indicados no próximo dia 13, pré-agendada na comissão, e com a aprovação dos nomes para retomar o quórum do órgão. O Cade vinha, inclusive, preparando uma sessão para o dia 21 de agosto, que só poderá ocorrer com a nomeação de um novo conselheiro.
A retirada dos nomes também não foi bem recebida entre advogados que atuam no Cade, que temem a politização do órgão. "Causa estranheza e profunda preocupação a inédita retirada de nomes qualificados quando o tribunal do Cade está paralisado por falta de quórum, sendo totalmente irrazoável o congelamento de operações de aquisição e venda de empresas em razão de impasses políticos", disse o advogado José Del Chiaro.
Para o coordenador do curso de MBA de Regulação de Mercados da Fipe, Cleveland Prates, em um cenário de paralisia da economia, a escolha de novos membros do Cade deveria ser agilizada. O Ministério da Economia e o Planalto não comentaram o assunto. Vinícius Klein não quis se pronunciar. A reportagem não conseguiu localizar Leonardo Rezende. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Derrota para o governo: Câmara arquiva MP 1.303 e livra investimentos de aumento de imposto de renda — bets também saem ilesas
Deputados retiraram a votação do texto da pauta e, com isso, a medida provisória perde a validade nesta quarta-feira (8)
Pesquisa Genial/Quaest mostra popularidade de Lula no maior patamar do ano após crise com EUA
Aprovação sobe a 48%, impulsionada por percepção positiva da postura do governo diante de tarifas impostas por Trump
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes