A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,673 bilhões em fevereiro, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia.
O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas coletadas em pesquisa do Projeções Broadcast, que iam de US$ 3 bilhões e US$ 4,7 bilhões. A mediana das 18 projeções era positiva em US$ 4,255 bilhões.
O saldo foi 22,5% maior do que o registrado em fevereiro do ano passado, quando a balança comercial teve saldo positivo de US$ 2,999 bilhões. Na quinta semana de fevereiro (25 a 28), o saldo comercial foi de um superávit de US$ 651 milhões.
No mês passado, as exportações somaram US$ 16,293 bilhões, uma queda de 15,8% ante fevereiro de 2018. Já as importações chegaram a US$ 12,620 bilhões, um recuo de 21,2% na mesma comparação.
No período, houve um aumento de 10,2% nas vendas de produtos básicos. Já os embarques de manufaturados caíram 32,2%, enquanto as exportações de semimanufaturados decresceram 21,2%.
Pelo lado das importações, houve queda nas compras de bens de capital (-61,9%), combustíveis e lubrificantes (-34,3%), bens de consumo (-11,4%) e bens intermediários (-2,9%).
No acumulado dos dois primeiros meses de 2019, a balança comercial tem um superávit de US$ 5,865 bilhões, que decorre de US$ 34,872 bilhões em exportações e US$ 29,007 bilhões em importações. No mesmo período de 2018, o saldo foi positivo em US$ 5,823 bilhões.
Culpa do petróleo
Em coletiva feita em Brasília para apresentar os resultados da balança, o diretor de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, avaliou que a queda na corrente de comércio em fevereiro se deve a uma operação envolvendo uma plataforma de petróleo em fevereiro de 2018.
Pelo lado das exportações, o impacto da plataforma de petróleo foi de US$ 1,5 bilhão. Segundo Brandão, também houve uma menor demanda por automóveis pela Argentina em fevereiro. "Além disso, houve queda de 30% no preço de petróleo exportado na comparação com o mesmo mês do ano passado", completou.
O diretor também destacou o superávit de US$ 5,865 bilhões na balança de petróleo e derivados nos dois primeiros meses de 2019, com vendas de US$ 34,872 bilhões e compras de US$ 29,007 bilhões.
"É pouco provável que haja déficit na conta de petróleo e derivados em 2019. O Brasil historicamente era deficitário nessa conta, mas desde 2016 tem obtido superávits", acrescentou.
EUA e China
Brandão também avaliou que ainda é cedo para prever o impacto que o acordo comercial entre a China e os Estados Unidos terá sobre as exportações brasileiras, sobretudo nas de soja.
"Os EUA são concorrentes do Brasil em alguns produtos e outros não. Em 2018 o Brasil exportou mais em função de sobretaxas praticadas entre EUA e China, mas é difícil estimar o impacto para o País com o acordo", afirmou.
Segundo o diretor, o governo deve anunciar uma projeção oficial para o resultado da balança comercial no começo de abril. "É natural que superávit comercial brasileiro se reduza em 2019. Há muitas incertezas sobre crescimento mundial neste ano, com impacto na demanda e no comércio global", acrescentou.
*Com Estadão Conteúdo.