🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Estadão Conteúdo

pegando o passaporte

No radar de empresas estrangeiras, profissionais de tecnologia deixam o País

Índices de violência, falta de serviços públicos de qualidade e dificuldade para desenvolver tecnologias de ponta estão entre os fatores que têm levado os brasileiros de TI a deixar o País

Imagem: Shutterstock

Cinco convites para processos seletivos, por semana, costumam chegar pelo LinkedIn para o engenheiro de software Lucas Albuquerque, de 27 anos. São, em sua maioria, enviados por empresas europeias de Tecnologia da Informação (TI), que, assim como as brasileiras, sofrem com a falta de mão de obra. Diante da baixa oferta de trabalhadores qualificados na área, países como Alemanha, Suécia e Polônia têm aberto suas portas para brasileiros, e as companhias, bancado passagens e moradia para a família dos trabalhadores nos primeiros meses após a mudança.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vivendo com a mulher na Polônia há dois anos, Albuquerque já comprou apartamento, viu seu filho nascer em um hospital onde as enfermeiras não falavam inglês - nem ele polonês - e mudou de emprego. "Nunca tinha pensado na Polônia, mas a empresa me encontrou (pela internet) e aí descobri que, enquanto a Alemanha concentra mais startups, a Polônia tem empresas mais robustas, o que deu segurança para eu mudar."

Albuquerque já chegou a trabalhar ao lado de outros dois brasileiros em uma equipe de apenas dez profissionais. "Quando cheguei aqui, tinha como saber quem eram quase todos os brasileiros. Agora, não dá mais. O grupo no WhatsApp de brasileiros de TI em Cracóvia tem 207 pessoas."

Os altos índices de violência, a falta de serviços públicos de qualidade e a dificuldade para desenvolver tecnologias de ponta estão entre os fatores que têm levado os brasileiros de TI a deixar o País. Como consequência, está o aumento da distância entre o Brasil e os países mais avançados.

Na Suécia, por exemplo, o número de vistos concedidos para brasileiros trabalharem na área passou de 15 em 2014 para 126 no acumulado deste ano. Do total dos novos vistos em 2014, 19% eram para profissionais de TI. Hoje, esse número chega a 36%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um dos destinos mais procurados, a Alemanha deu 2.851 vistos de trabalho para brasileiros no ano passado - em 2014 foram 904. A embaixada alemã no Brasil não segmenta esse dado por área, mas calcula que, em 2018, 1,5 mil brasileiros trabalhavam com ciência e tecnologia no país.

Leia Também

"Falta talento na área. E o talento brasileiro que vem para a Europa costuma ser mais sênior", diz o português Pedro Oliveira, cofundador do Landing.jobs, um site que conecta empregadores da Europa e trabalhadores de tecnologia. Na plataforma, brasileiros são o segundo maior grupo de usuários, com 15% do total, atrás apenas dos portugueses, com 30%.

"Como esse é um momento de expansão do mercado, grande parte das empresas nunca para de contratar. As que têm estrutura para trazer pessoas de fora optam por esse caminho", diz o engenheiro de software Felipe Ribeiro Barbosa, de 34 anos.

Após sete anos na Suécia, Barbosa está agora nos Estados Unidos, trabalhando na Netflix. Na Suécia, ele chegou em 2012 e era o único brasileiro na companhia em que trabalhava. "Depois, em 2015, durante a crise no Brasil, foi impressionante a chegada de brasileiros. A empresa contratou até uma recrutadora brasileira." Em 2018, quando Barbosa deixou Estocolmo, já havia 30 brasileiros na empresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), os EUA são o destino preferido dos brasileiros de TI. De 131 profissionais ouvidos pela consultoria aqui, 63% afirmaram estar dispostos a se mudar para o país. Canadá, Portugal e Alemanha aparecem em seguida.

Os países europeus, porém, acabam ganhando dos EUA por facilitarem a permanência de estrangeiros. É comum, por exemplo, que o cônjuge do profissional contratado também consiga visto de trabalho - o que dificilmente ocorre nos EUA.

Na Europa, a maioria dos países também não exige que o trabalhador tenha concluído o ensino superior. É o caso de Daniel Rodrigues da Costa Filho, de 37 anos - 23 deles como programador. Ele chegou a cursar Ciências da Computação, mas largou, o que não o prejudicou no processo de seleção. Apenas quando solicitou o visto no consulado alemão, precisou comprovar que tinha experiência na área.

O paulista trabalha em uma startup, mas já passou pelo N26, um dos maiores bancos digitais da Europa. "Trocar de emprego é simples aqui. A procura (por parte das empresas) é grande e, com o Brexit, tem muita empresa vindo para Berlim."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Salário X carreira

Salário mais alto em uma moeda mais forte não costuma ser o principal atrativo da Europa para brasileiros da área de Tecnologia da Informação (TI). Há casos em que o poder aquisitivo do trabalhador até diminui após a mudança, o que é compensado pela possibilidade de estar em um grande centro de inovação e se desenvolver profissionalmente.

Pesquisa da consultoria Boston Consulting Group (BCG), feita em parceria com a empresa de soluções para recrutamento The Network, mostra que, para os brasileiros de TI, o fator mais valorizado na hora de escolher um emprego é o desenvolvimento da carreira. O salário aparece na oitava posição na lista de prioridades para brasileiros. Na média global, está em quinto lugar.

O paulista Daniel Rodrigues da Costa Filho, de 37 anos, pensava em mudar para a Europa desde 2010. "Queria participar do desenvolvimento da tecnologia", diz. Há três anos, trocou São Paulo por Berlim, na Alemanha, mesmo perdendo poder aquisitivo. "Minha impressão era de que, na minha área, tudo acontecia fora do Brasil."

Na Noruega há pouco mais de um ano e após sete anos na Suécia, a engenheira Andressa Kalil, de 37 anos, destaca itens como segurança, bons serviços públicos e oportunidades de trabalho como fatores preponderantes que a levaram para a Europa. "As empresas que lideram na área de TI estão fora do País, e é nelas em que se tem mais possibilidades para aprender. O Brasil corre muito atrás do que já está desenvolvido."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A cearense Josiane Ferreira, que está há quatro anos em Estocolmo, lembra ainda que, na Suécia, há uma grande preocupação com a igualdade de gênero. "No Brasil, quando se trabalha com TI é comum ser a única mulher na equipe. Aqui, a questão de gênero é uma das prioridades das empresas."

Acima da média

O levantamento do BCG indica ainda que 87% dos brasileiros de TI estão dispostos a mudar de país para trabalhar. O número é maior que o registrado entre brasileiros de outras áreas (73%) e da média global de trabalhadores de TI (67%).

Diante dessa predisposição dos trabalhadores para deixar o Brasil, as empresas locais precisam fidelizar seus funcionários, oferecendo treinamentos e ensinando a cultura da companhia, diz Luiz Comazzetto, vice-presidente e sócio da consultoria de recrutamento Fesa. "Se você não cuidar do funcionário como um craque, ele te larga no primeiro momento."

As empresas precisam também se adaptar ao modo de remunerar e de garantir qualidade de vida aos empregados, afirma o consultor. Liberar os funcionários para trabalharem de casa, com flexibilidade de horário, é essencial, diz. Contratar o trabalhador por projeto, permitindo que atue para mais de uma empresa, também é uma possibilidade. "Hoje o pessoal de TI escolhe onde vai trabalhar. A única forma de segurar essa galera é se aproximar do que as empresas de fora oferecem", acrescenta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo Comazzetto, há polos no Brasil em que as empresas estão mais avançadas nessa transformação, como Recife (PE), Florianópolis (SC), Campinas (SP) e Pelotas (RS). "Nesses locais as companhias já entenderam as mudanças. Você pega um trabalhador do Recife, que vai à praia antes de trabalhar e tem boa qualidade de vida, dificilmente ele vai querer sair de lá."

O professor de Liderança e Pessoas da Fundação Dom Cabral, Paulo Almeida, destaca que, apesar das dificuldades atuais, o profissional de TI deve estar atento ao potencial de crescimento de mercado do Brasil. "Na Europa as carreiras costumam ser mais estagnadas. O Brasil é um país continental, com muito potencial." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
WORK SMARTER?

A nova aposta da OpenAI: o projeto secreto da dona do ChatGPT que promete revolucionar Wall Street

23 de outubro de 2025 - 9:13

A OpenAI está recrutando várias figuras do mercado financeiro para um projeto sigiloso chamado Mercury. Mas o que a startup quer com isso?

TROCA DE COMANDO

CEO do Pão de Açúcar renuncia e CFO assume de forma interina; ação bate máxima, mas perde fôlego e cai

22 de outubro de 2025 - 19:15

O conselho de administração da varejista escolheu Rafael Russowsky para assumir o cargo junto às funções de diretor financeiro e diretor de Relações com Investidores que já exercia previamente

DETERMINAÇÃO DO CADE

A briga antiga que fará a CSN (CSNA3) pagar uma multa de R$ 128 milhões aos cofres públicos

22 de outubro de 2025 - 17:57

A decisão do Cade atende a uma determinação judicial e se refere ao não cumprimento do prazo pela CSN para vender ações da Usiminas, com o valor da multa sendo atualizado pela Selic

SEM SINAL

Brasil derruba Netflix de novo: ações da gigante do streaming caem quase 10% após balanço. Chegou a hora de vender o papel?

22 de outubro de 2025 - 16:41

Lucro por ação da companhia ficou 15,9% abaixo do esperado, impactado por encargos fiscais no Brasil; analistas afirmam que, sem esse efeito não recorrente, o resultado teria superado projeções do mercado

SÓ HYPE?

O que fez a Apple praticamente desistir de um de seus modelos mais novos do iPhone

22 de outubro de 2025 - 16:09

Ultrafino, bonito e… mal compreendido: o iPhone Air patina nas vendas enquanto a linha 17 decola

CARRINHO MAIS CARO

Nem promoção salva: JP Morgan rebaixa Assaí (ASAI3), que cai forte na bolsa

22 de outubro de 2025 - 15:13

Um dos motivos para o rebaixamento do Assaí está no bolso do consumidor, ou melhor, no carrinho de supermercado

DEPOIS DAS KARDASHIANS...

