A primeira semana de outubro foi de sobra de dólares no mercado brasileiro, mas isso não tem relação com a formação de preço da moeda americana, que refletiu às expectativas dos agentes sobre o primeiro turno da eleição.
Como acontece toda a quarta-feira, o Banco Central (BC) atualizou os dados sobre o fluxo cambial no país, que capta a entrada e saída física de moeda nos canais de comercio exterior e na conta financeira, que computa investimentos e operações de mercado.
Na abertura do mês, os ingressos superaram as saídas em US$ 3,083 bilhões, revertendo boa parte da saída de US$ 6,138 bilhões vistas ao longo do mês de setembro.
Esse resultado foi construído pelos ingressos na conta financeira, mais especificamente refletem o movimento de um único dia, o dia 3 de outubro, que teve entrada de US$ 2,970 bilhões.
No acumulado do ano até o dia 5 de outubro, o fluxo cambial é positivo em US$ 21,123 bilhões, reflexo de um ingresso comercial de US$ 36,629 bilhões e uma saída financeira de US$ 15,506 bilhões. Em igual período do ano passado, essa sobra era de US$ 7,7 bilhões.
Na semana passada, a cotação do dólar caiu 4,6%, indo consistentemente abaixo da linha dos R$ 4 pela primeira vez desde o fim de agosto. Tal comportamento do preço refletiu mais as expectativas e pesquisas eleitorais do que o fluxo físico de moeda. Além disso, a semana foi de firme movimentação no mercado futuro, que é quem dita a formação de preço. Naquela semana, os investidores estrangeiros chegaram a vender US$ 8 bilhões em contratos de dólar e cupom cambial em dois dias. Mas já refizeram grande parte dessa posição, o que reflete uma maior cautela com o cenário atual.