Em dia ruim lá fora, Ibovespa leva tombo de 2,62%; bolsas de NY apagam ganhos do ano
Apenas quatro ações do Ibovespa subiram nesta quarta, e dólar voltou a subir para R$ 3,73; dia foi marcado por terrorismo nos EUA e aversão a risco por conta de incertezas globais

O Ibovespa fechou em forte queda de 2,62%, aos 83.063 pontos, nesta quarta-feira de forte volatilidade e aversão a risco no Brasil e no exterior. O dólar à vista teve alta significativa de 1,00%, fechando a R$ 3,7382.
Os mercados locais foram arrastados pelo mau humor externo em um dia de altos e baixos. As bolsas abriram em alta no Brasil e em Nova York, mas ainda de manhã passaram a recuar, com a continuidade do movimento de aversão a risco visto nos últimos pregões.
À tarde, as quedas em NY foram aprofundadas após a confirmação de atos terroristas nos EUA e a divulgação do Livro Bege do Fed, o que também piorou o desempenho da bolsa por aqui.
Nem o início da temporada de balanços no Brasil foi capaz de dissipar o pessimismo externo. Apenas quatro ações do Ibovespa - Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11), Fibria (FIBR3) e Weg (WEGE3) - tiveram valorização no pregão de hoje.
Os índices Dow Jones e S&P500 zeraram os ganhos do ano. O Dow Jones fechou em queda de 2,41%, aos 24.585 pontos; o S&P500 recuou 3,08%, aos 2.656 pontos; e a Nasdaq fechou em baixa de 4,43%, aos 7.108 pontos.
O dólar se valorizou globalmente, e os juros dos títulos do Tesouro americano caíram, devido à migração dos investidores para ativos mais seguros.
Leia Também
Os juros futuros fecharam em alta por aqui. O DI para janeiro de 2021 avançou de 8,293% para 8,36%; já o DI para janeiro de 2023 subiu de 9,423% para 9,57%.
Terrorismo nos EUA
Hoje à tarde, o Serviço Secreto americano interceptou uma bomba endereçada a Hillary Clinton em Nova York, além de ter descoberto um possível explosivo enviado ao ex-presidente Barack Obama, em Washington.
Um pacote suspeito que chegou ao prédio da CNN, na cidade de Nova York, motivou a evacuação do local e o envio de um esquadrão antibombas.
Os mercados acentuaram as perdas do dia depois que o governador de Nova York, Andrew Cuomo, confirmou que o envio de pacotes a figuras públicas foi um ato terrorista. Cuomo disse ainda que não ficaria surpreso se mais pacotes suspeitos aparecessem.
Livro Bege aumentou o temor de aperto monetário
Mais tarde, às 15h, o Fed divulgou seu Livro Bege, com dados de desempenho econômico nos EUA. Segundo o documento, a economia segue aquecida, o que pressionou as bolsas devido à expectativa de um aperto monetário maior que o previsto para conter uma eventual alta inflacionária.
No entanto, o Livro Bege mostrou também que os salários não têm crescido no ritmo esperado.
Os bancos têm elevado suas previsões para o crescimento da economia americana no terceiro trimestre. Na sexta-feira será divulgado o PIB do país.
Mais cedo, porém, as vendas de moradias nos EUA em setembro mostraram recuo de 5,5%, queda maior que a estimada pelos analistas.
Por ora, o mundo teme que o crescimento americano seja pujante a ponto de fazer o Fed aumentar os juros mais rápido que o previsto, o que reduz a atratividade das ações e aumenta a dos títulos do Tesouro dos EUA, derrubando as bolsas.
Ao mesmo tempo, as perspectivas de um crescimento global mais fraco neste ano é um dos fatores que também vêm contribuindo para o aumento da aversão a risco no mundo.
Mais do mesmo no exterior
A Alemanha e a zona do euro divulgaram fracos PMIs (Purchasing Managers' Index, índice que mede a atividade do setor industrial). Nos EUA, as vendas de moradias em setembro recuaram 5,5%, queda maior do que a estimada pelos analistas.
Já a África do Sul anunciou uma revisão de seu déficit orçamentário para os próximos anos, com rombos ainda maiores que os estimados inicialmente. Analistas já consideram a perda do grau de investimento pelo país.
No mais, persistem as preocupações que já vêm abalando o mercado nos últimos pregões, como as revisões para baixo nas previsões para o crescimento global neste ano, as negociações difíceis para o Brexit e a potencial queda da premiê britânica Theresa May, as tensões entre EUA e Arábia Saudita por conta das suspeitas de assassinato de um jornalista no consulado saudita na Turquia, e a crise fiscal na Itália.
Nesta semana, prossegue a temporada de balanços corporativos nos EUA. Os bons resultados da Boeing, divulgados hoje, fizeram a ação da companhia subir.
Os resultados divulgados depois do fechamento do pregão também foram positivos. No after hours, as ações da Whirlpool, dona da Brastemp no Brasil, subiram 4,58% após a divulgação do balanço da companhia, e as da Ford avançaram 2,32%.
Na Europa, a maioria das bolsas fechou em baixa.
Ibope não parece ter feito diferença
Para fontes ouvidas pelo "Broadcast", serviço de notícias em tempo real do "Estadão", a pesquisa Ibope divulgada ontem, que mostra aumento da rejeição a Bolsonaro e redução da rejeição a Haddad, não afetou o mercado hoje.
A eleição de Bolsonaro é praticamente certa e já está nos preços. Para os especialistas ouvidos, o que é capaz de mexer com os mercados agora são suas propostas para a economia e as indicações para sua equipe econômica. Segundo eles, nesta semana a bolsa ainda deve andar "de lado" enquanto os investidores esperam novidades.
Temporada de balanços
Hoje começou a temporada de balanços das companhias brasileiras. Duas das quatro ações do Ibovespa que viram alta hoje divulgaram números positivos antes do pregão.
A Fibria (FIBR3) fechou em alta de 1,12%. A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,130 bilhão no terceiro trimestre, abaixo do esperado pelo mercado. Porém, o Ebitda ajustado de R$ 3,269 bilhões e a receita líquida de R$ 5,836 bilhões foram recordes e vieram acima do esperado.
Já a Weg (WEGE3), fabricante de motores, tintas e vernizes, subiu 0,78%. A companhia divulgou alta de 22,2% no lucro líquido, para R$ 381,430 milhões, e elevação de 25,9% no Ebitda, para R$ 489,022 milhões. Os resultados vieram acima do esperado pelo mercado.
A Suzano (SUZB3) teve a maior alta do dia, de 2,46%, com a perspectiva de divulgação de bons resultados amanhã. De acordo com analistas ouvidos pelo "Broadcast", a Suzano deve apresentar números recordes, com a normalização do custo de caixa depois da greve dos caminhoneiros, tendência positiva para os preços de papel e celulose e apreciação do dólar.
As instituições financeiras consultadas esperam, em média, um lucro líquido de R$ 452 milhões, com estimativas variando entre R$ 150 milhões e R$ 765 milhões.
Hoje ainda saem os resultados de Odontoprev (ODPV3), que fechou em alta de 1,84%; Via Varejo (VVAR11), que fechou em queda de 4,70%; e Localiza (RENT3), que recuou 2,32%.
O principal balanço a ser divulgado ainda nesta quarta é o da Vale (VALE3), cujas ações fecharam em queda de 4,09%. Contudo, o mercado espera resultados positivos. A expectativa é que a mineradora registre um lucro líquido de R$ 1,91 bilhão no terceiro trimestre, desempenho considerado forte por analistas, apesar de representar uma queda de 15% contra um ano antes.
Virada da Petrobras
As ações da Petrobras tiveram uma manhã de valorização, ajudadas pela alta nos preços do petróleo e também pelo anúncio de início de produção de petróleo e gás natural em mais uma área do campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos.
Embora o Departamento de Energia dos EUA (DoE) tenha divulgado aumento acima do esperado nos estoques de petróleo do país na semana, os estoques de gasolina caíram mais que o esperado e o de destilados tiveram queda, contrariando previsões de alta. A produção ficou estável. Isso contribuiu para a força do preço do petróleo hoje.
Porém, depois de meio-dia, o sinal virou e os papéis da estatal passaram a cair, fechando em queda de 2,88% (PETR3) e 1,98% (PETR4).
Cosan tem a maior queda do Ibovespa
A Cosan teve a maior queda do Ibovespa, depois de divulgar fato relevante dizendo que estuda incorporar a Cosan Logística. A Cosan passaria a ser controladora direta da Rumo, com a manutenção do controle indireto pela CCZ.
"Por meio da operação pretendida, Cosan e Cosan Log buscam simplificar e otimizar a estrutura societária do grupo e reduzir custos operacionais", diz a nota.
Os papéis da Cosan (CSAN3) fecharam em baixa de 9,95%, enquanto os da Cosan Logística (RLOG3) subiram 8,35% e os da Rumo (RAIL3) recuaram 5,43%, segunda maior queda do Ibovespa.
O Citi soltou relatório mantendo a recomendação de compra das ações da Cosan e o preço-alvo em R$ 53. Os analistas esperam melhora na divisão de energia, puxada pelos preços do açúcar e do etanol em 2019, e margem Ebitda de distribuição de combustíveis acima dos concorrentes no ano que vem.
*Com Estadão Conteúdo
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas
A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”