O face lifting da Eletrobras (ELET3): elétrica vai mudar de nome e de ticker depois de passar dos 60

22 de outubro de 2025 - 14:15

O nome marca a nova fase da companhia, privatizada em 2022 ainda no governo de Jair Bolsonaro; confira quando mudança passar a valer

SECA NO CRÉDITO PARA O AGRO

Banrisul (BRSR6) será o novo Banco do Brasil? BTG avalia risco da carteira rural do banco gaúcho

22 de outubro de 2025 - 13:03

Ainda que as ações estejam baratas, o BTG mantém a recomendação neutra para os papéis do banco gaúcho, bastante exposto ao setor do agronegócio

COMPRAR OU VENDER?

Vale (VALE3) garante ganhos do Ibovespa após dados de produção e vendas do 3T25; saiba o que fazer com as ações antes do balanço

22 de outubro de 2025 - 12:36

Ajudada pela estabilidade operacional das minas e melhor sazonalidade, a produção de minério de ferro da Vale atingiu 94,4 milhões de toneladas métricas (Mt) entre julho e setembro

CONFIRMAÇÃO DAS SUSPEITAS

Sim, a Oncoclínicas (ONCO3) mantém caixa em CDBs do Banco Master — e acaba de fechar acordo para resgate

22 de outubro de 2025 - 11:32

Rede de clínicas de oncologia confirmou oficialmente algo que boa parte do mercado desconfiava e relatou deter R$ 478 milhões em CDBs do banco encrencado

A PEDIDO DA CVM

Mais problemas para a Braskem (BRKM5)? Empresa esclarece notícia sobre o caso de Maceió que envolve denúncia do MPF

22 de outubro de 2025 - 8:46

Após reportagem, Braskem diz à CVM que ainda não teve acesso ao processo sobre o caso da extração de sal-gema

PRATA DA CASA

Troca de CEO: JSL (JSLG3) anuncia novo executivo para ocupar a cadeira a partir do ano que vem; conheça

22 de outubro de 2025 - 8:23

O executivo é prata da casa e fez parte de operações importantes para a empresa, controlada pela Simpar

TERCEIRO TRIMESTRE

Minha Casa Minha Vida dá fôlego às construtoras: MRV (MRVE3) e Direcional (DIRR3) chamam atenção, diz BB-BI

21 de outubro de 2025 - 20:28

Prévias do terceiro trimestre mostram que construtoras listadas seguem em um bom momento de vendas e lançamentos

BRIGA DE GIGANTES

Adeus, Google Chrome? Como é o novo navegador da dona do ChatGPT — e como acessar o Atlas

21 de outubro de 2025 - 20:00

OpenAI lança nesta terça-feira o ChatGPT Atlas e coloca à prova o domínio de duas décadas do Google Chrome como principal navegador dos internautas

BLACK FRIDAY

Shopee investe R$ 36 milhões em cupons de desconto e entra na guerra da Black Friday

21 de outubro de 2025 - 19:33

Iniciativa inclui R$ 20 milhões em descontos no “11.11” e R$ 16 milhões para a Black Friday

RELATÓRIO OPERACIONAL

Produção de minério da Vale (VALE3) atinge o maior nível desde 2018 e preços melhoram; confira os números do 3T25

21 de outubro de 2025 - 19:09

De acordo com a mineradora, a execução bem-sucedida da estratégia de portfólio de produtos ajudou a produção a subir e também apoiou a realização de preços

ENGOLIDA PELO LEÃO

Imposto no Brasil abocanha lucro da Netflix (NFLX34) e streaming tem resultado abaixo do esperado

21 de outubro de 2025 - 18:53

Gasto inesperado de US$ 619 milhões no Brasil diminuiu a margem operacional da Netflix e impediu o streaming de atingir a meta

MARGEM EQUATORIAL

‘R$ 4 milhões por dia’: Conheça a sonda com que a Petrobras vai perfurar a Margem Equatorial

21 de outubro de 2025 - 18:11

Sonda da Petrobras tem capacidade para perfurar até 12,1 mil metros de profundidade; mais de R$ 180 milhões já foram gastos

UMA MINA DE OURO

Com ouro em disparada, BTG vê mineradora Aura (AURA33) em “momento imparável”

21 de outubro de 2025 - 14:40

As ações da Aura Minerals (AURA33) já subiram 50% no ano, e o BTG diz que espera que a produção continue crescendo

FOCO NA INADIMPLÊNCIA

Com o agro em crise, Banco do Brasil (BBAS3) dá início à renegociação de dívidas rurais

21 de outubro de 2025 - 14:19

Nova linha BB Regulariza Agro permite renegociar dívidas de produtores afetados por perdas de safra em meio a pressão da inadimplência no agro sobre o balanço do banco estatal

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar