Michael Klein e seus 400 imóveis: por que o ex-dono da Casas Bahia foi às compras no mercado imobiliário
Empresário montou carteira avaliada em mais de R$ 5 bilhões e tem renda anual com alugueis de R$ 450 milhões. E ele ainda está comprando.
De todos os empresários que eu entrevistei nos anos de crise econômica, sem dúvida, Michael Klein foi o que mais me surpreendeu. Depois de vender o controle da Casas Bahia, Klein se aventurou em uma nova carreira de empreendedor – e fez isso fora do varejo, negócio que consagrou sua família, e em plena recessão.
O empresário montou uma empresa de aviação executiva, virou dono de concessionárias Mercedes-Benz e foi às compras no mercado imobiliário. Muitos outros teriam embolsado o dinheiro e mudado pra Miami (não julgo).
A empresa de táxi aéreo foi a que mais chamou a atenção da imprensa, mas o seu principal negócio está fincado ao chão. A Icon Realty, sua divisão imobiliária, responde por 80% dos negócios do grupo.
A companhia nasceu para administrar cerca de 300 lojas da Casas Bahia que ficaram de fora da fusão com o Ponto Frio, que deu origem à Via Varejo. Klein fechou um contrato de aluguel com a Via Varejo, seu primeiro cliente do ramo imobiliário.
De lá para cá, o empresário comprou mais de 130 imóveis até formar uma carteira com mais de 430 imóveis, que somam 2 milhões de metros quadrados e são avaliados em mais de R$ 5 bilhões. São lajes corporativas, lojas e centros de distribuição que somam uma renda anual de R$ 450 milhões em aluguéis.
Com o mercado imobiliário ensaiando uma recuperação, convidei Michael Klein para um café. Você ainda está comprando imóveis, perguntei? “Sim. Vou continuar a comprar sempre que houver uma boa oportunidade”, afirmou. E você ainda tem dinheiro? “Se eu não tiver pego no banco”, afirmou com uma tranquilidade impressionante.
Leia Também
É meio clichê falar que na crise é hora de comprar. Mas, na prática, é preciso ter sangue frio para tirar dinheiro do bolso (ou pegar emprestado para investir) no meio do furacão. Klein explica que sua visão é de longo prazo e que a crise favorece quem está capitalizado.
“Enquanto está todo mundo bem, as lojas estão vendendo, crescendo e ninguém quer sair do seu negócio. A vantagem é que quem está capitalizado na hora que aparece a oportunidade compra quem precisa vender”, explicou.
Essa estratégia é bem parecida com o que fazia seu pai, Samuel Klein, no varejo. Nos anos 80, quando o juro estava nas alturas e o país vivia o pesadelo da hiperinflação, diversos varejistas reduziram a compra de mercadorias.
Samuel Klein ficou famoso por telefonar para as grandes indústrias de eletrônicos e eletrodomésticos e comprar todo o seu estoque (por um bom desconto) às vésperas dos planos econômicos. E, como ninguém tinha estoque na loja, só a Casas Bahia vendia quando a situação melhorava.
Está barato ainda?
“Ainda está”, diz Klein. Para ele, os preços dos imóveis ainda estão bons, especialmente no segmento de imóveis corporativos e galpões industriais, seu foco de atuação. Dados do Índice FipeZap comercial mostram uma queda de preços nominal de 2,30% nos preços de venda de imóveis comerciais nos últimos 12 meses até julho.
Se, por um lado, Klein se deu bem na hora de comprar, sentiu a crise na hora de alugar os imóveis. A mesma pesquisa mostra que o preço dos alugueis recuou 2,72% no mesmo período – número que não considera a inflação, o que torna o cenário pior.
Klein admite que abriu mão dos reajustes de preços e até deu desconto para evitar a vacância dos imóveis. Hoje só 5% dos imóveis da sua carteira estão vagos. “O segredo para não ter imóvel vazio é a negociação. Nasci comerciante em casa de comerciante. Prefiro dar desconto do que não alugar”, contou, lembrando do histórico da família no varejo, que inventou o crediário para ajudar o cliente em dificuldades a comprar na sua loja.
Em meio à minha obsessão de jornalista por números, tentei arrancar de Klein quantos imóveis ele iria adquirir até o fim do ano. Só que Klein não tem uma meta. “Não funciona assim. Você compra quanto tem oportunidade. Quando não tem, não compra”.
Basicamente, a estratégia de Klein com imóveis envolve os seguintes fatores:
- Comprar bem. Ele avalia caso a caso as oportunidades do mercado e só compra quando o preço está muito bom. Não vale a pena comprar pelo preço errado.
- Potencial de valorização. Foca no longo prazo e compra terrenos e imóveis com alto potencial de valorização. Nesse sentido, sua experiência no varejo o ajuda a identificar as oportunidades.
- Crédito. O empresário mantém linhas de crédito ativas para financiar a compra de novos imóveis e usa o dinheiro dos próprios alugueis para pagar os empréstimos.
Lições do varejo
A história de Klein com os imóveis começou no varejo. Era ele o responsável por escolher as lojas da Casas Bahia. Pegava seu jatinho e visitava as cidades para onde a Casas Bahia queria entrar. Subiu o morro na favela da Rocinha para comprar o imóvel que seria a primeira loja da varejista na comunidade. Assim escolheu mais de 400 imóveis.
“Chegamos no pé do morro e nos perguntaram: ‘quem é Michael Klein? Só vai subir ele e mais um. Ele voltou em uma hora com o negócio fechado”, conta Jorge Yokoyama, executivo que trabalhou com Klein na Casas Bahia e hoje comanda a divisão imobiliária do grupo.
Hoje usa sua experiência no varejo para identificar oportunidades para os antigos concorrentes. “Eu alugo até pra Luiza”, brinco Klein, em referência a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, uma das suas maiores concorrentes no tempo do varejo.
Um dos seus principais focos é comprar terrenos para construir centros de distribuição para alugar para o varejo. Para ele, o mercado de galpões, que azedou nos últimos anos, tem potencial no médio prazo. Ele explica que os varejistas de hoje não querem mais imobilizar o capital em ativos imobiliários e demandam contratos de longo prazo. O segredo para se dar bem é ouvir o inquilino: “tem gente que prefere dividir o espaço, na forma de condomínio, outros alugam sozinho. A gente faz tudo”, diz.
Klein confia no seu taco e, por isso, não investe em fundos imobiliários. “Compro 100% e sempre sozinho”. Os fundos, no entanto, se tornaram seus parceiros – muitos o procuram para vender imóveis, especialmente lojas alugadas para varejistas. Ele comprou, por exemplo, todas as cotas de um fundo imobiliário da BR Properties com 36 lojas da C&A .
Por que investir em imóveis?
Klein é daqueles que pensa que imóvel é um porto seguro para os investimentos. “Minha família está no Brasil desde 1950. Desde lá tivemos cruzeiro, cruzado, URV, real... Tudo aconteceu. Tivemos a tablita, o saque da poupança. A única coisa que ninguém mexeu foram os imóveis. Ninguém te tira. O que você compra vai ficar pra sempre”, explicou.
Klein ainda é dono de uma fatia minoritária na Via Varejo. É pública a informação de que o novo controlador do GPA colocou a companhia à venda. Klein evita falar dos negócios da empresa no presente. Mas, para encerrar a entrevista, não pude deixar de perguntar. O que você vai fazer se a Via Varejo for vendida? Comprar imóveis, claro.
