Corte de juro alivia o custo da dívida pública
Dívida é emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal

O governo vai deixar de pagar R$ 418 bilhões de juros da dívida pública entre 2019 e 2022, segundo as novas estimativas feitas pelo Ministério da Economia e que serão apresentadas a investidores e agências internacionais de classificação de risco.
A dívida pública é emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos. Este ano, deve fechar em R$ 5,31 trilhões, o equivalente a 73,1 % do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do País.
Só neste ano, os números apontam uma economia de juros de R$ 68,9 bilhões. O maior valor será verificado em 2020 (R$ 120 bilhões), no ano seguinte será de R$ 109,4 bilhões e no último ano do mandato de Jair Bolsonaro, de R$ 119,3 bilhões.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou ao jornal O Estado de São Paulo que a redução do custo está atrelada à queda da taxa básica de juros, a Selic, que está na mínima histórica (4,5% ao ano). Isso permite que o governo pague menos para se financiar no mercado.
No passado, o aumento da dívida pública brasileira estava relacionado, entre outros fatores, com o alto patamar da Selic, que chegou a atingir o pico de 45% ao ano (em 1999).
Nos últimos anos, porém, o principal fator que tem impulsionado a dívida pública são os rombos nas contas públicas - que registraram déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida pública) desde 2014.
Leia Também
Os números mostram que o custo médio da dívida pública está recuando principalmente por conta do processo de corte dos juros básicos da economia. Para 2019, caiu de 9,4% para 8,1%. Em 2020, estará em 7%, segundo a projeção do governo, ante uma estimativa anterior de 9,4%. Segundo Rodrigues, a agenda de reformas foi comprada pelo Congresso, o que permite "altíssimo retorno" a médio e longo prazos.
Nota
No curto prazo, o secretário destaca os seus efeitos positivos com a redução do risco de calote do País para um patamar abaixo de 100 pontos e a perspectiva positiva dada pela agência Standard & Poor's há poucos dias. Otimista, ele disse que é possível melhorar a nota do Brasil no ano que vem. "Teremos boas notícias", afirmou. O dinamismo maior da atividade econômica no ano que vem, segundo ele, vai ajudar nas contas públicas com o fortalecimento da arrecadação.
A dívida é um indicador acompanhado atentamente pelas agências de classificação de risco - que conferem notas aos países (o que funciona como uma recomendação, ou não, para investimentos).
Uma tendência crescente da dívida, em um cenário de ausência de reformas, pode gerar a piora na nota brasileira - com recomendação para que investidores estrangeiros retirem recursos do país.
Rodrigues evitou fazer projeções de quando as contas do governo passarão do vermelho para o azul. Ele destacou que, ao final de 2018, a previsão era de um rombo de 1,9% do PIB este ano. Mas, agora, os números apontam para um resultado negativo entre 1% e 1,1% do PIB (R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões menor). "É quase metade do estimado."
A previsão de déficit nominal (que inclui os gastos com juros) era de 7% do PIB e deve fechar o ano em 5,9%. O secretário ponderou que esse é o indicador mais importante para as contas públicas a ser perseguido pelo governo porque mostra o tamanho da necessidade de a União se financiar para pagar as suas contas.
As previsões de dívida bruta mostram uma queda já a partir de 2021, de 78,2% para 77,9% do PIB. O secretário antecipa que esse importante "termômetro" poderá ter uma pequena queda em alguns meses já a partir do ano que vem. "Achávamos que a dívida iria ultrapassar 80%, mas vai cair antes", diz Rodrigues.
Ele ressalta que nem o governo e nem os analistas do mercado, nos relatórios de janeiro, previam a possibilidade dessa redução da dívida e melhora dos indicadores fiscais. "Foi zelo fiscal e a queda dos juros que permitiram. Não havia nenhum relatório que colocasse essa queda da dívida já em 2020", disse.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Teto de gastos pode sofrer golpe com parcelamento de dívidas públicas
Em comunicado, o IFI afirma que o benefício de adiar o pagamento de parte das dívidas judiciais previstas para 2022 pode abalar a credibilidade do país
Bolsonaro, sobre auxílio: nossa capacidade de endividamento está no limite
Além de justificar as decisões sobre os valores do programa social, presidente criticou Lula e descartou intervenção sobre os preços da carne
Selic maior pode elevar dívida do Brasil em R$ 100 bilhões
Tesouro pode optar por mudanças na estratégia de emissões de papéis para suavizar o impacto nos próximos meses, diz economista
Déficit do setor público chega a R$ 11,7 bi e dívida chega a 90% do PIB, diz BC
Dados como dívida pública, dívida líquida, déficit e juros também foram divulgados pelo Banco Central
“Se o presidente não confiar em meu trabalho, sou demissível em 30 segundos”, diz Guedes
O ministro iniciou a gravação dizendo que, “aparentemente”, é um “desastre em comunicação”: “Vim para a política sem querer, nunca pensei em política”
Mercado espera Selic subindo e inflação alta ainda para este ano
Conforme divulgado no Boletim Focus nesta segunda-feira (8), a expectativa de crescimento do PIB caiu em relação à semana passada, enquanto o IPCA teve alta para o mesmo período
Setor público tem o maior déficit primário para novembro desde 2016, diz BC
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento da dívida pública
Dívida pública cresce 3,22% em novembro e vai a R$ 4,788 trilhões
Tesouro divulgou o relatório da Dívida Pública Federal, que mostra aumento da participação dos títulos prefixados na composição da dívida brasileira
Dívida bruta do governo geral fica em 90,7% do PIB em outubro, diz BC
Dados divulgados nesta segunda-feira, 30, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou outubro aos R$ 6,575 trilhões, o que representa 90,7% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual, divulgado nesta segunda pelo Banco Central, é maior que os 90,5% de setembro. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, […]
Dívida Pública Federal sobe 2,47% em outubro e chega a R$ 4,6 trilhões
Instituições financeiras foram as principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 28,1% de participação no estoque
Para economistas, ideia de Guedes de vender reservas é “truque contábil”
Ideia do ministro de usar a venda de reservas cambiais como um dos instrumentos para reduzir a dívida pública não foi bem recebida pelo mercado
Dívida bruta do governo deverá encerrar o ano em 96% do PIB
Endividamento cresceu 20,2 pontos por causa de pandemia.
FMI vê País com a pior dívida entre emergentes
Situação fiscal ruim do Brasil só é superada por países menores, como Angola, Líbia e Omã
Setor público tem déficit primário de R$ 81 bilhões em julho, diz BC
Déficit primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro
Socorro do BC ao Tesouro é sinal de que títulos públicos estão mais arriscados?
Com caixa no limite mínimo de segurança, o Tesouro precisou recorrer a recursos do Banco Central para honrar suas dívidas a vencer. Mau sinal para o investidor? É para sair vendendo os títulos? Entenda o que esse acontecimento significa para os seus investimentos.
Lucro do BC pode reduzir em quase 10% dívida pública
Ministério da Economia já sinalizou que quer os recursos e o BC, por sua vez, que o ano de 2020 é “especial” e, por isso, uma transferência seria justificável
Tesouro regulamenta securitização de dívidas garantidas pela União
A Secretaria do Tesouro Nacional publicou no Diário Oficial da União (DOU) os requisitos que Estados, Distrito Federal e municípios devem atender para a reestruturação de dívidas garantidas pela União para fins de securitização
Conta da pandemia chega a R$ 700 bilhões
Segundo levantamento do Estadão, pandemia deve custar isso só em 2020, o equivalente a quase 10% do PIB e a R$ 3,3 mil para cada brasileiro. Quantia seria suficiente para pagar o Bolsa Família por 21 anos
Dívida pública federal cresce 3,27% e fecha junho em R$ 4,389 tri, diz Tesouro
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,93% em junho fechou o mês em R$ 4,150 trilhões.
Dívida pública federal cresce 2,17% e atinge R$ 4,250 trilhões em maio, diz Tesouro
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 24, pelo Tesouro Nacional. Em abril, o estoque estava em R$ 4,160 trilhões