🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

seu dinheiro no domingo

China está no fundo do poço. Pode comemorar!

Percepção de que no fundo do poço não tem um alçapão vem da leitura de relatórios de casas especializadas no mercado chinês que vou apresentar ao longo desta conversa

Eduardo Campos
Eduardo Campos
3 de novembro de 2019
11:22 - atualizado às 9:41

O título da nossa conversa parece contra intuitivo, mas o ponto é que a economia chinesa dá sinais de que chegou ao fim de seu ciclo e, agora, teria espaço para voltar a se recuperar. O que é boa notícia para o Brasil e para o conjunto de economias emergentes.

A percepção de que no fundo do poço não tem um alçapão, ao contrário do que já vivenciamos aqui no Brasil, vem da leitura de relatórios de casas especializadas no mercado chinês que vou apresentar ao longo desta conversa de domingo.

Alpine Macro e GaveKal têm algumas diferenças nas avaliações, mas o ponto comum é que a China e os demais emergentes têm chance de surpreender positivamente ao longo da próxima década. Mais importante ainda e para sorte dos investidores, esse cenário que se mostra cada vez mais provável está longe de ser precificado nos mercados de títulos, commodities ou mesmo pelos mercados de ações.

China estabilizando

Depois de um giro pela Ásia, o estrategista-chefe da Alpine Macro, Chen Zhao, escreveu um relatório falando que está convencido de que a economia chinesa está se estabilizando depois de um período de menor crescimento e que há espaço para retomada. Segundo Zhao, o pessimismo com o mercado financeiro chinês se mostrou exagerado.

Além das questões conjunturais chinesas, o analista avalia que o ambiente global de reflação, com os BCs dando estímulos de forma coordenada, é outro vetor-chave para o desempenho dos ativos de risco.

Zhao alerta para o fato de que o governo chinês não quer uma retomada rápida do crescimento. As autoridades chinesas estão fazendo um ajuste fino para garantir um patamar constante de crescimento anual na casa dos 6%.

Leia Também

O que temos é uma combinação de estímulo fiscal, cortes de juros, injeções de liquidez e um câmbio desvalorizado. Todos vetores vão trabalhar para reverter o momento deflacionário, levando a uma recuperação no crescimento chinês já no começo de 2020.

Guerra Comercial

Zhao também nos traz uma interessante avaliação sobre como as autoridades chinesas, ou parte delas, encaram o presidente americano Donald Trump.

Em Beijing é consenso que os EUA vão se tornar cada vez mais hostis às aspirações chinesas e o temor é com um confronto mais amplo e aberto. Mas Zhao se disse surpreso com a avaliação prevalente em alguns círculos políticos de que Trump é a melhor aposta para a China evitar um confronto ainda maior com os EUA.

No cálculo chinês, Trump é um comerciante, um negociador, portanto pode ser “comprado” com dinheiro e acordos comerciais. Já outros políticos americanos, como Marco Rubio, Nancy Pelosi ou Chuck Schumer, são mais ideológicos e encaram a China como uma ameaça à segurança nacional e ao “american way of life”.

Fica a dúvida levantada pelo especialista: ao aceitar os termos de um acordo comercial em fases e deixar que Trump se prepare para declarar “vitória” na guerra comercial, estaria Xi Jinping tentando ajudar a reeleição de Trump?

Não é só a China

A GaveKal é uma casa de análises que se mudou de Londres para Hong Kong em 2003 dada à convicção de que o crescimento do mundo viria de lá. De fato, desde então, a própria casa se diz surpreendida com a economia chinesa. Mas acredita que os dias nos quais a China conseguia sozinha mudar o eixo de crescimento global estão chegando ao fim.

Assim, para responder à pergunta da clientela sobre de onde virá o crescimento, a GaveKal responde: “mercados emergentes”.

Vamos à tese de Louis-Vincent Gave. Primeiro ele cita uma mudança no panorama político, com o avanço do acordo EUA-China e do Brexit. São eventos que reduzem a incerteza e o risco, tirando força do dólar e dos títulos americanos como ativos de proteção. Dólar fraco, geralmente, é boa notícia para emergentes.

O segundo ponto é a mudança na política monetária. O Fed já cortou e pode fazer nova redução de juros. Além disso, também voltou a usar seu balanço para compra de títulos e fazer injeção de liquidez. Essa é mais uma indicação de dólar fraco. Tratamos um pouco dessa tese nesta matéria aqui.

Terceiro, a própria China está injetando liquidez no seu sistema financeiro e afrouxando a política monetária. A GaveKal fala que os dias dos enormes pacotes de estímulo ficaram para trás, mas que as autoridades chinesas não vão deixar a economia ir para o buraco. Os emergentes são os grandes beneficiados por esses ciclos de estímulos da China.

Tem algo mais acontecendo

Segundo a GaveKal, a combinação de um fim de ciclo de dólar alto e estímulos na China já seria suficiente para uma boa retomada cíclica de emergentes. Mas tem algo mais acontecendo. Para quase todo emergente que olhamos, encontramos reformas fiscais significativas, como Brasil e Índia, importantes mudanças regulatórias (Brasil, Índia e Indonésia) ou ajustes de juros relevantes. Em suma: ajustes no lado fiscal, regulatório e monetário.

O exemplo prático dado pela casa de análises é o seguinte: Cortar juros de -0,4% para -0,5% tem pouco impacto sobre a atividade, em referência ao mundo desenvolvido. Mas um corte de juro de 7% para 5%, caso brasileiro, estimula o consumo, o investimento e a tomada de risco.

Falta empolgação

Considerando essas premissas todas, o que falta para os investidores se animarem com esse caso de retomada cíclica de emergentes?

Para a GaveKal, uma possível explicação é que os investidores se acostumaram a encarar os emergentes sob o prisma da China. Assim, como a perspectiva para a China parece modesta em termos históricos, grande parte dos investidores pode chegar à conclusão de que os demais emergentes também são pouco atrativos.

Mas isso também é boa notícia. Essa conclusão "precipitada e simplista", segundo a GaveKal, é sinal de que o investidor ainda pode se posicionar pagando preços relativamente baratos para ganhar dinheiro nessa retomada dos mercados emergentes. Em um mundo de dólar perdendo força, os emergentes ganham espaço para fazer políticas estimulativas e é isso que está acontecendo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TENSÃO NO AR

Tambores de uma nova guerra? Entenda por que Taiwan coloca China e Estados Unidos em pé de guerra

2 de agosto de 2022 - 14:56

Visita de Nancy Pelosi a Taiwan acirra tensões entre Estados Unidos e China em meio a disputa por hegemonia global

Tensão no ar

Após alertar Pelosi para não visitar Taiwan, China realiza exercícios militares na costa em frente à ilha

30 de julho de 2022 - 12:37

O Ministério da Defesa chinês alertou Washington, na última semana, para não permitir que a presidente da Câmara dos Deputados americana visite Taiwan

QUEDA DE BILHÕES

Como a crise imobiliária na China pulverizou metade da fortuna da mulher mais rica da Ásia

29 de julho de 2022 - 11:35

Yang Huiyan viu sua fortuna de US$ 23,7 bilhões cair pela metade nos últimos 12 meses; a bilionária controla a incorporadora Country Graden

BOM PARA OS DOIS

Enquanto Rússia corta gás para a Europa, gasoduto que leva a commodity à China está perto da conclusão

27 de julho de 2022 - 17:12

O canal de transporte do gás natural está em fase final de construção e interliga a Sibéria a Xangai; a China aumentou o fornecimento da commodity russa em 63,4% no primeiro semestre deste ano

TREASURIES NA BERLINDA

Por que a China e o Japão estão se desfazendo – em grande escala – de títulos do Tesouro do Estados Unidos

20 de julho de 2022 - 14:30

Volume de Treasuries em poder da China e do Japão estão nos níveis mais baixos em anos com alta da inflação e aumento dos juros nos EUA

MAIS DEMANDA

China impulsiona minério de ferro ao prometer financiamento ao setor imobiliário; Vale (VALE3) sobe mais de 2%

18 de julho de 2022 - 12:03

Governo chinês age para mitigar os crescentes riscos financeiros decorrentes da desaceleração do mercado imobiliário do país

BOMBOU NAS REDES

Estados Unidos sob ameaça: em meio ao furacão econômico e sob comando de Joe Biden, China pode derrubar domínio global americano e criar novo império econômico no mundo

13 de julho de 2022 - 14:08

Com a inflação dos últimos 40 anos, os Estados Unidos estão passando por uma grande turbulência econômica e isso pode abrir uma ‘brecha’ para a China criar um novo império econômico global, na opinião do colunista do Seu Dinheiro Ivan Sant’anna

GUERRA COMERCIAL CONTINUA

Biden junta forças: EUA quer fortalecer competitividade contra a China; saiba como

10 de julho de 2022 - 16:00

Um projeto de lei, que prevê atrair empresas de semicondutores da China aos EUA, deve entrar em pauta nesta semana, no Congresso americano

PRESSÃO "MODERADA"

Efeitos da flexibilização da política de “covid zero”? Inflação avança na China; entenda

10 de julho de 2022 - 12:12

A China registrou uma alta de 2,5%, em junho, no Índice de Preços ao Consumidor, que mede a inflação; alta dos combustíveis é um dos “vilões”

Disputa pelos ares

China compra cerca de 300 aviões da Airbus, em novo golpe à rival Boeing

3 de julho de 2022 - 11:45

A Boeing citou repetidamente a China como essencial para seus planos de crescimento da produção, mas perdeu para a rival Airbus na encomenda mais recente do gigante asiático

AFROUXANDO AS MEDIDAS

Fim da política de “covid zero” na China? Flexibilização da quarentena anima os investidores e as bolsas internacionais avançam

28 de junho de 2022 - 11:30

A partir desta terça-feira, o período de quarentena exigido para viajantes internacionais cairá pela metade, para sete dias de quarentena centralizada e três de isolamento domiciliar

ORDEM DA PHOENIX

Dona do aplicativo 99, a Didi ressurge na bolsa com fim da proibição na China; ações disparam mais de 50% na Nasdaq

6 de junho de 2022 - 10:50

A chinesa estava barrada desde julho de 2021 de adicionar novos usuários à plataforma, mas deve poder recolocar o aplicativo nas lojas digitais do país já na próxima semana

COVID X ECONOMIA

Um negócio da China: Gigante Asiático tenta unir combate a covid-19 e avanço econômico — mas racha no Partido Comunista fica exposto; entenda

5 de junho de 2022 - 10:06

A disputa entre o presidente e o primeiro-ministro chinês expõe visões diferentes sobre a direção da economia e proteção à população

O QUE VEM POR AÍ

Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem

3 de junho de 2022 - 19:06

Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC

O QUE VEM POR AÍ

PIB do 1º tri e inflação na Zona do Euro: confira a agenda dos indicadores da semana aqui e no exterior

29 de maio de 2022 - 14:00

Nesta semana, o destaque entre os indicadores é o PIB brasileiro no primeiro trimestre. Lá fora, inflação e atividade também estão no centro

O QUE VEM POR AÍ

É semana de PIB! Saiba o que esperar da atividade no Brasil e confira o calendário completo de indicadores da semana

27 de maio de 2022 - 18:34

Teremos a oportunidade de entender melhor como a economia brasileira tem se comportado em um cenário de juros em alta e inflação crescente pelo mundo

QUEM FALA O QUE QUER…

Duelo de titãs: Biden dá ultimato à China e enfurece Xi Jinping; veja o que o presidente dos EUA disse

23 de maio de 2022 - 14:30

O chefe da Casa Branca está em viagem ao Japão — a primeira ao país, um importante aliado na Ásia, desde que tomou posse — e não economizou provocações a Pequim

O QUE VEM POR AÍ

Ata do Fed e IPCA-15: confira a agenda de indicadores da semana aqui e lá fora

22 de maio de 2022 - 14:00

Nos Estados Unidos, a segunda prévia do PIB no primeiro trimestre também é destaque; na Europa, o PIB da Alemanha é o principal dado

FIQUE DE OLHO

Em semana de ata do Fed, destaque no Brasil fica por conta do IPCA-15; confira a agenda completa de indicadores

20 de maio de 2022 - 18:43

Nos Estados Unidos, a segunda prévia do PIB no primeiro trimestre também é destaque; na Europa, o PIB da Alemanha é o principal dado

China corta juros para estimular setor imobiliário e commodities operam em forte alta

20 de maio de 2022 - 13:20

A medida adotada pelo banco central chinês visa impulsionar o mercado imobiliário, o que favorece as produtoras de commodities

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar