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Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.
mercado em expansão

Sobrevivente da safra de IPOs da pandemia, a Vamos (VAMO3) segue crescendo — mas a concorrência no aluguel de caminhões, também

Se antes a Vamos (VAMO3) nadava sozinha neste mar, outras companhias agora desejam uma fatia desse mercado ainda pouco explorado

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
12 de setembro de 2022
6:00 - atualizado às 15:41
Grupo Vamos
O Grupo Vamos (VAMO3) foi um dos poucos sobreviventes da safra de IPOs de 2020 e 2021. - Imagem: Divulgação

A safra de IPOs de 2020 e 2021 frustrou muita gente — e com razão. Afinal, a grande maioria das empresas que chegaram à bolsa desde então enfrentam desvalorização, algumas delas perdendo até 80% do seu valor. Mas, para quem apostou na Vamos (VAMO3), houve uma grata surpresa.

Para se ter uma ideia, apenas neste ano, a valorização do papel já é de 21,2% — no mesmo período, o Ibovespa avançou 7,35%, com um salto recente em agosto. E o bom desempenho, em linhas gerais, vem desde a estreia na bolsa.

À primeira vista, falar sobre uma companhia que trabalha com locação de caminhões e máquinas agrícolas pode parecer bem pouco sedutor. Mas os números da Vamos trazem brilho aos olhos, mesmo os de quem não conhece o setor a fundo.

Considere apenas a última linha do balanço da companhia no segundo trimestre: a empresa teve um lucro recorde de R$ 142,5 milhões, uma alta de 42,4% na comparação anual.

Destaques do balanço do segundo trimestre da Vamos (VAMO3)

Período2T222T21
Lucro líquidoR$ 142,5 milhõesR$ 100 milhões
Receita líquidaR$ 1,1 bilhãoR$ 665,6 milhões
Ebitda consolidadoR$ 450,4 milhõesR$ 253,8 milhões

Hoje, a Vamos aposta em forte crescimento orgânico e expansão do mercado de locação desse tipo de veículo para avançar, conforme o modelo se torna mais conhecido no país. 

Afinal, num período de crise e juros mais altos, é natural que toda empresa deseje cortar seus custos. E, ao colocar isso na ponta do lápis, a tendência é que seja mais barato alugar um equipamento de custo elevado, como um caminhão, do que comprar e fazer sua manutenção constantemente.

Para Gustavo Moscatelli, CFO do Grupo Vamos, trabalhar com foco nessa necessidade é um dos pontos fortes da empresa hoje.

"Nosso modelo de negócios acaba sendo uma alternativa em períodos de crise porque é um caminho para modernizar a frota de veículos sem afetar o capital da empresa com uma compra mais cara, é ganho de eficiência", afirmou, em entrevista ao Seu Dinheiro.

Segundo seus cálculos, o Brasil conta com uma frota de 3,8 milhões de caminhões, com uma idade média de 21 anos. Ou seja: necessitada de renovação.

Em relatório recente, o BTG Pactual apontou que a Vamos está em um momento bastante positivo graças à capacidade de repassar o maior custo de capital e a um melhor mix de clientes. Além disso, a empresa também tira proveito de uma concorrência fraca no mercado de aluguel de caminhões. 

Vamos (VAMO3) navega sozinha, mas a concorrência tende a crescer

A Vamos é uma subsidiária de locação de caminhões do grupo de logística Simpar (SIMH3) — ex-JSL. Atualmente, a empresa tem 85% desse mercado de aluguel no Brasil com seus 35 mil ativos, sendo a maior no segmento de veículos pesados; consequentemente, tem vantagens competitivas consideráveis.

O plano é chegar a 2025 com 100 mil ativos. Apesar do número, o mercado de locação de veículos pesados ainda é pouco explorado no Brasil, o que representa um dos pontos de vantagem para a Vamos, aponta Moscatelli. 

Segundo ele, somente 1% da frota de caminhões do país é alugada, enquanto na Europa e nos Estados Unidos esse número chega a 25% — dando dimensão do quanto a empresa ainda pode avançar.

Mas, se até agora a concorrência era considerada fraca, esse quadro começou a mudar e outras empresas já olham para o mesmo filão.

É o caso da Gerdau (GGBR4), que anunciou no último dia 2 uma parceria com a Randon (RAPT4), fabricante de implementos rodoviários, para entrar no mercado de locação de caminhões e semirreboques a partir de uma joint venture.

Nesta nova empresa, 50% do capital pertence à Gerdau Next — unidade de negócio de sustentabilidade, construção e mobilidade da siderúrgica — e outros 50% à Randon. No total, serão investidos R$ 250 milhões ao longo de três anos.

Em relatório, a XP Investimentos avaliou que a chegada de mais um concorrente ao mercado de locação de caminhões não deve trazer grandes impactos à Vamos, já que esse segmento possui muito espaço a ser ocupado. 

A XP também elevou o preço-alvo de VAMO3, de R$ 19 para R$ 21 — potencial de alta de 47,3% se considerado o fechamento de quinta-feira (8). A ação ainda é a favorita da XP no setor de transportes, com destaque para seu poder de precificação.

“Vemos na Vamos um forte potencial de crescimento decorrente de um mercado de aluguel de caminhões ainda inexplorado no Brasil (penetração de apenas ~1%). Embora permaneçamos relativamente conservadores em comparação com as indicações da empresa, reconhecemos o forte crescimento contínuo”, diz o documento.

Volkswagen entra na arena

No fim de agosto, foi a vez do lançamento do VW Truck Rental pela VWFS (Volkswagen Financial Services) — globalmente responsável pelas operações financeiras do Grupo Volkswagen e independente da montadora.

O serviço de locação contará com um programa de assinaturas, como já acontece com veículos.

Vale lembrar que, além de já atuar com locação de veículos pesados em parceria com a LM Frotas, a Volkswagen é uma das líderes de vendas de caminhões no Brasil, o que pode facilitar seu acesso a clientes.

Além disso, uma das principais diferenças será o foco na pessoa física, de olho em caminhoneiros autônomos, que sofrem mais na busca por crédito para adquirir um veículo novo e podem encontrar uma solução na locação.

Em relatório, a XP comenta que a baixa penetração de mercado compensa a concorrência de médio prazo. Para os analistas, em um ambiente de mais competição, ambas as empresas devem ter atenção com sua capacidade de gestão de ativos em escala e maneiras de acessar capital a taxas de financiamento atraentes.

A visão de que a ameaça não é prejudicial ao negócio é compartilhada pelo próprio Gustavo Moscatelli, CFO da Vamos. Em sua avaliação, a entrada de novos players é capaz de impulsionar esse modelo de negócios, dando mais visibilidade para esse nicho.

"É um modelo ainda não conhecido, então quando vemos novos entrantes eles ajudam a mudar isso mais rápido. Num mercado tão grande há espaço para todo mundo e não é isso que vai fazer a Vamos crescer mais ou menos dadas as oportunidades que temos pela frente", define. Ele lembra, ainda, a diferença de atuação, já que a companhia hoje não atende pessoas físicas, por exemplo.

Aquisições são vantagem competitiva para Vamos (VAMO3)

Em março deste ano, a Vamos adquiriu 70% da Truckvan por meio da sua subsidiária Vamos Seminovos. Foi a sexta aquisição da companhia desde a realização do seu IPO.

O contrato de compra e venda prevê um aporte de capital no valor de R$ 30 milhões, além de uma compra de participação secundária no valor de R$ 54 milhões, feita parte à vista e parte parcelada, totalizando R$ 84 milhões. Com isso, a Truckvan foi avaliada em R$ 90 milhões.

A aquisição ajudou a companhia a se consolidar como uma plataforma de caminhões, máquinas e equipamentos, avançando em seu ecossistema, mas também na parte de serviços e venda cruzada.

Na avaliação de Diego Bellico e Gabriela Joubert, analistas do Inter, as aquisições feitas pela Vamos são uma vantagem competitiva importante para a empresa, que ganha tração em mercados complementares.

"Essa estratégia se mostrou acertada, uma vez que estamos falando de negócios com sinergia e que permitem ganho de mercado", diz Bellico, citando como exemplos a atuação da Vamos junto a concessionárias e no ramo de customização.

O analista ainda faz uma ressalva importante para os investidores que estão de olho em surfar a onda da Vamos: acabou em julho o prazo de 18 meses de restrição da negociação das ações da companhia para pessoas físicas. 

A limitação ocorre porque o IPO da empresa ocorreu por meio de uma oferta restrita de ações, destinada a investidores profissionais e institucionais.

"Brinco que Vamos é quase uma renda fixa por causa da previsibilidade de receita: a partir do momento que ela aluga um caminhão para uma empresa, ela vai receber esse valor independente de como a economia vai se comportar durante esse contrato, ao mesmo tempo que é bastante atenta com o custo de suas dívidas por esse período."

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