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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Crise do diesel

Petrobras perde R$ 32 bi em valor de mercado após interferência do governo

Os papéis da Petrobras despencaram com a nova crise de ingerência política na estatal. E, no meio desse turbilhão, o Ibovespa recuou mais 1,98% hoje — a quarta queda consecutiva

Victor Aguiar
Victor Aguiar
12 de abril de 2019
10:20 - atualizado às 18:47
Selo marca a cobertura de mercados do Seu Dinheiro para o fechamento da Bolsa
Ibovespa teve mais um dia de queda e retorna à faixa dos 92 mil pontos - Imagem: Seu Dinheiro

Um velho fantasma voltou a assombrar a Petrobras. E o estrago foi grande: mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado.

Pressionado pelas ameaças de uma nova greve dos caminhoneiros, o governo interferiu na política de preços da estatal e barrou o reajuste do diesel — criando um novo foco de turbulência para o já cauteloso mercado brasileiro.

E qual foi o impacto dessa notícia? As ações ON da Petrobras fecharam em queda de 8,54%, enquanto os papéis PN recuaram 7,75%. Com isso, o valor de mercado da estatal caiu de R$ 393,89 bilhões ontem para R$ 361,49 bilhões hoje — uma perda de R$ 32,4 bilhões em apenas um dia.

Com as ações da estatal derretendo, o Ibovespa não teve chances: terminou a sessão em baixa de 1,98%, aos 92.875,00 pontos. O dólar à vista também foi afetado pela onda de pessimismo e fechou em alta de 0,83%, a R$ 3,8884.

Dia da marmota

As ações da Petrobras já operavam em queda firme desde o início do dia, com o mercado interpretando que o recuo da estatal em relação ao diesel era fruto de intervenção do governo na administração da empresa — tese que foi confirmada no início da tarde e aprofundou a espiral negativa dos papéis.

Bolsonaro admitiu que determinou a suspensão do reajuste de 5,7% no preço do diesel — o novo valor começaria a ser cobrado nesta sexta-feira, 12, mas vai ficar suspenso até que os técnicos da estatal justifiquem ao presidente a necessidade do aumento.

"Eu liguei para o presidente (da Petrobras) sim. Me surpreendi com o reajuste de 5,7%. Não vou ser intervencionista. Não vou praticar a política que fizeram no passado, mas quero os números da Petrobras", afirmou Bolsonaro.

Embora analistas ponderem que uma nova greve dos caminhoneiros poderia ter efeitos catastróficos, a percepção é que o modus operandi do governo contribuiu para aumentar os ruídos e evocar memórias traumáticas aos mercados. A Petrobras chegou a comunicar que o aumento seria colocado em prática — e horas depois voltou atrás.

"Cabe agora entender se a politica de preços vai continuar mesmo ou não. Na duvida, o investidor vende", diz Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research.

Para Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos, o governo precisa agir rápido para esclarecer os próximos passos. "Não pode ficar sem uma explicação formal, não pode ficar a sensação de que o governo pegou para si a tabela de preços", diz.

Toda essa incerteza também foi refletida no volume de negociações das ações da Petrobras. Ao todo, os papéis PN da estatal movimentaram mais de R$ 5,9 bilhões no pregão de hoje — o que corresponde a 29,5% do giro total do Ibovespa nesta sexta-feira, de R$ 20,2 bilhões.

Operadores e analistas ainda lembram que as fortes quedas dos papéis da Petrobras também trarão efeitos ao vencimento de opções sobre ações na B3, na segunda-feira. "Isso dá ganho de causa para os vendidos", diz Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor.

Cautela política

Mas a Petrobras não foi a única notícia do dia. Em linhas gerais, a semana foi carregada para os mercados brasileiros, com um leve aumento nos temores em relação à tramitação da reforma da Previdência.

A possibilidade de atraso no cronograma de votação da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara — um movimento dos deputados do centrão pode jogar a votação do texto apenas para depois do feriado da Páscoa — já deixava os mercados aflitos.

E esse cenário ganhou um nova nova camada de incerteza após a notícia de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia — um dos principais defensores da reforma — pode estar envolvido no sistema de propinas pagas pela Odebrecht. A análise do sistema da construtora indica supostas execuções de pagamento que totalizam R$ 1,4 milhão ao presidente da Câmara e seu pai, César Maia.

Considerando esse pano de fundo e o noticiário da Petrobras, o Ibovespa acumulou perdas de 4,36% na semana — hoje foi o quarto dia seguido de desempenho negativo. No mês, o índice cai 2,66%, mas, no ano, ainda sobe 5,68%.

Tudo azul no exterior

Lá fora, contudo, o tom foi amplamente positivo hoje: o Dow Jones subiu 1,03%, o S&P 500 avançou 0,66% e o Nasdaq teve alta de 0,46%, após os dados da balança comercial da China em março surpreenderem positivamente. Além disso, os balanços do J.P. Morgan e do Wells Fargo foram bem recebidos pelo mercado e contribuem para manter o bom humor no exterior.

O mercado de commodities também reagiu bem: tanto o petróleo WTI (+0,49%) quanto o Brent (+1,01%) fecharam no campo positivo. Na China, o minério de ferro avançou 0,86% nesta sexta-feira.

Dólar estressado

Com a alta de 0,83% de hoje, o dólar à vista encerrou a semana com ganho acumulado de 0,43% — em 2019, a moeda americana avança 0,33%. O nível de R$ 3,88 é o mais elevado para um fechamento em abril, mas ainda está distante das máximas do ano: em 27 de março, o dólar encerrou na casa de R$ 3,95.

O clima de estresse foi sentido na ponta longa da curva de juros: os DIs para janeiro de 2023 subiram de 8,24% para 8,27%, e os para janeiro de 2025 avançaram de 8,73% para 8,81%. Na ponta curta, o viés foi de leve queda: as curvas com vencimento em janeiro de 2020 caíram de 6,48% para 6,47%, e as com vencimento em janeiro de 2021 recuaram de 7,14% para 7,13%.

Estatais sofrem

O noticiário a respeito da Petrobras também assombrou as ações do Banco do Brasil e da Eletrobras, com o mercado temendo que todas as empresas estatais possam estar sujeitas à interferência do governo em suas gestões.

Eletrobras ON (-5,24%) Eletrobras PNB (-4,97%) também apareceram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta sexta-feira. E Banco do Brasil ON (-3,17%) teve desempenho muito pior que o de outros bancos, como Itaú Unibanco PN (-1,04%) e Bradesco PN (-0,91%).

Mineração e siderurgia tentam resistir

Com os sinais de reaquecimento da economia chinesa, as ações do setor de mineração e siderurgia não acompanham o tom amplamente negativo de grande parte do Ibovespa  — a China é uma importante consumidora de aço e minério de ferro.

CSN ON teve a segunda maior alta do índice, avançando 3,53%. Já Usiminas PNA (+0,1%) e Vale ON (-0,6%) ficaram perto da estabilidade, resistindo ao pessimismo generalizado na bolsa.

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