Dólar fecha em alta; Ibovespa sobe no final
Com fluxo menor de investimentos, novas saídas de investidores estrangeiros causaram a retomada da subida da moeda americana

A Bolsa de Valores de São Paulo abriu a quarta-feira em alta, mas durou pouco. Perto de meio-dia o Ibovespa foi para o negativo por alguns minutos e depois passou a andar de lado, com leves elevações durante o pregão. Por conta do do luto ao ex-presidente George H. W. Bush, os mercados americanos não abriram hoje e, por aqui, o volume de negócios foi reduzido praticamente pela metade. Mas no finalzinho do pregão, o Ibovespa voltou a subir. Fechou com alta de 0,47%, com 89.039 pontos. O desconforto gerado pelas declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro, defendendo enviar uma proposta fatiada de reforma da Previdência ao Congresso, “porque aí fica menos difícil”, gerou desconfiança entre os investidores - mas não o suficiente para trazer pessimismo.
A moeda americana voltou ficar mais cara hoje. O dólar, que começou a quarta-feira caindo 0,21% no início da manhã, cotado a R$ 3,82, passou a aumentar durante o dia e chegou à máxima de R$ 3,88. Depois, foi ficando mais manso e fechou em elevação de 0,31%, para R$ 3,86 Analistas apontam novas saídas de investidores estrangeiros, em dia de pouca liquidez (o que gera pressão de alta), para a retomada da subida do dólar.
Como o fluxo de investimentos hoje foi mais fraco por conta do feriado nos EUA, a divulgação do levantamento oficial sobre estoques dos EUA, elaborado pelo Departamento de Energia (DoE), foi adiada para amanhã, quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também irá se reunir para discutir um possível corte na sua produção.
Bife bem passado
A maior valorização do dia foi a JBS ON, com 5,05%. As ações da processadora de carnes e alimentos sobem depois da nomeação de Gilberto Tomazoni como seu novo presidente-executivo. Além disso, o comando da companhia voltou a fazer planos para retomar aquisições e abrir o capital nos Estados Unidos.
Plano de saúde
Outra que subiu bastante, depois de a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciar novas regras para a cobrança de coparticipação e franquia nos planos de saúde foi a Qualicorp ON, com alta de 4,84%. Diferentes dos planos normais, essas modalidades de convênios em que o consumidor paga uma mensalidade fixa e não precisar arcar com cobranças extras, existem desde 1998, mas não tinham regulamentação para deixar claras as condições, critérios e limites de aplicação, segundo a agência reguladora. Agora, haverá um percentual máximo de 40% a ser cobrado por procedimentos no caso da coparticipação. E haverá ainda limites para o valor pago ao mês ou ano no caso de coparticipação e franquia.
Sorrindo à toa
A Smiles foi a terceira maior elevação do pregão, com 3,91%. "O preço da ação está atrativo. Saiu de R$ 51 em 11 outubro, teve uma queda vertiginosa, chegando a R$ 37, e agora já se recupera. Ainda é um bom momento para comprar. Além disso, tem a expectativa de final de ano, período de férias e aumento das vendas de passagens. Isso tudo contribui para a compra", disse Ariovaldo Santos Ferreira, gerente de mesa da Hencorp Commcor.
Leia Também
Os três piores desempenhos foram os da Cosan ON (2,97%), Cielo ON (2,73%) e Brasken PNA (2,54%)
Petrobras
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou seu plano de negócios de 2019-2023, com investimentos de US$ 84,1 bilhões - valor cerca de R$ 10 bilhões superior ao previsto em seu último plano de negócio. Em 2017, a petroleira elevou em 0,5% sua previsão de investimentos em relação ao ano anterior, uma virada em relação à estratégia da companhia, que vinha cortando investimentos nos anos anteriores. Segundo operadores, o Plano de Negócios da companhia, divulgado hoje, ainda não faz preço sobre as ações. A maior expectativa é em relação a votação do projeto de cessão onerosa.
Cada vez mais vagarosa
O mercado já não acredita mais na possibilidade de que a Cessão Onerosa seja votada ainda este ano. O projeto prevê mudanças na exploração dos campos no pré-sal, hoje exclusividade da Petrobras. A estatal conseguiu o direito de operar sozinha nesses campos em 2010 como forma de a União capitalizar a companhia. No entanto, o volume de óleo é bem maior que a capacidade de exploração da petroleira e, diante do aperto fiscal, a União quer agora realizar um megaleilão do excedente.
Uma saída pode estar no Tribunal de Contas da União. O Estadão publicou que o TCU informou ao futuro ministro da economia, Paulo Guedes, que não seria necessária a votação do projeto no Senado para a revisão do contrato entre a União e a Petrobras. Uma das condições para que o projeto fosse votado ainda este ano, seria a repartição dos recursos com estados e municípios.
O TCU e parte dos integrantes da equipe de transição acreditam que a execução do leilão depende apenas da revisão do contrato entre Petrobras e União e, portanto, não haveria necessidade de trâmite legislativo. A equipe de Guedes estaria apenas aguardando a publicação do acórdão do tribunal para realizar o megaleilão até julho.
Além dos entraves burocráticos para a aprovação da medida no Congresso, o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, mostrou para Guedes que, com a repartição, a União ficaria com menos de R$ 40 bilhões, valor pequeno perto do deficit público, previsto em R$ 130 bilhões.
Trump no Twitter
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no Twitter que "esperançosamente, a Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] vai manter o fluxo de petróleo como está, não restringi-lo". O cartel e seus aliados se reunião nesta quinta-feira e um corte na produção da commoditie é esperado pelo mercado. "O mundo não quer, ou precisa, de preços mais altos do petróleo!", acrescentou ainda o presidente americano, na rede social.
Bons ventos
Fora do Ibovespa, os papéis da Renova subiram 16%. Isso porque a empresa de geração de energia por fontes renováveis recebeu uma oferta da AES Tietê pelo Complexo Eólico Alto Sertão III. O empreendimento, em fase de implementação, tem capacidade instalada de 437,4 MW e inclui outros projetos eólicos em desenvolvimento, que somam cerca de 1,1 GW. Porém, não há detalhes sobre os valores, tampouco sobre as condições de pagamento. Já as units da AES Tietê recuavam 0,38%. Em relatório, os analistas da Coinvalores avaliam que a notícia deve ter boa repercussão para as ações da Renova, ao recordarem a delicada situação financeira da companhia, e também que, em meados do ano passado, a Tietê adquiriu o Complexo Eólico Alto Sertão II, da mesma Renova, por R$ 1,8 bilhão.
*Com Estadão Conteúdo
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
BTG Pactual (BPAC11) atinge novo lucro recorde no 1T25 e faz rivais comerem poeira na briga por rentabilidade
Lucro recorde, crescimento sólido e rentabilidade em alta: os números do trimestre superam as previsões e reafirmam a força do banco de investimentos
Ibovespa rompe máxima e garante ganhos no mês: o que o investidor pode esperar para a semana na bolsa
Confira também quais foram os vencedores e perdedores dos últimos cinco dias e como foi o comportamento do dólar no período
Todo cuidado é pouco: bolsa pode não estar tão barata como parece — saiba por que gestor faz esse alerta agora
Para André Lion, sócio da Ibiuna Investimentos, é difícil dizer se a valorização do Ibovespa, observada até agora, continuará
Ações da Gol (GOLL4) derretem mais de 30% na B3 após aérea propor aumento de capital bilionário
A aérea anunciou nesta manhã que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração.
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar