PIB da China e Datafolha pautam mercados nesta manhã
PIB chinês veio abaixo do esperado e Datafolha confirmou o já confirmado
Bom dia, investidor! A China divulgou ontem à noite um crescimento do PIB abaixo do esperado, e olha que a previsão de desaceleração já deixou os mercados nervosos nesta quinta-feira.
Outro fato que pode afetar a bolsa brasileira nesta manhã é o resultado da pesquisa Datafolha divulgada ontem, confirmando o amplo favoritismo de Bolsonaro, 18 pontos à frente de Haddad.
O PIB chinês cresceu 6,5% no terceiro trimestre, contra 6,7% no trimestre anterior, mostrando desaceleração da economia da potência asiática e possíveis reflexos da guerra comercial dos EUA.
A previsão inicial, de 6,6%, já tinha deixado os mercados globais pessimistas ontem, e foi um dos fatores que levou ao aumento da aversão a risco, com queda das bolsas e alta do dólar ao redor do mundo.
Outros dados divulgados pela China tiveram sinal misto. A produção industrial mostrou desaceleração em setembro, com alta de 5,8% contra 6,1% em agosto, e também frustrando a previsão de 6,0%.
Já as vendas do varejo surpreenderam com alta de 9,2% contra 9,0% no mês anterior e acima da projeção de 9,1%.
Apesar dos dados ruins, as bolsas chinesas fecharam em alta nesta sexta, após comentários otimistas de autoridades chinesas.
O Escritório Nacional de Estatísticas disse que os fundamentos permanecem sólidos, que as disputas comerciais com os EUA não afetaram os indicadores e que o país será capaz de alcançar a meta de crescimento de 6,5% neste ano. Parece que os mercados querem mesmo acreditar.
Mais do mesmo
O Datafolha foi mais do mesmo e reconfirmou o já confirmado, com números muito parecidos com os das pesquisas anteriores. Bolsonaro tem 59% dos votos válidos e 41% de rejeição; Haddad tem 41% dos votos válidos e 54% de rejeição.
Na pesquisa TV Record/Real Time, o candidato do PSL aparece com 60% da intenções de voto, contra 40% de Haddad.
A vitória de Bolsonaro já está bem precificada, mas é possível que os resultados animem os mercados nesta manhã porque suas intenções de voto se mantiveram apesar das denúncias de que empresas fizeram campanha para ele ilegalmente via WhatsApp, conforme reportagem da "Folha" de ontem.
O fato chegou a causar certo desconforto no mercado e levou o PT a entrar com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o capitão reformado se torne inelegível pelos próximos oito anos. Mas os próprios ministros do TSE acham difícil que a ação prospere, pois seria preciso provar que a campanha de Bolsonaro sabia da estratégia.
Mesmo liberado pelos médicos, Bolsonaro não deve comparecer a nenhum debate.
Bolsonaro vai Dilmar?
Economistas recrutados para a campanha do presidenciável por seu ministro da Fazenda, Paulo Guedes, propõem a desoneração "urgente" de todos os encargos que incidem sobre a folha de pagamentos das empresas.
A iniciativa seria necessária, segundo eles, para combater o alto desemprego. Só que não foi especificado de onde viria o dinheiro para compensar a renúncia.
A política de desoneração da folha de pagamento foi adotada em 2011 no governo Dilma e, de lá para cá, a União já abriu mão de R$ 100 bilhões em arrecadação.
Dia de perdas e aversão a risco
O Ibovespa ontem fechou em forte queda de 2,24% e voltou ao patamar dos 83 mil pontos. O dólar voltou a subir para R$ 3,72 e os juros futuros também tiveram alta.
O dia foi de agenda fraca e os investidores aproveitaram para realizar lucros ou recompor posições após as fortes quedas de dólar e juros nos últimos dias.
Os mercados no Brasil andaram em linha com o que se viu ao redor do mundo, com as bolsas caindo e a moeda americana se fortalecendo frente a quase todas as outras.
Os pregões foram marcados pelo aumento da aversão a risco. O principal fato eram os investidores realizando ganhos e migrando para a renda fixa diante da perspectiva de elevação de juros nos EUA maior que o esperado, temor que aumentou após a divulgação da ata da reunião do Fed na quarta-feira.
Preocupações em relação à divulgação de um PIB chinês fraco, queda do petróleo e a crise fiscal na Itália também afetaram os ativos.
#ficaIlan
No fim do dia, um mal entendido em relação à permanência de Ilan Goldfajn à frente do Banco Central deu uma piorada nos mercados por aqui.
Segundo a "Bloomberg", ele se preparava para deixar o cargo, mas não ficou claro se ele estaria de saída já ou só no fim do ano, nem se ele sairia de qualquer jeito ou toparia um convite do próximo governo para ficar.
Bem, se você é presidente do Banco Central e o governo está chegando ao fim, certamente está se preparando para deixar o cargo. O que a notícia deixa claro é que, de fato, o convite para ficar ainda não ocorreu.
A permanência de Ilan à frente do BC agradaria aos mercados, que deram uma panicada com a sugestão da sua saída, derrubando ainda mais a bolsa e jogando dólar e juros para cima.
Desfeita a confusão, é possível que os ativos tenham espaço para um alívio no início do pregão de hoje.
Agenda do dia
Às 8h sai a prévia do IGP-M de outubro. Às 10h, acontece na bolsa a entrega de propostas para o leilão da Cesp, em meio a incertezas após a suspensão da renovação da concessão da hidrelétrica de Porto Primavera pela Justiça. A decisão pode desestimular a participação de potenciais interessados nas usinas da companhia.
Nos EUA, às 11h, saem as vendas de moradias usadas em setembro, com expectativa de queda de 0,9%. O dirigente do Fed Raphael Bostic fala às 13h sobre perspectiva econômica.
Antes da abertura das bolsas, sai o balanço de Procter & Gamble. Na noite de ontem, o balanço da Amex superou as previsões e as ações subiram 1,13% no after hours.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
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