Ibovespa fecha em queda de 1,33% e perde os 89 mil pontos; dólar sobe para R$ 3,85
Temor quanto à resolução do imbróglio comercial entre Estados Unidos e China derrubou bolsas no Brasil e no exterior e levou moeda americana a subir frente a emergentes

Depois de passar boa parte do dia em alta, nesta terça (04), o Ibovespa virou no meio da tarde e terminou o pregão em queda de 1,33%, aos 88.624 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,37%, aos R$ 3,8552.
Os juros futuros também fecharam em alta. O DI para janeiro de 2021 subiu de 7,933% para 8,01%. Já o DI com vencimento em janeiro de 2023 avançou de 9,073% para 9,21%.
A aversão a risco no exterior nesta terça sacrificou as bolsas no Brasil e nos países desenvolvidos, fez o dólar subir ante as moedas emergentes e pesou sobre os juros futuros brasileiros.
Depois de comemorarem a trégua na guerra comercial entre EUA e China ontem, os investidores agora estão com o pé atrás em relação à possibilidade de um acordo comercial ente os dois países de fato sair no prazo estipulado de 90 dias.
No mercado doméstico, os investidores também estiveram desanimados com a possibilidade de a votação do projeto de lei da cessão onerosa, prevista para hoje, ser adiada novamente.
As ações da Petrobras começaram o dia em alta, refletindo a alta do preço do petróleo e um acordo firmado com a Eletrobrás, que também abriu com forte ganho.
O acordo entre a Petrobras e a Eletrobrás, bem como suas subsidiárias Amazonas Energia e Amazonas Geração e Transmissão, visa à recomposição de garantias e o equacionamento de dívidas.
Mas o mau humor exterior pesou e a Petrobras fechou em forte queda de 1,76% (PETR3) e 2,31% (PETR4). Eletrobrás até tentou se segurar, mas também fechou com perdas de 0,98 (ELET3) e caíam 0,66% (ELET6).
A Vale (VALE3) despencou 2,27% hoje.
"Homem de tarifas"
Lá fora, as bolsas europeias fecharam em baixa, e os índices das bolsas de Nova York operam em forte queda. Às 15h46, o Dow Jones caía 2,02%, o S&P500 tinha baixa de 2,02% e a Nasdaq recuava 2,39%.
Os investidores estrangeiros ainda têm dúvidas em relação ao "cessar-fogo" entre EUA e China. A negociação de um acordo comercial entre as duas nações ainda é considerada difícil.
Hoje, o presidente Donald Trump disse no Twitter que as negociações com a China para um acordo já começaram, mas que podem se arrastar por um período maior do que os 90 dias previstos inicialmente.
Durante esse prazo, segundo Trump, vai dar para ver se "um acordo real" é verdadeiramente possível. Caso não seja, "lembrem que eu sou um homem de tarifas", escreveu o presidente americano.
Segundo o "Broadcast", serviço de notícias em tempo real do "Estadão", analistas consideram que 90 dias de fato pode ser pouco para um acordo, diante das divergências entre as partes e das demandas americanas para Pequim.
Nesse ambiente de maior aversão a risco, os investidores estão buscando refúgio nos títulos do Tesouro americano. A diferença nos rendimentos entre os títulos de dois e dez anos caiu para 11 pontos-base, depois de atingir ontem seu menor patamar desde 2007, 18 pontos-base. Essa redução é considerada um sinal de recessão americana à frente.
A sabatina do presidente do Fed, Jerome Powell, no Congresso americano foi cancelada depois que Trump declarou que amanhã é dia nacional de luto pela morte do ex-presidente Bush pai. Em razão disso, nesta quarta não haverá pregão em Nova York.
Concessionárias de rodovias em dia de realização de lucros
As ações da CCR (CCRO3) teve uma das maiores quedas da bolsa, em dia de realização de lucros após a forte alta recente. Os papéis fecharam com perda de 4,65%.
Na quinta-feira, dia 29, as ações da CCR subiram 11,17%, após a empresa anunciar que fechou acordo de leniência com o Ministério Público de São Paulo, em que foi revelado um caixa 2 de pelo menos R$ 30 milhões para campanhas eleitorais de ex-governadores e deputados de São Paulo.
Na esteira da notícia, Ecorodovias avançou 5,61% naquele pregão. Hoje, as ações da companhia caíram 1,27%.
*Com Estadão Conteúdo
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