Onde investir em 2019: Qual é a boa da renda fixa além do Tesouro Direto?
Em tempos de Selic baixa, quem busca rentabilidade deve ficar de olho em oportunidades com um pouco mais de risco. E a renda fixa privada traz várias delas!

Em 2019, a vida de quem investe em renda fixa não deve ficar mais fácil. A expectativa do mercado é que a taxa básica de juros, que baliza o retorno dessas aplicações, permaneça lá embaixo. Mas se engana quem pensa que as boas oportunidades estarão apenas na bolsa. A seguir você confere quais serão os melhores investimentos em renda fixa privada no próximo ano.
Em tempos juros baixos, o retorno das aplicações mais tradicionais de renda fixa realmente deixa a desejar, e o investidor mais conservador fica no sufoco.
Sabe aquele mítico retorno de 1% ao mês com baixo risco que o brasileiro tanto adora? Com produtos como caderneta de poupança e aplicações que só pagam até 100% da Selic ou do CDI, pode esquecer.
Quem ainda quer correr atrás de uma rentabilidade como essa tem sim que tomar um pouquinho mais de risco.
Mas calma, não precisa entrar em pânico achando que vai ter que correr para a bolsa. Sem dúvida o investimento em ações é uma das grandes pedidas para 2019, como o meu colega Vinícius Pinheiro já mostrou nesta outra matéria.
Mas se esta não é a sua praia, não tem problema. Dentro da própria renda fixa tem algumas opções rentáveis para o próximo ano, com risco bem menor que o da renda variável.
Leia Também
Todo cuidado é pouco: bolsa pode não estar tão barata como parece — saiba por que gestor faz esse alerta agora
FIIs: confira os melhores fundos imobiliários para investir em maio, segundo o BTG
Onde investir em 2019
Esta matéria faz parte de uma série de reportagens sobre onde investir em 2019, com as perspectivas para os diferentes ativos. São eles:
- Ações
- Imóveis
- Fundos imobiliários
- Tesouro Direto
- Renda fixa, além do Tesouro Direto (você está aqui)
- Criptomoedas
- Câmbio

Veja a seguir um panorama para os investimentos em renda fixa, além do Tesouro Direto.
Selic no chão
A Selic, nossa taxa básica de juros, está atualmente no seu menor patamar da história: 6,5% ao ano. Isso significa que as aplicações de renda fixa mais conservadoras - aquelas que pagam um percentual da Selic ou da taxa DI - estão pagando mesmo bem pouquinho.
Para 2019, as perspectivas são de que a Selic permaneça baixa. O mercado espera que a taxa de juros se mantenha estável durante o ano inteiro ou tenha apenas uma leve alta no segundo semestre.
De acordo com o último Boletim Focus do Banco Central, a expectativa é de que a Selic termine 2019 no máximo em 7,13%. Na prática, isso significa que o mercado está dividido entre uma Selic de 7,25% ou de 7,00% no fim do ano que vem.
Isso se a nossa economia de fato reagir a contento e começar a pressionar um pouco os preços.
Embora o Brasil já comece a sair da recessão, ainda temos uma grande capacidade ociosa e uma inflação bastante controlada, mesmo com os menores juros da história.
Caso nossa atividade econômica não se aqueça no ano que vem, o mercado não descarta que o Banco Central possa até mesmo efetuar um novo corte de juros.
Claro que isso dependeria da aprovação de reformas pelo governo, notadamente da Reforma da Previdência.
Outro fator de risco é o cenário externo. Caso a economia americana comece a dar sinais de superaquecimento, pode ser que o Fed suba os juros acima do esperado, valorizando o dólar, atraindo recursos do mundo inteiro para os títulos públicos dos EUA e pressionando a nossa inflação.
Esses dois fatores têm o potencial de elevar a aversão a risco e obrigar o BC a antecipar ou aumentar o aperto monetário por aqui. Mas para os especialistas com quem conversei para esta matéria, esse cenário negativo não é o mais provável.
A aposta do mercado é que nossa economia deve sim reagir em 2019, que uma reforma da Previdência relevante deve ser encaminhada e que o Fed manterá seu plano de voo para os juros americanos. A inflação deve permanecer sob controle, porém com uma ligeira pressão devido ao aquecimento da economia, o que abre espaço para uma leve alta na Selic.
Os melhores investimentos de renda fixa para 2019
Neste contexto, investimentos de renda fixa menos conservadores e tradicionais ganham espaço e se tornam mais atrativos.
Eu já falei na sexta-feira (28) quais serão as boas oportunidades de investimento entre os títulos públicos, que podem negociados tanto via Tesouro Direto quanto via mesa de operações, no mercado secundário.
Na mesma matéria, eu também traço um cenário mais detalhado das perspectivas para a taxa Selic em 2019, com base nas análises de Marcelo Guterman, especialista de produtos e investimentos da Western Asset, e Marcelo Sande, head de produtos e renda fixa da Genial Investimentos.
Mas e na renda fixa privada, o que há de bom? Entre os títulos de dívida, emitidos por bancos, empresas privadas e securitizadoras, há uma série de oportunidades rentáveis, algumas até isentas de imposto de renda.
Antes de investir, porém, vale um lembrete: tente planejar seus investimentos ao máximo de acordo com prazos e objetivos. Na renda fixa privada, quanto mais recursos você tem para investir e maior o prazo de aplicação, maior a remuneração.
“Numa aplicação de dois, três ou quatro anos, os investimentos rendem muito mais que os de curto prazo, que precisam de liquidez diária. Não tem a hora de certa de entrar. O principal é o planejamento”, ressalta Fabio Macedo, diretor comercial da corretora Easynvest.
Renda fixa conservadora: CDB, LCI e LCA pós-fixados
Tudo bem, eu sei o que você está pensando: se a Selic vai continuar baixa no ano que vem, os investimentos mais conservadores, com remuneração atrelada ao CDI, vão estar pagando uma merreca. Como podem estar na lista dos melhores investimentos de 2019?
A verdade é que não importa o que aconteça com os juros, investimentos de baixo risco e alta liquidez sempre deverão fazer parte da sua carteira, independentemente do seu perfil de investidor.
Eles abrigarão a sua reserva de emergência, os recursos voltados para objetivos de curto prazo e aquela grana que você separa para as oportunidades que surgirem ao longo do ano.
Os Certificados de Depósito Bancários (CDB) podem ou não ter liquidez diária. Aqueles que permitem resgate a qualquer momento são indicados para a reserva de emergência.
Já as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) têm uma carência de 90 dias para resgate. Depois disso, elas também podem ou não ter liquidez antes do vencimento. Elas contam com a vantagem de serem isentas de Imposto de Renda.
Com a Selic no chão, procure lançar mão de estratégias para aumentar o rendimento desses papéis. Para as metas de curto prazo, tente casar o prazo do título com a data de realização do objetivo. Ao abrir mão da liquidez diária, você consegue retornos maiores.
Além disso, prefira os CDB, LCI e LCA de bancos de menor porte, pois eles pagam percentuais maiores do CDI do que os papéis emitidos pelos bancos grandes.
Esses títulos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a mesma garantia da poupança. Em caso de quebra do banco emissor do título, o FGC reembolsa os investidores pelo principal e os rendimentos.
Se você respeitar os limites de cobertura, ficará tão seguro quanto em qualquer bancão: R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, num limite global de R$ 1 milhão por CPF, somando-se todas as aplicações cobertas em todas as instituições financeiras.
Letras de Câmbio (LC)
Para quem tem objetivos de médio prazo - tipo uns dois ou três anos - Fabio Macedo, da Easynvest, destaca as Letras de Câmbio (LC).
Já para os prazos mais longos, Macedo considera que as LC prefixadas ou atreladas ao IPCA podem ter taxas bastante interessantes.
As LC são títulos emitidos por financeiras e também contam com a cobertura do FGC. Elas são cada vez mais fáceis de encontrar nas corretoras e distribuidoras de valores e podem pagar rentabilidades realmente formidáveis.
Para prazos de dois anos ou mais, é possível encontrar LC pós-fixados pagando na casa dos 115% ou 120% do CDI. Entre as prefixadas, dá para encontrar papel pagando mais de 9% ao ano.
Debêntures, CRI e CRA
Investidores dispostos a correr um pouco mais de risco para ter uma rentabilidade mais alta que a da renda fixa tradicional podem encontrar boas opções entre títulos de crédito menos conhecidos: as debêntures, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
Diferentemente dos CDB, LCI, LCA e LC, essas aplicações não contam com a cobertura do FGC. Assim, caso o responsável pelos pagamentos não consiga honrar suas obrigações, o investidor pode acabar tomando um calote.
As debêntures são títulos emitidos por empresas para financiar suas atividades. O investidor fica, portanto, exposto ao risco da companhia, o que torna fundamental a escolha de emissores confiáveis e com boa saúde financeira.
Já os CRI e os CRA são certificados emitidos por securitizadoras, que dão ao investidor o direito de receber os pagamentos futuros de financiamentos imobiliários e do agronegócio. Nesse caso, o risco é de os mutuários não honrarem sua dívida.
Outro risco das debêntures, dos CRI e dos CRA é a possibilidade de terem baixa liquidez e prazos longos. Mas, claro, quanto maior o risco do emissor e o prazo do papel, maior também a rentabilidade.
Esses títulos de renda fixa tendem a se proliferar e se tornar mais atrativos justamente quando a taxa básica de juros está baixa.
Em um contexto de estímulo à atividade econômica, os negócios tendem a tomar mais crédito, investir, prosperar e aumentar sua capacidade de honrar dívidas.
Investidores, por sua vez, passam a ter uma visão mais positiva do futuro. Assim, se tornam mais dispostos a investir para o longo prazo e abrir mão de liquidez para obter rentabilidades maiores.
“Estamos em franca recuperação, o que ajuda o balanço das empresas”, diz Marcelo Guterman, da Western Asset, que considera as debêntures de empresas conceituadas como o grande destaque da renda fixa privada em 2019.
Para o especialista da Western, é muito importante diversificar o investimento em debêntures, pois em caso de calote, o investidor pode perder tudo - não é como o investimento em ações, em que você pode perder só uma parte dos recursos.
“Eu sugiro que esse tipo de investimento seja feito por meio de fundos de crédito privado, porque o gestor tem mais expertise para escolher os ativos e é mais fácil diversificar”, explica.
Marcelo Sande, da Genial, destaca os incentivos fiscais com os quais os títulos de crédito podem contar. CRI e CRA têm seus rendimentos isentos de imposto de renda para a pessoa física. Entre as debêntures, aquelas classificadas como incentivadas - que financiam projetos de infraestrutura - também são isentas.
“Estamos apostando muito no crédito privado em 2019”, diz Sande, para quem este mercado deve ver uma boa retomada no próximo ano.
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta
Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, explica por que o Copom não vai antecipar seus próximos passos na reunião de hoje
O executivo, que hoje é chairman da JiveMauá, acredita em um aumento de meio ponto percentual nesta reunião do Copom, sem nenhuma sinalização no comunicado
CDI+5% é realista? Gestores discutem o retorno das debêntures no Brasil e destacam um motivo para o investidor se preocupar com esse mercado
Durante evento, gestores da JiveMauá, da TAG e da Polígono Capital destacam a solidez das empresas brasileiras enquanto emissoras de dívida, mas veem riscos no horizonte
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Bastou Donald Trump sair brevemente dos holofotes para que os mercados financeiros reencontrassem alguma ordem às vésperas da Super Quarta dos bancos centrais
Em viagem à Califórnia, Haddad afirma que vai acelerar desoneração de data centers para aumentar investimentos no Brasil
O ministro da Fazenda ainda deve se encontrar com executivos da Nvidia e da Amazon em busca de capital estrangeiro para o País
Felipe Miranda: Ela é uma vaca, eu sou um touro
Diante da valorização recente, a pergunta verdadeiramente relevante é se apenas antecipamos o rali esperado para o segundo semestre, já tendo esgotado o espaço para a alta, ou se, somada à apreciação do começo de 2025, teremos uma nova pernada até o fim do ano?
Hora de colocar fundos imobiliários de shoppings na carteira? Itaú BBA vê resiliência no segmento e indica os FIIs favoritos
Os FIIs do setor mostram resiliência apesar da alta dos juros, mas seguem descontados na bolsa
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas
Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
Bitcoin vai do inferno ao céu e fecha como melhor investimento de abril; um título de renda fixa se deu bem com a mesma dinâmica
As idas e vindas das decisões do presidente dos EUA, Donald Trump, causaram uma volatilidade além da habitual no mercado financeiro em abril, o que foi muito bom para alguns ativos