🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: COMO FLÁVIO BOLSONARO MEXE COM A BOLSA E AS ELEIÇÕES – ASSISTA AGORA

Estadão Conteúdo

pegando o passaporte

No radar de empresas estrangeiras, profissionais de tecnologia deixam o País

Índices de violência, falta de serviços públicos de qualidade e dificuldade para desenvolver tecnologias de ponta estão entre os fatores que têm levado os brasileiros de TI a deixar o País

Imagem: Shutterstock

Cinco convites para processos seletivos, por semana, costumam chegar pelo LinkedIn para o engenheiro de software Lucas Albuquerque, de 27 anos. São, em sua maioria, enviados por empresas europeias de Tecnologia da Informação (TI), que, assim como as brasileiras, sofrem com a falta de mão de obra. Diante da baixa oferta de trabalhadores qualificados na área, países como Alemanha, Suécia e Polônia têm aberto suas portas para brasileiros, e as companhias, bancado passagens e moradia para a família dos trabalhadores nos primeiros meses após a mudança.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vivendo com a mulher na Polônia há dois anos, Albuquerque já comprou apartamento, viu seu filho nascer em um hospital onde as enfermeiras não falavam inglês - nem ele polonês - e mudou de emprego. "Nunca tinha pensado na Polônia, mas a empresa me encontrou (pela internet) e aí descobri que, enquanto a Alemanha concentra mais startups, a Polônia tem empresas mais robustas, o que deu segurança para eu mudar."

Albuquerque já chegou a trabalhar ao lado de outros dois brasileiros em uma equipe de apenas dez profissionais. "Quando cheguei aqui, tinha como saber quem eram quase todos os brasileiros. Agora, não dá mais. O grupo no WhatsApp de brasileiros de TI em Cracóvia tem 207 pessoas."

Os altos índices de violência, a falta de serviços públicos de qualidade e a dificuldade para desenvolver tecnologias de ponta estão entre os fatores que têm levado os brasileiros de TI a deixar o País. Como consequência, está o aumento da distância entre o Brasil e os países mais avançados.

Na Suécia, por exemplo, o número de vistos concedidos para brasileiros trabalharem na área passou de 15 em 2014 para 126 no acumulado deste ano. Do total dos novos vistos em 2014, 19% eram para profissionais de TI. Hoje, esse número chega a 36%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um dos destinos mais procurados, a Alemanha deu 2.851 vistos de trabalho para brasileiros no ano passado - em 2014 foram 904. A embaixada alemã no Brasil não segmenta esse dado por área, mas calcula que, em 2018, 1,5 mil brasileiros trabalhavam com ciência e tecnologia no país.

Leia Também

"Falta talento na área. E o talento brasileiro que vem para a Europa costuma ser mais sênior", diz o português Pedro Oliveira, cofundador do Landing.jobs, um site que conecta empregadores da Europa e trabalhadores de tecnologia. Na plataforma, brasileiros são o segundo maior grupo de usuários, com 15% do total, atrás apenas dos portugueses, com 30%.

"Como esse é um momento de expansão do mercado, grande parte das empresas nunca para de contratar. As que têm estrutura para trazer pessoas de fora optam por esse caminho", diz o engenheiro de software Felipe Ribeiro Barbosa, de 34 anos.

Após sete anos na Suécia, Barbosa está agora nos Estados Unidos, trabalhando na Netflix. Na Suécia, ele chegou em 2012 e era o único brasileiro na companhia em que trabalhava. "Depois, em 2015, durante a crise no Brasil, foi impressionante a chegada de brasileiros. A empresa contratou até uma recrutadora brasileira." Em 2018, quando Barbosa deixou Estocolmo, já havia 30 brasileiros na empresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), os EUA são o destino preferido dos brasileiros de TI. De 131 profissionais ouvidos pela consultoria aqui, 63% afirmaram estar dispostos a se mudar para o país. Canadá, Portugal e Alemanha aparecem em seguida.

Os países europeus, porém, acabam ganhando dos EUA por facilitarem a permanência de estrangeiros. É comum, por exemplo, que o cônjuge do profissional contratado também consiga visto de trabalho - o que dificilmente ocorre nos EUA.

Na Europa, a maioria dos países também não exige que o trabalhador tenha concluído o ensino superior. É o caso de Daniel Rodrigues da Costa Filho, de 37 anos - 23 deles como programador. Ele chegou a cursar Ciências da Computação, mas largou, o que não o prejudicou no processo de seleção. Apenas quando solicitou o visto no consulado alemão, precisou comprovar que tinha experiência na área.

O paulista trabalha em uma startup, mas já passou pelo N26, um dos maiores bancos digitais da Europa. "Trocar de emprego é simples aqui. A procura (por parte das empresas) é grande e, com o Brexit, tem muita empresa vindo para Berlim."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Salário X carreira

Salário mais alto em uma moeda mais forte não costuma ser o principal atrativo da Europa para brasileiros da área de Tecnologia da Informação (TI). Há casos em que o poder aquisitivo do trabalhador até diminui após a mudança, o que é compensado pela possibilidade de estar em um grande centro de inovação e se desenvolver profissionalmente.

Pesquisa da consultoria Boston Consulting Group (BCG), feita em parceria com a empresa de soluções para recrutamento The Network, mostra que, para os brasileiros de TI, o fator mais valorizado na hora de escolher um emprego é o desenvolvimento da carreira. O salário aparece na oitava posição na lista de prioridades para brasileiros. Na média global, está em quinto lugar.

O paulista Daniel Rodrigues da Costa Filho, de 37 anos, pensava em mudar para a Europa desde 2010. "Queria participar do desenvolvimento da tecnologia", diz. Há três anos, trocou São Paulo por Berlim, na Alemanha, mesmo perdendo poder aquisitivo. "Minha impressão era de que, na minha área, tudo acontecia fora do Brasil."

Na Noruega há pouco mais de um ano e após sete anos na Suécia, a engenheira Andressa Kalil, de 37 anos, destaca itens como segurança, bons serviços públicos e oportunidades de trabalho como fatores preponderantes que a levaram para a Europa. "As empresas que lideram na área de TI estão fora do País, e é nelas em que se tem mais possibilidades para aprender. O Brasil corre muito atrás do que já está desenvolvido."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A cearense Josiane Ferreira, que está há quatro anos em Estocolmo, lembra ainda que, na Suécia, há uma grande preocupação com a igualdade de gênero. "No Brasil, quando se trabalha com TI é comum ser a única mulher na equipe. Aqui, a questão de gênero é uma das prioridades das empresas."

Acima da média

O levantamento do BCG indica ainda que 87% dos brasileiros de TI estão dispostos a mudar de país para trabalhar. O número é maior que o registrado entre brasileiros de outras áreas (73%) e da média global de trabalhadores de TI (67%).

Diante dessa predisposição dos trabalhadores para deixar o Brasil, as empresas locais precisam fidelizar seus funcionários, oferecendo treinamentos e ensinando a cultura da companhia, diz Luiz Comazzetto, vice-presidente e sócio da consultoria de recrutamento Fesa. "Se você não cuidar do funcionário como um craque, ele te larga no primeiro momento."

As empresas precisam também se adaptar ao modo de remunerar e de garantir qualidade de vida aos empregados, afirma o consultor. Liberar os funcionários para trabalharem de casa, com flexibilidade de horário, é essencial, diz. Contratar o trabalhador por projeto, permitindo que atue para mais de uma empresa, também é uma possibilidade. "Hoje o pessoal de TI escolhe onde vai trabalhar. A única forma de segurar essa galera é se aproximar do que as empresas de fora oferecem", acrescenta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo Comazzetto, há polos no Brasil em que as empresas estão mais avançadas nessa transformação, como Recife (PE), Florianópolis (SC), Campinas (SP) e Pelotas (RS). "Nesses locais as companhias já entenderam as mudanças. Você pega um trabalhador do Recife, que vai à praia antes de trabalhar e tem boa qualidade de vida, dificilmente ele vai querer sair de lá."

O professor de Liderança e Pessoas da Fundação Dom Cabral, Paulo Almeida, destaca que, apesar das dificuldades atuais, o profissional de TI deve estar atento ao potencial de crescimento de mercado do Brasil. "Na Europa as carreiras costumam ser mais estagnadas. O Brasil é um país continental, com muito potencial." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SIMPLES E BARATA

Vale (VALE3) mais: Morgan Stanley melhora recomendação das ações de olho nos dividendos

16 de dezembro de 2025 - 19:55

O banco norte-americano elevou a recomendação da mineradora para compra, fixou preço-alvo em US$ 15 para os ADRs e aposta em expansão do cobre e fluxo de caixa robusto

AÇÕES DO VAREJO PARA 2026

Não é por falta de vontade: por que os gringos não colocam a mão no fogo pelo varejo brasileiro — e por quais ações isso vale a pena?

16 de dezembro de 2025 - 18:45

Segundo um relatório do BTG Pactual, os investidores europeus estão de olho nas ações do varejo brasileiro, mas ainda não estão confiantes. Meli, Lojas Renner e outras se destacam positivamente

INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL

Pequenos negócios têm acesso a crédito verde com juros reduzidos; entenda como funciona 

16 de dezembro de 2025 - 18:30

A plataforma Empreender Clima, lançada pelo Governo Federal durante a COP30, oferece acesso a financiamentos com juros que variam de 4,4% a 10,4% ao ano

CONEXÃO COM O CLIENTE

Antes ‘dadas como mortas’, lojas físicas voltam a ser trunfo valioso no varejo — e não é só o Magazine Luiza (MGLU3) que aposta nisso

16 de dezembro de 2025 - 17:59

Com foco em experiência, integração com o digital e retorno sobre capital, o Magalu e outras varejistas vêm evoluindo o conceito e papel das lojas físicas para aumentar produtividade, fidelização e eficiência

MAIS DINHEIRO NO BOLSO NO FUTURO?

Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP

16 de dezembro de 2025 - 17:31

O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]

VOO TURBULENTO

Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO

16 de dezembro de 2025 - 17:29

John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões

CANETAS EMAGRECEDORAS

Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026

16 de dezembro de 2025 - 17:17

Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil

É PARA COMEMORAR?

Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro 

16 de dezembro de 2025 - 16:21

A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor

FÔLEGO EXTRA

Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3

16 de dezembro de 2025 - 15:37

A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos

REDUÇÃO ATRÁS DE REDUÇÃO

Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem

16 de dezembro de 2025 - 13:57

Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa

APETITE PELO CONTROLE

Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava

16 de dezembro de 2025 - 13:11

A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo

UNIÃO NO MUNDO PET

Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas

16 de dezembro de 2025 - 12:34

As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores

FIM DA LINHA

Fim da concessão de telefonia fixa da Vivo; relembre os tempos do “alô” no fio 

16 de dezembro de 2025 - 11:55

Ao encerrar o regime de concessão, a operadora Vivo deixará de ser concessionária pública de telefonia fixa

ATENÇÃO, ACIONISTA!

Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações

15 de dezembro de 2025 - 19:53

A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações

MIMO AO ACIONISTA

Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar

15 de dezembro de 2025 - 19:44

Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital

VAI PESAR NA CARTEIRA

Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas

15 de dezembro de 2025 - 19:25

Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista

OLHAR DO GRINGO

Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros

15 de dezembro de 2025 - 18:33

Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira

MUDANÇAS A CAMINHO

Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora

15 de dezembro de 2025 - 16:34

O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?

NUCEL VEIO COM TUDO

Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda

15 de dezembro de 2025 - 13:45

Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor

PREPAREM O BOLSO

Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas

15 de dezembro de 2025 - 13:23

Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar