Zema vai enfrentar rombo de R$ 100 bi

O governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), vai ter de lidar com um rombo de R$ 99,5 bilhões acumulados nos próximos quatro anos se não forem adotadas medidas de ajuste nas contas públicas. Boa parte desse déficit vem do desequilíbrio na Previdência e da necessidade de quitar dívidas deixadas pelo atual governador, Fernando Pimentel (PT), que somam ao menos R$ 27,7 bilhões.
O diagnóstico foi traçado pela equipe de transição do futuro governo estadual, que já trabalha em uma estratégia para estancar a sangria que atinge os cofres mineiros e tem tido impacto severo sobre as políticas públicas do Estado.
Como primeira medida, a futura equipe pretende desfazer a maquiagem nas contas do Estado e publicar os gastos efetivos com pessoal, afirma o futuro secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O governo mineiro vai reconhecer que a despesa com a folha está acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e enfrentar as consequências previstas na lei.
"A LRF mesmo determina ações frente ao desenquadramento, como redução de ao menos 20% nos cargos comissionados, e o governador Zema quer e ambiciona bem mais que isso. Depois, se for necessário - e gostaria de colocar isso, se for necessário -, a demissão dos servidores não estáveis, e a seguir o que determina a bula da LRF", diz Barbosa. "Isso vai ocorrer antes da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e já é um ataque à despesa com pessoal."
O Estado de Minas tem hoje 150 mil funcionários contratados ou designados em regime temporário, 42% do quadro de servidores ativos. A maior parte está na área da educação.
A publicação dos dados é essencial para que Minas consiga aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, plano de socorro do governo federal. O regime prevê a suspensão do pagamento das dívidas por até três anos e a possibilidade de contratação de novos empréstimos, em troca de medidas de ajuste. Segundo Barbosa, a equipe de transição já acertou com o Tesouro Nacional o envio de uma missão técnica ao Estado na segunda semana de janeiro.
Leia Também
"A situação é dramática. A proposta é agir de forma profunda, limitado ao que a lei permite", afirma o futuro secretário. Segundo ele, muitas medidas que serão propostas (como a elevação da alíquota previdenciária dos servidores para 14%) precisarão do aval do Legislativo estadual e que haverá diálogo "transparente" com a Assembleia.
Pessoal. A dinâmica explosiva dos gastos com pessoal é o principal fator por trás do diagnóstico catastrófico da situação do Estado. A equipe de transição estima que, sem a adoção de medidas de ajuste, a despesa com a folha pode chegar a 97,6% da receita em 2022. Hoje, esse porcentual está em 79,2%, embora o atual governo estadual só reconheça 60,8%. O limite da lei é de 60%.
Nos últimos 15 anos, a despesa com servidores ativos cresceu 107% acima da inflação, enquanto o gasto com aposentados subiu 120% em termos reais, ambas impulsionadas por reajustes e contratações. Já a receita corrente cresceu apenas 61%.
Os diagnósticos foram produzidos pela Fundação Dom Cabral, pela consultoria Falconi e pelo Instituto Aquila, sob encomenda do Partido Novo e da equipe de transição do futuro governador Zema. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso aos documentos, que falam não só no rombo financeiro, mas também na perda de qualidade nos serviços prestados à população.
Os atrasos nos pagamentos se alastram em repasses para saúde, transporte escolar e assistência social e incluem a parcela que cabe aos municípios na arrecadação de ICMS. Segundo a Associação Mineira de Municípios, a dívida com prefeituras chega a R$ 7,56 bilhões. Os valores dos débitos podem ser maiores porque muitas dessas dívidas não estão reconhecidas no Orçamento.
A Fundação Dom Cabral expôs em relatório o achatamento das despesas com educação devido à elevação de salários, a perda de qualidade em serviços de saúde e a ausência de elementos para avaliar o retorno de incentivos fiscais concedidos. A gestão do Orçamento também ficou "mais frágil", aponta a entidade.
A assessoria de Pimentel não quis comentar as alegações e informou apenas que sua equipe entregou à comissão de transição todos os dados sobre órgãos e secretarias, "em um processo marcado pela transparência".
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) passam a cair forte após Zema concordar em transferir ativos mineiros para o governo federal
Estatais estaduais poderiam figurar entre os ativos federalizados para equacionar dívida bilionária de Minas Gerais com a União; governador tinha pretensões de privatizar elétrica
Tarcísio diz que Sabesp será maior privatização dos próximos anos, enquanto Zema está otimista com PEC que pode ajudar a desestatizar Copasa e Cemig
Os governadores de São Paulo e Minas Gerais comentaram seus planos para a desestatização de empresas públicas durante a participação em evento do Santander
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) entram na fila da privatização. Entenda como o governo de MG quer acelerar o processo
Basicamente, a PEC pretende simplificar os processos de venda de empresas estatais e desobrigar o Estado de consultar a população sobre quaisquer desestatizações
Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) toma posse para o segundo mandato como governador
Romeu Zema foi reeleito para o governo de Minas Gerais ainda no primeiro turno, derrotando Alexandre Kalil (PT)
Eleições 2022: Pesquisas do Ipec e Datafolha erraram resultados das urnas em até 20 pontos percentuais nos estados
As pesquisas acertaram que Lula despontaria na frente com o maior número de votos, mas erraram a ordem dos vencedores nos maiores colégios eleitorais do país
Eleições 2022: Romeu Zema é reeleito em primeiro turno para governo de Minas Gerais (MG); veja o resultado
Zema se mantém com mais de 50% dos votos válidos na apuração para o governo de Minas Gerais (MG), à frente de Alexandre Kalil
Governador de MG confirma que negociações com a Vale sobre Brumadinho estão avançadas
Mais cedo, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais afirmou que assinatura deve acontecer na quinta-feira
Promessa de Zema, oferta da Cemig é aguardada pelo setor
Executivo mineiro tem tido dificuldade de avançar com o tema, por resistência do Legislativo e da população
Zema busca apoio de Bolsonaro para obter recursos
Governador não assinou a carta escrita por chefes dos Executivos estaduais contra as declarações recentes de Bolsonaro sobre os líderes do Congresso
Governador de MG diz que segue firme na ideia de aderir ao regime de recuperação fiscal
Ideia é aderir ao plano mesmo com os reajustes previstos aos servidores da segurança pública no Estado
Doria e Zema apoiam PEC da segunda instância e criticam extremismo
Mensagens dos governadores vêm um dia após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Privatização da Cemig, Copasa e Gasmig devem ficar para 2020 ou 2021
Propostas de privatização fazem parte do plano de recuperação fiscal do Estado de Minas Gerais
‘Governo entra em pautas minúsculas’, avalia Romeu Zema
Em entrevista, governador de MG nega que esteja sendo “tutelado” pelo partido Novo e avaliou que o presidente Jair Bolsonaro deveria “focar em coisas maiores, grandiosas”
Governadores têm resistência a PEC
Intenção do governo era uma tramitação simultânea da PEC do pacto federativo e da reforma da Previdência
Responsáveis pelo acidente terão uma punição exemplar, diz Zema
O governador de Minas também disse que a legislação terá que ser revista para evitar novas tragédias como da de Brumadinho
“Muito provavelmente iremos resgatar somente corpos”, diz Zema
Segundo governador de MG, a probabilidade de encontrar sobreviventes do rompimento da barragem na Mina do Córrego do Feijão é muito baixa
Zema diz que atenção é direcionada para socorrer vítimas de rompimento
Governador de Minas afirmou que todo o aparato do governo de Minas Gerais foi enviado para o local
Zema anuncia que privatização da Cemig já está no forno
Governador de Minas afirmou que a venda da companhia elétrica é uma das exigências do governo federal para renegociar a dívida do estado
Venda da Cemig pode acontecer antes se preço refletir ajuste na empresa, diz Zema
Se o mercado precificar bem, por que esperar pela privatização?, disse o governador eleito de Minas Gerais
Grupo francês Total compra rede de postos mineira por R$ 500 milhões
Grupo “Zema”, do governador de MG, Romeu Zema, teve faturamento de R$ 4,4 bilhões no ano passado