Quem analisava a estrutura financeira da JBS há pouco mais de um ano provavelmente não apostaria em um futuro muito promissor da empresa. A processadora de carnes viveu tempos bem difíceis depois do famoso "Joesley Day", dia em que vieram à tona as delações premiadas e os escândalos de corrupção envolvendo seus executivos.
Mas parece que essa tempestade ficou de vez para trás. Nesta quarta-feira, 17, a companhia deu dois passos importantes rumo ao que parecem ser novos tempos. O primeiro deles veio lá de fora: com mudanças na gestão de suas dívidas, a JBS viu sua nota de crédito ser elevada pela agência de classificação de risco Moody's de B1 para Ba3, com perspectiva estável.
Em comunicado, a Moody's deixou claro que o destaque positivo para que o rating da JBS subisse foi a melhora no perfil de crédito da empresa de processamento de carnes. A agência acrescentou que a empresa está buscando reduzir seu volume de dívidas até 2021 e alongar vencimentos.
Por outro lado...
A Moody's também apontou desafios que a JBS enfrenta, como sua liquidez após escândalos de corrupção envolvendo tanto a empresa como sua controladora J&F quanto executivos como os irmãos Joesley e Wesley Batista.
Para amenizar os efeitos da liquidez, a JBS buscou negociar R$ 12,2 bilhões em instrumentos de dívida de curto prazo com bancos, visando um acordo de normalização. No fim de junho deste ano, a dívida de curto prazo representava 7% da dívida total.
Volta por cima?
O segundo passo importante da empresa de carnes foi o anúncio de que vai captar US$ 500 milhões em recursos no exterior. Segundo o Broadcast/Estadão Conteúdo, a captação teria opção de compra em três anos com taxa entre 7% e 7,5% como ideia de retorno inicial. O processo será feito por meio de seu braço de investimento JBS Investments.
A emissão recebeu rating Ba3 pela Moody's e BB- pela Standard & Poor's e pela Fitch. De acordo com o prospecto que anunciou a oferta, os recursos serão utilizados para recomprar os bônus da JBS que vencem em 2020. A operação está sendo coordenada pelo Barclays, BB Securities, Bradesco BBI, BTG Pactual e Santander.
*Com Estadão Conteúdo.