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
Convocação da Seleção Brasileira: veja onde assistir ao vivo à última lista de Ancelotti em 2025
A última convocação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira acontece nesta segunda (3); veja o horário e onde assistir ao anúncio ao vivo
Receita coloca organizações criminosas na mira e passará a exigir o CPF de todos os cotistas de fundos de investimentos; entenda o que você precisa fazer
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa foi inspirada na Operação Carbono Oculto, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro do PCC por meio de fundos de investimento
Sorteios das Loterias Caixa têm novo horário a partir de hoje (3); veja como ficam os sorteios da Mega-Sena e outros jogos
Mudança em horário de sorteio das loterias começa a valer nesta segunda-feira (3); prazos para apostas também foram atualizados
Maré baixa para fundos de infraestrutura isentos de IR, dados de PMI, e o que mais o investidor precisa saber hoje
Rentabilidade das debêntures incentivadas, isentas de IR, caiu levemente mês passado, mas gestores se preocupam com ondas de resgates antecipados; investidores também estão de olho em dados econômicos internacionais e na fala de dirigente do Fed
Decisão do Copom, balanço da Petrobras (PETR4) e mudança de horário das bolsas — confira a agenda econômica da semana
A temporada de resultados pega fogo aqui e lá fora, enquanto a política monetária também dá o tom dos mercados no exterior, com decisão na Inglaterra, discursos do BCE e ata do BoJ
Horário de verão na bolsa? B3 vai funcionar por uma hora a mais a partir desta segunda-feira (3); entenda a mudança
A Bolsa de Valores brasileira ajusta o pregão para manter sincronia com os mercados de Nova York, Londres e Frankfurt. Veja o novo horário completo
Mega-Sena começa novembro encalhada e prêmio acumulado já passa dos R$ 40 milhões
Se a Lotofácil e a Quina entraram em novembro com o pé direito, o mesmo não pode ser dito sobre a Mega-Sena, que acumulou pelo terceiro sorteio seguido
Quina desencanta e faz 19 milionários de uma vez só, mas um deles vai ficar bem mais rico que os outros
Depois de acumular por 14 sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio das loterias sorteadas pela Caixa na noite de sábado, 1º de novembro
Lotofácil entra em novembro com o pé direito a faz um novo milionário no Nordeste
Ganhador ou ganhadora Lotofácil 3528 poderá sacar o prêmio a partir de amanhã, quando vai mudar o horário dos sorteios das loterias da Caixa
De hacker a bilionário: o único não herdeiro na lista de ricaços brasileiro antes dos 30 da Forbes construiu seu patrimônio do zero
Aos 28 anos, Pedro Franceschi é o único bilionário brasileiro abaixo dos 30 que construiu sua fortuna do zero — e transformou linhas de código em um império avaliado em bilhões
Caixa abre apostas para a Mega da Virada 2025 — e não estranhe se o prêmio chegar a R$ 1 bilhão
Premiação histórica da Mega da Virada 2025 é estimada inicialmente em R$ 850 milhões, mas pode se aproximar de R$ 1 bilhão com mudanças nas regras e aumento na arrecadação
Quina acumula de novo e promete pagar mais que a Mega-Sena hoje — e a Timemania também
Além da Lotofácil e da Quina, a Caixa sorteou na noite de sexta-feira a Lotomania, a Dupla Sena e a Super Sete
Lotofácil fecha outubro com novos milionários em São Paulo e na Bahia
Cada um dos ganhadores da Lotofácil 3527 vai embolsar mais de R$ 2 milhões. Ambos recorreram a apostas simples, ao custo de R$ 3,50. Próximo sorteio ocorre hoje.
Na máxima histórica, Ibovespa é um dos melhores investimentos de outubro, logo atrás do ouro; veja o ranking completo
Principal índice da bolsa fechou em alta de 2,26% no mês, aos 149.540 pontos, mas metal precioso ainda teve ganho forte, mesmo com realização de ganhos mais para o fim do mês
Como é e quanto custa a diária na suíte do hotel de luxo a partir do qual foi executado o “roubo do século”
Usado por chefes de Estado e diplomatas, o Royal Tulip Brasília Alvorada entrou involuntariamente no radar da Operação Magna Fraus, que investiga um ataque hacker de R$ 813 milhões
