O dia em que o mercado brochou
Não raro, um bull market sofre uma correção sem que se possa precisar o motivo. As novidades sobre a Previdência devem dar novo tom aos mercados.

Desde o início do ano que o mercado brasileiro de ações não fazia outra coisa a não ser subir, quase sem tomar fôlego. Até anteontem, o ganho chegou a 13%, medido pelo Ibovespa.
Houve algumas exceções: uma pequena queda quando o affair Flávio Bolsonaro/Fabrício Queiroz tomou conta da mídia; outra maior após o rompimento da barragem do Feijão, em Brumadinho, esta segunda mais concentrada nos papéis da Vale.
Ontem a maré virou. O Ibovespa levou um tombaço. Na hora em que escrevo este artigo, o índice está nos lows do dia, com pinta de que só vai parar de cair quando soar o gongo de encerramento.
Não raro, um bull market sofre uma correção sem que se possa precisar o motivo.
“Ah, foi por causa do Brexit”, diz um analista. “Não, foi o Trump”, diverge outro. “Em minha opinião é essa guerra de egos entre Lorenzoni e Guedes”, intervém um terceiro.
Desta vez, as razões foram mais do que claras. É bom que o amigo leitor as estude (e estamos aqui para ajudá-lo), para que possa se posicionar em Bolsa nos próximos meses, que prometem muita volatilidade.
Leia Também
Até agora, o governo Bolsonaro pretendia reformar a Previdência tendo como base a PEC enviada à Câmara pelo antecessor, Michel Temer, PEC essa que já fora aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e podia ser votado pelo plenário a qualquer momento.
Só não foi por causa do já mais de mil vezes mencionado “Tem de manter isso aí, viu!”, frase que ficou marcada a ferro e fogo nas pedras das colunas da garagem do palácio do Jaburu e, o que é mais grave, gravada num dispositivo de escuta que Joesley Batista trazia escondido sob a roupa.
Como Paulo Guedes quer uma reforma previdenciária mais abrangente, que resolva o problema fiscal brasileiro por no mínimo dez anos, uma nova PEC será enviada ao Congresso Nacional. Que terá de passar novamente pelo crivo das comissões, principalmente o da CCJ.
“Desse modo a Casa (Câmara dos Deputados) não votará a reforma da Previdência nem no primeiro semestre deste ano”, avalia o deputado Arthur Lira do PP de Alagoas, raposa filho de raposa (o pai é senador).
O jogo mudou?
Pois bem, esse será o novo tom do mercado daqui para a frente. Nada a ver com o recorde após recorde que vimos desde o início do ano.
A reforma pode até ser melhor (para o Tesouro, é claro), mais abrangente, com idade mínima maior, igualdade entre os sexos, regras de transição mais rígidas e inclusão de mais categorias.
Só que tudo isso gera discussão nas comissões, maior ação dos lobistas e sindicalistas. “Farinha pouca, meu pirão primeiro.”
Se agora deu pinta de que o ano vai ser assim, não há a menor necessidade de um investidor sair comprando de afogadilho.
Olhe, pense, estude os gráficos, leia os relatórios dos que examinam o panorama sem paixão, antes de fazer sua escolha.
O momento de comprar e sair correndo para os abraços acabou.
No final poderá ser até melhor para o Brasil e para o mercado de ações.
Pena que as cópulas “miketyseanas”, como as que vimos em janeiro, serão substituídas por sofridos e demorados coitos balzaquianos movidos a pílulas azuis e acompanhados de muitos gemidos de puro esgotamento.
Não é a primeira vez, nem será a última, que vi isso acontecer. Perde um pouco da graça, mas no final o ganho talvez seja maior e mais sólido.
(Esta coluna foi publicada na Inversa Publicações. Para acompanhar os conteúdos gratuitos do Ivan Sant'Anna na Inversa, entre aqui. Ele também escreve uma newsletter matinal chamada Warm Up Pro, para experimentar, acesse aqui.)
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação