Flávio Bolsonaro reclama que não teve oportunidade de esclarecer movimentações
Nas entrevistas, o senador eleito afirmou que o pagamento de R$ 1.016.839 milhão de um título da Caixa Econômica Federal, registrado pelo Coaf como movimentação atípica, é referente ao valor da quitação da dívida de um apartamento

O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se apresentou como vítima de uma ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), que investiga movimentações suspeitas em sua conta corrente, em entrevistas à RecordTV e à RedeTV exibidas na noite deste domingo, 20.
Nas duas entrevistas, o filho do presidente Jair Bolsonaro teve momentos de exaltação e demonstrou certo nervosismo.
À RecordTV, o parlamentar disse que não lhe foi dada a oportunidade de esclarecer as movimentações atípicas às autoridades competentes antes que a investigação fosse aberta. "Tem que mostrar as atrocidades que fizeram comigo.
Quebraram meu sigilo bancário. Por que essa perseguição comigo?", questionou. Flávio foi convidado a depor no dia 10 de janeiro, mas não compareceu ao MP-RJ com a justificativa que queria ter acesso primeiro aos autos do processo.
Na quinta-feira, 17, o senador eleito solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendesse o processo, com base no argumento de que ele já tinha sido diplomado senador, e que, por isso, a Corte Suprema deveria ser a responsável pelo processo.
Luiz Fux, ministro plantonista do Supremo, suspendeu temporariamente a ação. No dia 1º de fevereiro, quando acaba o recesso do STF, o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, deverá tomar uma decisão final.
Leia Também
"O ministro Marco Aurélio vai ver como estou sendo arbitrariamente lesado muito antes de ser ouvido. Não tenho dúvidas que o ministro Marco Aurélio, ao ver nulidades desse processo, vai tomar a decisão mais acertada", disse. Flávio ainda afirmou que vai "onde tiver que ir" para se defender.
Nas entrevistas, o senador eleito afirmou que o pagamento de R$ 1.016.839 milhão de um título da Caixa Econômica Federal, registrado pelo Coaf como movimentação atípica, é referente ao valor da quitação da dívida de um apartamento da construtora PDG que comprou na planta.
O mesmo apartamento, segundo Flávio, foi vendido depois por R$ 2,4 milhões. Parte desse valor, ainda de acordo com o senador eleito, foi recebido em dinheiro, o que o fez realizar 48 depósitos de R$ 2 mil em sua conta corrente entre junho e julho de 2017.
Flávio justificou que os depósitos foram feitos na agência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) porque era o local de trabalho dele, e que foram realizados em montantes de até R$ 2 mil porque era o máximo permitido pelos caixas eletrônicos.
O parlamentar também negou que em seu gabinete os funcionários repartem o salário com ele. Segundo Flávio Bolsonaro, houve momentos em que cargos ficaram vagos. "Eu iria deixar vago se quisesse fazer dinheiro com isso? Agora, o que o funcionário do gabinete faz com o dinheiro dele, não tem como controlar."
Queiroz
O senador eleito ainda negou responsabilidade sobre as movimentações atípicas encontradas na conta de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. "O que assessor faz ou deixa de fazer é de responsabilidade dele. Quem tem que explicar a origem do dinheiro do Queiroz não sou eu, é o MP." Flávio completou que não tem falado com o ex-assessor para "não ter qualquer dúvida de que não está combinando com ele".
Suspeita de Flávio
À RedeTV!, Flávio Bolsonaro insinuou que promotores fluminenses poderiam estar perseguindo a ele e a seu pai por razões ideológicas. "Não sei se é verdade, mas circulam fotos na internet de promotores com camisas onde estava escrito 'eu sou contra o golpe', o que mostra simpatia pelo PT." E completou: "Não quero ser privilegiado nem prejudicado por ser filho do presidente".
Flávio reclamou que a investigação contra ele, iniciada no começo de 2018, corre a uma velocidade sem precedentes e que as diligências aceleraram no fim do ano. "Não estou conseguindo mais respirar, cada dia tem algo novo."
E acrescentou: "Fui intimado dia 7 para depor dia 10. Quando comecei a entender o que estava acontecendo, saíram mais coisas".
O senador eleito questionou ainda sobre os processos contra assessores de outros deputados da Alerj. "Pergunta ao MP quantos assessores ele já intimou, já quebrou o sigilo bancário, de outros deputados."
Sobre o vazamento ilegal de seu sigilo bancário, o filho do presidente disse que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público.
O senador eleito encerrou a entrevista repetindo que a investigação do MP é uma tentativa clara de destruir sua reputação. "Não vão conseguir destruir minha reputação e da minha família. Não estou passando a mão na cabeça de ninguém. Quem for culpado tem que ser punido. Não quero privilégio nenhum. Só quero ser tratado como cidadão normal. Deixou de ser uma investigação para ser uma perseguição contra o presidente."
*Com Estadão Conteúdo
Flávio Bolsonaro nega ter sido avisado sobre Operação Furna da Onça
O procurador disse que Flávio confirmou participação em uma reunião com Marinho e advogados
Citados em ‘rachadinha’ continuam com cargos
Ex-assessores fazem parte de uma lista de 69 pessoas que trabalharam com Flávio Bolsonaro e tiveram sigilo bancário e fiscal quebrados por decisão da Justiça em abril do ano passado
Presidente do STJ decide colocar Queiroz em prisão domiciliar
O caso tramita sob segredo de Justiça. Preso desde 18 de junho, Queiroz é apontado como operador de um suposto esquema de “rachadinhas” – apropriação de salários de funcionários – no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro
Facebook derruba rede de fake news ligada ao PSL e à família Bolsonaro
Segundo a Atlantic Council, o envolvimento de funcionários de gabinetes pode indicar que a operação usou recursos públicos
Flávio Bolsonaro presta depoimento ao MP no Rio no inquérito da ‘rachadinha’
Esquema consistiria na devolução de parte dos salários dos assessores; depoimento desta terça-feira foi prestado a pedido do próprio senador
MP-RJ intima Flávio Bolsonaro e mulher para prestar depoimento sobre ‘rachadinha’
Investigação trata da devolução do salário de assessores que supostamente vigorava no gabinete de Flávio enquanto ele era deputado estadual no Rio
Queiroz deve depor sobre suposto vazamento de operação
Advogados envolvidos na defesa de Queiroz foram comunicados anteontem de que o ex-assessor será interrogado pelos investigadores da Operação Furna da Onça, no inquérito que apura o vazamento de informações sigilosas
Fabrício Queiroz negocia delação com Ministério Público, diz CNN Brasil
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro considera a colaboração como uma forma de garantir a proteção da família, segundo reportagem
Wassef diz que Queiroz seria morto e que tentariam incriminar a família Bolsonaro
Ex-advogado de Flávio Bolsonaro disse que a morte do ex-assessor seria parte de uma fraude, comparando ao depoimento do porteiro do condomínio do presidente no caso Marielle
Com nova defesa, Flávio Bolsonaro muda estratégia e quer depor
Com a saída de Frederick Wassef do caso, dupla assume a defesa do senador na investigação sobre os supostos desvios de salários de funcionários da Alerj
Promotoria faz buscas em Minas no rastro de mulher de Queiroz
Segundo a Promotoria, a operação tem como objetivo localizar Márcia Oliveira Aguiar, mulher do ex-assessor parlamentar do filho “01” do presidente
Jamais disse ao presidente ou ao Flávio que Queiroz estava em minha casa, diz Wassef
Advogado disse que resolveu deixar de defender o filho do presidente no esquema de “rachadinha”
JP Morgan vê tensão política em alta após prisão de Queiroz
Banco manteve sua previsão de queda de 7% no PIB brasileiro este ano
Investigação atinge outro advogado de Flávio Bolsonaro
Luis Gustavo Botto Maia é apontado pelo Ministério Público do Rio como elo que unia diversas atividades da organização criminosa supostamente liderada pelo parlamentar
Flávio Bolsonaro é chamado a depor sobre suposto vazamento da Furna da Onça
Além de Flávio, serão ouvidos os advogados Ralph Hage Vianna e Christiano Fragoso
MP estima que Capitão Adriano repassou mais de R$ 400 mil para contas de Queiroz
Ex-PM é apontado como operador financeiro de organização criminosa instalada no gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando deputado estadual no Rio
Bolsonaro se reúne com ministros para explicar abrigo de Queiroz por seu advogado
Clima no governo é tenso e o desafio do Planalto é como explicar o envolvimento do advogado Frederick Wassef, que representa o senador Flávio Bolsonaro e o presidente
Paulo Marinho depõe por cinco horas e, ao sair, alega que processo é sigiloso
Havia a expectativa de que ele apresentasse provas sobre as acusações que fez contra o senador Flávio Bolsonaro, de quem é suplente
Senado analisa representação contra Flávio Bolsonaro há três meses
No pedido original, os partidos acusaram Flávio de quebra de decoro parlamentar por suposto envolvimento com milicianos, suposta prática de “rachadinha” e por manter funcionários fantasmas em seu gabinete
MPF vai apurar denúncia contra Flávio Bolsonaro
Suplente de Flávio disse ter ouvido do senador que ele possuía informações sigilosas acerca de investigações envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz