🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR ESTE MÊS – ACESSE DE GRAÇA

Ana Carolina Neira

Ana Carolina Neira

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.

Flavia Alemi

Flavia Alemi

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.

REPORTAGEM ESPECIAL

Bolsa abre janela inesperada para ofertas de ações em plena corrida eleitoral

Sinais de recuperação do Ibovespa deixaram o ambiente mais confortável para empresas fazerem ofertas subsequentes na bolsa, apesar da incerteza típica do período pré-eleitoral

Ana Carolina NeiraFlavia Alemi
21 de setembro de 2022
9:46 - atualizado às 15:39
Caminhão da Vamos (VAMO3)
A 11 dias das eleições, Vamos define hoje preço por ação de oferta que pode movimentar até R$ 1 bilhão. - Imagem: Divulgação

Em ano eleitoral, é praticamente regra no mercado financeiro: quanto mais perto da votação, menos chances de alguma empresa se aventurar a captar dinheiro via ofertas de ações na bolsa brasileira. Afinal, ninguém quer se arriscar diante da volatilidade típica do período e fica aquele clima de "quem aproveitou, ótimo. Quem não conseguiu, espera mais".

E, ainda que este ano não tenha acontecido nenhuma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), um fato curioso chamou a atenção do mercado nas últimas semanas: as operações de follow-on lançadas por Vamos (VAMO3) e Iguatemi (IGTI11), no que parece ser uma pequena janela de oportunidade incomum nessa época do calendário eleitoral.

Pouco antes, o IRB (IRBR3) também veio a mercado e captou R$ 1,2 bilhão em uma oferta de ações. Nesse caso, porém, trata-se de uma situação bem particular: a empresa de resseguros precisava de qualquer maneira de capital para se reenquadrar nos limites da regulação do setor.

Seja qual for a motivação, o fato é que em 2018, ano da última eleição presidencial, não houve nenhuma emissão de ações na bolsa brasileira nos seis meses que antecederam a votação.

Janela "entreaberta" para ofertas

O que fez, então, as empresas julgarem o atual ambiente propício para captar dinheiro na bolsa em vez de esperar algumas semanas até a definição das eleições? E, mais importante, outras companhias podem aproveitar essa janela “entreaberta” para fazer ofertas de ações?

Embora relevante para o mercado, o cenário eleitoral explica pouco esse movimento, de acordo com os especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro. Ou seja, embora não ajude, a política desta vez pelo menos não atrapalha os planos de quem pretende captar recursos via oferta de ações, já que não há uma expectativa de ruptura, seja quem for o vencedor.

Leia Também

Nesse meio tempo, outro fator foi ainda mais importante para abrir a janela da bolsa: a alta das ações, que tornou a emissão mais vantajosa para algumas empresas. Basta olhar para o Ibovespa — principal índice da B3 —, que acumula uma valorização de mais de 15% desde as mínimas, em julho.

“As companhias viram uma recuperação no preço das ações e decidiram que o momento era adequado”, disse Roderick Greenlees, global head do banco de investimento no Itaú BBA.

Outro ponto a se destacar é que as empresas que vieram a mercado agora têm histórias muito específicas para contar aos investidores. De qualquer maneira, uma oportunidade inesperada surgiu e o resultado das ofertas que saírem nesse período eleitoral deve servir de termômetro para as operações que surgirem após as eleições.

Iguatemi (IGTI11): oferta de ações para financiar aquisição estratégica

Diante das águas mais calmas do mercado desde meados de julho, a Iguatemi foi uma das companhias que decidiram encarar esse mar. A operadora de shoppings captou R$ 720 milhões em uma oferta de ações para comprar a participação que ainda não detinha no JK Iguatemi.

Neste caso, a Iguatemi aceitou pagar o preço de ver seus acionistas mais diluídos para não aumentar o nível de endividamento diante da necessidade de pagar pela aquisição.

Assim, diante da oportunidade de comprar o JK Iguatemi e sendo uma empresa reconhecida, buscar recursos no mercado fazia todo sentido e indica um movimento que pode ser repetido por outras empresas.

O preço por ação na oferta foi definido em R$ 19,74. O valor representa um desconto de 2,85% em relação ao fechamento de ontem e de 1,3% na comparação com a cotação de quando a companhia anunciou a oferta.

"O movimento já antecipa uma inversão na taxa de juros e inflação mais branda no ano que vem. O investidor já vai estudando os cenários desde já e viabiliza ofertas em alguns setores", diz Teodora Barone, diretora-executiva do UBS BB.

Por que a Vamos (VAMO3) deseja captar até R$ 1 bilhão

Outra empresa que vive uma realidade própria e também decidiu testar as águas para lançar uma oferta de ações foi a Vamos. No dia 12, a empresa de locação de caminhões e máquinas agrícolas anunciou que pretende captar até R$ 1,050 bilhão em dinheiro novo na bolsa.

Ainda que seja um exemplo de sucesso entre as "sobreviventes" da última safra de IPOs da bolsa, a Vamos já não navega sozinha. Responsável por 85% desse segmento, a ameaça da concorrência parece ter acendido um sinal de alerta que motivou a companhia a buscar dinheiro no mercado.

A ideia da Vamos é captar até R$ 1,050 bilhão para investir na ampliação da frota. A definição do valor por ação será conhecida hoje.

Em entrevista recente ao Seu Dinheiro, Gustavo Moscatelli, CFO do Grupo Vamos, não descartou novas aquisições no mercado e, por consequência, negócios capazes de viabilizar algum tipo de operação. 

Para alguns gestores, o risco que a Vamos corria ao postergar sua oferta era o de comprometer seu crescimento. Isso porque alguns fatores como a própria eleição, o desconhecimento do plano econômico que entrará em vigor a partir de 2023 e o cenário externo ainda trazem incertezas. 

Ou seja, esperar o melhor momento para fazer uma nova oferta de ações poderia custar caro.

Que ofertas de ações vêm por aí

Claro que, diante da pequena janela de oportunidade vista nas últimas semanas, a curiosidade já fica um pouco mais aguçada. Afinal, será que ainda há outras empresas prestes a realizar outras ofertas?

A resposta curta é sim. Para os especialistas, as chances de IPOs ainda neste ano são quase nulas. Porém, alguns follow ons podem estar perto de acontecer, especialmente após a definição de quem será o próximo presidente e seu plano econômico.

“Pode ser antes da conclusão da eleição, seja no primeiro ou no segundo turno, mas digo com segurança: haverá novos follow-ons antes do fim do ano”, afirmou Felipe Thut, diretor do Bradesco BBI.

O gestor de renda variável da Western Asset, Guto Leite, concorda que há boas chances para outras ofertas subsequentes ainda neste ano. Mas ele pondera a necessidade de um ambiente favorável para isso.

"Há algumas condições necessárias, como um mercado mais calmo no exterior e um futuro presidente eleito aqui no Brasil com uma questão fiscal bem desenhada além das promessas de campanha", diz.

O que todos concordam é que a janela deve se manter “entreaberta”. Isso significa que apenas empresas robustas e com histórico comprovado devem encontrar demanda para captar recursos via ofertas de ações.

Candidatas a fazer follow-on

Prova disso são as candidatas citadas por alguns entrevistados para um possível follow-on ainda neste ano: Equatorial (EQTL3) e Energisa (ENGI11), além de companhias dos setores de saneamento e infraestrutura. Todas com geração de caixa previsível e resilientes em períodos de crise por conta do consumo constante.

No caso das companhias de energia, há uma história bastante específica por trás. Isso comprova que não há demanda e dinheiro sobrando, mas sim necessidades distintas entre aquelas que desejam buscar recursos no mercado.

Tanto a Energisa quanto a Equatorial são apontadas como interessadas na compra da distribuidora de energia que está sendo vendida pela italiana Enel em Goiás (GO), a Celg-D.

Estima-se que o negócio seja fechado por aproximadamente R$ 10 bilhões. Mas ainda há algumas dificuldades para a venda do ativo, como a melhora dos índices operacionais da empresa.

Seja como for, o fato é que quem desejar fazer um desembolso deste tamanho muito provavelmente precisará buscar recursos no mercado de capitais.

Procuradas, a Energisa e a Equatorial preferiram não comentar o assunto.

Quanto aos IPOs, especificamente, esta janela deve permanecer fechada por causa do nível de preço das ações, pouco atraente para quem deseja abrir capital.

"Não acredito em IPOs neste momento, se acontecer algum seria exceção, porque ninguém quer se diluir nos preços que o mercado pede hoje. Para isso mudar, a bolsa precisa melhorar um pouco e subir", opina Leonardo Rufino, gestor da Mantaro Capital.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VOANDO LEVE

Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim

8 de maio de 2025 - 12:17

Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado

COM PÉ DIREITO

Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?

8 de maio de 2025 - 11:35

Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump

8 de maio de 2025 - 8:30

Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial

ALTAS EXPECTATIVAS

Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão 

8 de maio de 2025 - 7:04

O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas

FII DO MÊS

Fundo imobiliário campeão perde espaço e oito FIIs ficam entre os favoritos para investir em maio; confira o ranking

8 de maio de 2025 - 6:08

A saída de um gigante de shoppings abriu uma oportunidade única para os investidores: os dez bancos e corretoras procurados pelo Seu Dinheiro indicaram cinco fundos de tijolo e três FIIs de papéis neste mês

RESULTADO DO BANCÃO

Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões

7 de maio de 2025 - 18:49

Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques

NÃO ENGATOU

Vamos decepciona no 1T25 e ações tombam mais de 10% — vale comprar VAMO3 agora?

7 de maio de 2025 - 13:38

Apesar dos resultados desanimadores, nem tudo no balanço decepcionou; saiba se é a hora de colocar ou tirar os papéis da locadora de caminhões da carteira

REJEIÇÃO À OPA

Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok

7 de maio de 2025 - 12:25

Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA

COM PRESSÃO ALTA

Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda? 

7 de maio de 2025 - 12:05

Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços

7 de maio de 2025 - 8:16

Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed

GUIA DE TURISMO ASTRONÔMICO

Como ver a Aurora Boreal? Especialistas detalham a viagem ideal para conferir o fenômeno

7 de maio de 2025 - 8:02

Para avistar as luzes coloridas no céu, é preciso estar no lugar certo, na hora certa — e contar com a sorte também

BALANÇO DAS VAREJISTAS 1T25

Magalu (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) devem ter resultados “decentes”, enquanto Mercado Livre (MELI34) brilhará (de novo)  

7 de maio de 2025 - 7:00

O balanço das varejistas nacionais no 1T25 pode trazer um fio de esperança para Magazine Luiza e Casas Bahia, que têm sofrido nos últimos trimestres

CAUTELA É A RESPOSTA

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, explica por que o Copom não vai antecipar seus próximos passos na reunião de hoje

7 de maio de 2025 - 6:05

O executivo, que hoje é chairman da JiveMauá, acredita em um aumento de meio ponto percentual nesta reunião do Copom, sem nenhuma sinalização no comunicado

BALDE DE ÁGUA FRIA?

Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?

6 de maio de 2025 - 13:07

Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço

DESTAQUES DA BOLSA

É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?

6 de maio de 2025 - 10:49

A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta

6 de maio de 2025 - 8:22

Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA

OFERTA AOS INVESTIDORES

Fundo imobiliário TRXF11 anuncia a maior emissão de cotas da sua história, para captar R$ 1 bilhão

5 de maio de 2025 - 14:42

Segundo a gestora TRX Investimentos, valor pode chegar a R$ 1,25 bilhão e cerca de 85% do montante já está praticamente garantido

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços

5 de maio de 2025 - 8:26

Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques

AÇÃO DO MÊS

Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas

5 de maio de 2025 - 6:04

Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.

NOVOS FORMATOS

Criptoativos de renda fixa: tokens de crédito privado oferecem retorno de até CDI+4% ao ano; é seguro investir?

4 de maio de 2025 - 9:02

Empresas aproveitam o apetite do investidor por renda fixa e aumentam a oferta de criptoativos de dívida, registrados na blockchain; entenda os benefícios e os riscos desses novos investimentos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar