🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Estadão Conteúdo
Negócio de risco

‘Avianca pode nos custar US$ 48 milhões’

Paulo Kakinoff, presidente da Gol, admite haver risco de que o leilão das Unidades Produtivas Isoladas (UPI) da Avianca Brasil não ocorra, o que pode causar prejuízo à sua empresa

Estadão Conteúdo
23 de abril de 2019
7:48 - atualizado às 17:55
Paulo Kakinoff, presidente da Gol
Paulo Kakinoff, presidente da Gol - Imagem: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo/AE

A 15 dias da data marcada para o leilão das Unidades Produtivas Isoladas (UPI) da Avianca Brasil - que conterão as autorizações de pouso e decolagem (slots) da empresa em crise -, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, admite haver risco de que o evento não ocorra, o que causaria um prejuízo de US$ 48 milhões (R$ 190 milhões) para a aérea. Segundo Kakinoff, essa possibilidade de perda evidencia o esforço da Gol na disputa pela Avianca. "Destaco isso como um primeiro combate a uma falácia de que há interesse (da Gol) para que a Avianca não chegasse ao leilão", disse. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Há risco de a Avianca não sobreviver até o leilão?

Não temos visibilidade da real situação da Avianca. O que sabemos é que, ao longo da recuperação judicial, nenhum conjunto de agentes interessados nesse processo fez tantos investimentos e esforços como se está sendo feito agora (para a Avianca não quebrar). Se considerarmos só o investimento que a Gol já fez, são US$ 13 milhões (mais US$ 35 milhões para o Elliot, maior credor da Avianca). A Latam fez outro de US$ 13 milhões. O fundo Elliott também fez um aporte.

A Gol está preocupada com a possibilidade de que o leilão não ocorra? Haveria impactos?

Sim. Essa é uma preocupação. Do ponto de vista financeiro, perderíamos US$ 48 milhões. (Do ponto de vista operacional), continuaríamos com impactos significativos. A Gol nunca se recusou a receber clientes da Avianca, mesmo sem ter a menor perspectiva de que o custo desse transporte seria compensado. Evidentemente, temos caixa para isso (absorver os custos e a perda financeira). Jamais teríamos incorrido nesse modelo de negócio se não estivéssemos cientes dos riscos. Tudo isso evidencia o esforço que está sendo feito (para recuperar a Avianca). Destaco isso como um primeiro combate a uma falácia de que há um interesse de (da Gol) para que a Avianca não chegasse ao leilão.

Se a Avianca sobreviver até o leilão, precisaria de mais investimentos para operar até a conclusão da venda das UPIs. A Gol está disposta a um novo aporte?

Aportes superiores aos US$ 13 milhões serão objeto de discussão e estão condicionados a uma diligência na empresa.

A Azul foi a primeira a firmar acordo para ficar com a Avianca. Depois, Gol e Latam fecharam com o Elliot. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investigará se houve conduta anticompetitiva da Gol e da Latam. Qual a posição da Gol?

Essa é uma retórica que classifico como realidade fantástica. Estamos à disposição para demonstrar como esse processo foi construído. Vale destacar que começou com iniciativa do principal credor da Avianca (Elliott), que nos procurou com uma oferta de plano de recuperação que pudesse viabilizar a participação da Gol como um dos pretendentes a adquirir ativos da empresa. Todo o processo foi feito em uma relação exclusiva com o Elliott. Nunca houve qualquer conversa com outro competidor.

Mas como foram divididos os slots nas UPIs? Há justamente uma UPI que é interesse para Latam e outra para Gol...

Isso é um equivoco. Foram colocadas sete UPIs. Todos são livres para fazer ofertas por elas. O trabalho que a Elliott fez foi estruturar as UPIs para que fossem comparáveis e tivessem um nível de fragmentação que permitisse a outros ‘players’ terem a possibilidade de adquirir os ativos (para diminuir o risco de a operação ser barrada no Cade). Por que a Azul não adquire as UPIs? Esse processo é competitivo, o que me faz crer que quem não gosta de competir é a Azul.

No centro da disputa estão os slots de Congonhas. Quão importante é para a Gol ter mais slots ali? A empresa já tem 43% de participação no aeroporto.

São slots valiosos para toda a indústria. No caso da Gol, esse crescimento possibilitaria oferecer um nível de serviço ainda melhor para nossos clientes, pela quantidade de conexões que poderíamos oferecer.

O crescimento da Azul no terminal atrapalharia a Gol?

Ouvimos que a competição (Gol e Latam) teria receio de ter a Azul em Congonhas. Sempre que se fala em competição, deve se entender quais os benefícios possíveis de serem extraídos desse ambiente. Um deles é o preço. O que se sabe não ser o caso da Azul, justamente por ser a empresa que cobra as tarifas mais caras do Brasil. Uma outra dimensão é o produto. Aqui, o contraste fica maior. Nós temos itens exclusivos como Wi-Fi em todos os voos que operamos em Congonhas. A Gol está acostumada com competição.

A Gol chegou a negociar a compra da Avianca antes da recuperação judicial?

Tivemos tratativas infrutíferas ao longo dos últimos dois anos. Foram conversar esporádicas. A última, em dezembro. O assunto não prosperou porque as condições aventadas não pareciam ser factíveis para nós, inclusive a questão regulatória (de concentração).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe

para se esquecer

Com covid-19 e isolamento social, setor aéreo teve pior ano da história

2 de janeiro de 2021 - 15:32

Segmento foi um dos mais atingidos pela crise do coronavírus, com uma queda de demanda que chegou a 94,5% no pior momento

Operação lava jato

Sócios da Avianca depositaram propina de R$ 40 mi em conta de filho de Machado

21 de agosto de 2020 - 12:39

Segundo a força-tarefa, os pagamentos foram depositados entre os anos de 2009 e 2013 em contas bancárias na Suíça controladas por Expedito Machado, filho do ex-executivo da Transpetro

Pagamento de propina

Irmãos sócios da Avianca Holdings são presos na fase 72 da Lava Jato

19 de agosto de 2020 - 10:08

Ambos são acionistas da Avianca Holdings, que não é citada nas investigações. Seis mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela Polícia Federal em Alagoas, no Rio e em São Paulo.

plano de recuperação inviável

Justiça decreta falência da Avianca Brasil

15 de julho de 2020 - 6:41

Em recuperação judicial desde dezembro de 2018, a companhia já não mantinha operações desde maio do ano passado

ALÉM DE MORTOS E FERIDOS...

Os ‘falidos’ do coronavírus: veja as empresas que quebraram na pandemia

9 de julho de 2020 - 16:29

Companhias aéreas foram as primeiras a sentir o baque, seguidas por empresas que dependem também do turismo ou de viagens corporativas. Varejistas com fraca presença no e-commerce também sofreram com a ausência de clientes.

parada desde maio de 2019

Com dívidas de R$ 2,7 bi, Avianca Brasil entra com pedido de falência

6 de julho de 2020 - 16:39

Com dívidas que somam R$ 2,7 bilhões, a companhia aérea estava sem operar desde maio do ano passado

Efeito coronavírus

Empresas aéreas da América Latina devem perder US$ 4 bilhões neste ano

11 de junho de 2020 - 19:17

Globalmente, o prejuízo deve chegar a US$ 84,3 bilhões em razão das medidas tomadas pelos governos para tentar conter a pandemia do novo coronavírus

COMPANHIAS AÉREAS

Com queda de mais de 80% no preço das ações no ano, Avianca Holdings pede recuperação judicial nos EUA

10 de maio de 2020 - 18:25

A companhia – que é a segunda maior empresa aérea da América Latina – estimou o seu passivo entre US$ 1 bilhão e US$ 10.000 bilhões

Comercialização em conjunto

Azul e Avianca fecham acordo de codeshare

26 de setembro de 2019 - 7:51

Venda de passagens e início de operações, no entanto, estão sujeitas à aprovação do governo da Colômbia e do Peru

Segue em recuperação judicial

Justiça rejeita falência da Avianca Brasil

10 de setembro de 2019 - 12:56

Decisão foi tomada pela 2ª Câmara de Direito Empresarial por três votos a dois, mas foram necessárias três sessões para que os magistrados chegassem a uma conclusão

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar