Fed prepara terreno para um ‘hawkish cut’?
Nesta semana, 7 dos 10 membros permanentes da diretoria do Fed têm agenda pública. Amanhã, terça-feira, Powell fala sobre política monetária em Paris
Se você for um aficionado por TV e curte o Faustão no domingo à tarde certamente conhece a frase: “Quem sabe faz ao vivo!” A mensagem refere-se, quase sempre, a cantores que desempenham à perfeição um número musical, dispensando o playback. Mas “quem sabe faz ao vivo” não é bordão exclusivo de programas de auditório. Dirigentes de bancos centrais passam ao largo desse ambiente e não hesitam em caprichar no recado para evitar, sobretudo, uma realocação desenfreada de bilhões e bilhões de dólares de leste a oeste e de norte a sul nos Estados Unidos, na Europa ou na Ásia.
Quando trabalhei com Henrique Meirelles no Banco Central do Brasil, coincidentemente durante a crise financeira global de 2008, aprendi que se uma voz afinada garante holofotes nos palcos, a comunicação eficiente de um banco central pode fazer milagres na economia ou, no mínimo, orientar favoravelmente as expectativas sobre suas decisões futuras.
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não desconhece o poder de um bom discurso especialmente se tem, pela frente, um encontro de política monetária tão relevante quando o do próximo dia 31. Nesse encontro, o Fed poderá iniciar o ciclo de redução da taxa básica de juro, após quase um ano e meio de alta iniciada em março de 2017. De lá para cá, o juro americano aumentou 10 vezes, do intervalo de zero a 0,25% para 2,25% a 2,50%.
Embora sem agenda específica sobre política monetária -- à exceção do compromisso do chairman Jerome Powell nesta terça-feira quando ele discursa, em Paris, sobre “Aspectos da política monetária na era pós-crise” – ao longo da semana 7 dos 10 membros permanentes da diretoria do Fed participam de diferentes eventos públicos e podem dar sinais sobre o que o mercado deve aguardar para o dia 31.
Na agenda do Fed, haverá apenas uma pausa, na quarta-feira, quando será divulgado o Livro Beige. A publicação, elaborada pela instituição a partir de informações recolhidas junto a economistas, analistas e acadêmicos, traz uma radiografia dos principais indicadores de atividade dos EUA. Sua divulgação ocorre oito vezes por ano e sempre às vésperas das reuniões sobre os rumos da política monetária.
O balanço da economia a ser retratado no Livro Beige deve pautar os discursos que podem atenuar ou reforçar a última sinalização dada por Powell, na semana passada, no Congresso americano.
Leia Também
No Senado, na sexta-feira, o presidente do Fed repetiu declarações feitas na véspera na Câmara dos Deputados, quando explicitou os três principais riscos que ameaçam a expansão econômica recorde dos EUA:
- incerteza comercial
- desaceleração do crescimento no exterior
- inflação baixa.
Jerome Powell chamou a atenção dos senadores para a incerteza provocada pelas disputas comerciais, informou que as empresas estão começando a segurar o investimento depois de ter sido bastante forte em 2017 e parte de 2018.
“Acho que muitos dos meus colegas no Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto] chegaram à opinião de que uma política monetária um pouco mais expansionista pode ser apropriada.”
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Dividido, o mercado futuro de títulos do Tesouro americano vem precificando corte de juro, no dia 31, de 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto.
É exagero do mercado?
Presidente do Fed de 2006 a janeiro de 2018, Ben Bernanke, participante de evento promovido pela XP Investimentos, em São Paulo, há duas semanas, avalia que o mercado está exagerando na precificação do corte. Ele avalia que o Fed deverá reduzir o juro minimamente e sinalizar que o alívio monetário vai parar por aí.
Bernanke, hoje chairman do Advisory Board da Pimco, questiona por que o mercado precifica tantos cortes de juros se a economia está bem? Ele reconhece que mais redução do juro faz sentido se o presidente Donald Trump continuar firme na condução da guerra comercial e se surgir um cenário de recessão, o que ele considera pouco provável. Ele lembra, inclusive, o desconforto que o mercado causa no BC com apostas exageradas. Quando isso acontece, se a decisão a ser tomada pela instituição for contra a expectativa do mercado, o resultado pode provocar grande estresse nos preços dos ativos.
Essa é uma das razões pelas quais Bernanke considera que o corte do juro em 0,25 ponto está dado.
“Acho que o Fed vai cortar 0,25 ponto na próxima reunião, mas vai ser um ‘hawkish cut’. Ele corta, mas diz: é isso, não espere mais.”
O ex-presidente do Fed avalia que os EUA atravessam a maior expansão econômica da história e estão em forma. “É um soft landing. Isso é bom. O Fed transformou a política contracionista para neutra por causa do risco global (representados pelo trade war e pela desaceleração da China de forma especial). Agora, 2% de crescimento é o que o Fed quer (...) Nos EUA, as pressões inflacionárias estão modestas, estamos longe de uma situação em que será preciso aumentar juro para conter inflação. Por isso a história do ‘insurance cut’ faz sentido, porque o risco de inflação não está lá”, afirma.
Valor do novo salário-mínimo altera contribuição para MEI; veja quanto fica
O piso nacional será de R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026 e aumenta o valor da tributação dos microempreendedores individuais
Ceia de Natal 2025: veja os alimentos que mais tiveram alta nos preços
Com bacalhau, lombo e aves natalinas em alta, a ceia fica mais pesada no bolso; azeite e pernil registram queda
Aprenda com os bilionários: 5 hábitos financeiros de Elon Musk e Warren Buffett que podem te ajudar a construir patrimônio
Hábitos de bilionários como Warren Buffett, Elon Musk e Jeff Bezos mostram como visão de longo prazo, disciplina, diversificação e juros compostos podem impulsionar a construção de patrimônio
Este parque marcou uma geração, quase quebrou — e agora mira recuperar os tempos de ouro
Hopi Hari encerra recuperação judicial, reduz dívida e anuncia R$ 280 milhões em investimentos até 2028
Lei da água gratuita: as cidades e Estados onde bares e restaurantes são obrigados a oferecer água potável sem custo
Brasil vive um cenário fragmentado: leis estaduais caíram, outras sobreviveram, e um projeto nacional tenta unificar a regra
Por que o BTG espera que os lucros disparem até 17% no ano que vem — e que ações mais ganham com isso
Banco projeta lucro R$ 33,78 bilhões maior para empresas: parte dessa alta vem das empresas que vendem principalmente no mercado doméstico,pressionado com os juros altos
Penas menores para Bolsonaro e condenados pelo 8 de janeiro? Câmara dos Deputados aprova redução; confira o que acontece agora
O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados de tentativa de golpe de Estado, mas trecho foi retirado
Mega-Sena 2949 acumula e vai a R$ 38 milhões, enquanto Timemania salta para R$ 64 milhões; veja as loterias da Caixa
Hoje é dia de sorteios da +Milionária (R$ 11 milhões), da Quina (R$ 600 mil) e da Lotomania (R$ 1,6 milhão); amanhã entram em cena a Mega-Sena e a Timemania.
Câmara aprova regras mais rígidas contra devedor contumaz; texto vai para sanção de Lula
Quando a Fazenda identificar um possível devedor contumaz, deverá enviar notificação e conceder prazo de 30 dias para pagamento da dívida ou apresentação de defesa
O corte da Selic vem aí? Resposta do Copom estará nas entrelinhas do comunicado desta Super Quarta
Na última reunião do ano, mercado espera mudanças sutis no comunicado do comitê para consolidar apostas de cortes nos juros já em janeiro
Estes brinquedos já custam quase o mesmo que um smartphone da Samsung; veja a comparação
Modelos premium de Barbie, Lego e itens colecionáveis chegam ao varejo com preços que rivalizam com eletrônicos
Haddad crava: votação de projeto contra devedores contumazes deve acontecer nesta terça (9); ministro tenta destravar pauta fiscal
Haddad vê clima favorável na Câmara para avançar em medidas que reforçam a arrecadação e destravam o Orçamento de 2026
CNH sem autoescola aprovada: veja como será o novo processo e quanto você vai economizar
As novas regras da CNH sem autoescola, agora dentro do programa CNH do Brasil, reduzem custos, flexibilizam aulas e ampliam o acesso à habilitação
Com dividendos no radar, Prio (PRIO3) é a queridinha do BTG Pactual, mas preço-alvo cai
A atualização veio na esteira do Investor Day, quando a petroleira forneceu mais detalhes sobre o momentum operacional e as prioridades
Como vai funcionar a renovação automática da CNH para quem é bom motorista
Novas regras da CNH incluem renovação automática para bons condutores, provas mantidas, instrutores autônomos e queda de até 80% no custo da habilitação
'Não devemos ficar em berço esplêndido, temos de fazer um esforço fiscal maior', diz Alckmin
“Nós estamos num momento importante, com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”, afirmou o vice-presidente
Mega-Sena 2949 distribui R$ 20 milhões hoje, mas Timemania rouba a cena e dispara para R$ 61 milhões; veja os prêmios das loterias da Caixa
Confira os valores oferecidos pela Mega-Sena, Timemania, +Milionária, Lotofácil e demais modalidades da Caixa nos sorteios desta terça (9) e quarta-feira (10)
A nova compra do Itaú (ITUB4), que envolve cartões de Casas Bahia (BHIA3), GPA (PCAR3) e Assaí (ASAI3)
O maior banco privado do país adquiriu as participações de três varejistas na Financeira Itaú CBD; entenda a operação
O ano dos bilionários: nunca houve tantos super-ricos quanto em 2025, e eles nunca foram tão endinheirados
Os quase 3 mil bilionários do planeta concentram fortunas de US$ 15,8 trilhões; alta é decorrente do crescimento das empresas ligadas à inteligência artificial
Loterias da Caixa: Quina sorteia R$ 7,5 milhões nesta segunda; Timemania, com R$ 61 milhões, lidera premiações da semana
Com dezembro avançando e a Mega da Virada no horizonte, prêmios se acumulam e movimentam apostadores de todo o país