Uma reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo neste domingo, 18, pode trazer novas instabilidades ao governo Bolsonaro e colocar água no chopp no recente otimismo do mercado com a equipe liberal do capitão, que nesta semana anunciou nomes de peso para comandar o Banco Central e o Tesouro Nacional.
Segundo o jornal, a nova ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), estaria envolvida em incentivos irregulares e negócios particulares com a JBS no período em que ela ocupava o cargo de secretária estadual de Agronegócio no Mato Grosso do Sul. Vale lembrar que a deputada chefiou a pasta no governo de André Puccinelli (MDB-MS), de 2007 a 2014, que foi preso em julho acusado de corrupção na Operação Lama Asfáltica.
A futura ministra é citada em documentos entregues por delatores da JBS em complemento ao acordo fechado em maio deste ano entre executivos da empresa e a Justiça. Entre os negócios feitos por Tereza estariam o arrendamento de terras para os irmãos Batista.
Também há documentos assinados por ela de Termos de Acordo de Benefícios Fiscais com o grupo JBS vinculados ao pagamento de propina de 20% a 30% do valor obtido com os créditos. Além desses incentivos, Tereza Cristina recebeu doação eleitoral da JBS.
A defesa da deputada alega que os acordos citados nos documentos ocorreram quando a empresa Seara ainda não pertencia à JBS. Já sobre a parceria na criação de gado, o advogado afirmou que não há vinculação com a atividade da futura ministra.
*Com Estadão Conteúdo.