CDI+5% é realista? Gestores discutem o retorno das debêntures no Brasil e destacam um motivo para o investidor se preocupar com esse mercado
Durante evento, gestores da JiveMauá, da TAG e da Polígono Capital destacam a solidez das empresas brasileiras enquanto emissoras de dívida, mas veem riscos no horizonte

Há um paradoxo no mercado de crédito privado brasileiro: os fundamentos macroeconômicos estão deteriorados enquanto os fundamentos microeconômicos (das empresas) estão saudáveis.
Esta é a avaliação de Samer Serhan, sócio e CIO de crédito privado e infraestrutura da JiveMauá, em painel na TAG Summit, nesta terça-feira (6).
Segundo Serhan, esse paradoxo é um dos motivos que fazem do crédito privado um dos investimentos que mais cresceram no último ano e continuam crescendo em 2025. Com o cenário macro mais sensível aos juros e inflação, o mercado de capitais se mostra como a melhor saída para as empresas captarem recursos.
E o que as empresas têm mostrado é um balanço financeiro seguro e garantias que permitem a emissão de dívidas com boas condições para o investidor, o intermediário e a própria empresa.
“O micro da empresa é o mais importante na nossa análise. Precisamos entender se a empresa vai estar inteira após quatro anos, se vai gerar alfa [retorno diferenciado] no longo prazo, se tem algum risco adicional, quais são suas garantias. Isso é mais importante do que se a Selic caiu ou aumentou”, diz Serhan.
Para ele, juros e inflação altos são uma realidade posta há meses, e não faz diferença para o investimento de longo prazo se o ciclo terminar em 12% ou 15%. “As empresas já se ajustaram há meses. Os gestores já se ajustaram há meses”, frisou.
Leia Também
O CDI remunerou 12%, em média, nos últimos três anos.
É um retorno alto, mas, para o crédito privado, tem que ser ainda maior. Afinal, por que o investidor vai aumentar o risco da sua carteira com os títulos públicos pagando bem?
É necessário um prêmio adicional.
Com isso, o crédito privado chegou a pagar CDI+7% no acumulado de dois anos desde o evento Americanas, em 2023, que estressou o setor e levou os títulos a pagarem ainda mais.
Mas, os gestores presentes no TAG Summit afirmam que esse não é um parâmetro realista para o longo prazo.
- SAIBA MAIS: Leia também: Mesmo investimentos isentos de Imposto de Renda não escapam da Receita; veja por que eles precisam estar na sua declaração
CDI + quanto é o justo?
CDI + 1,5% é o retorno médio que o setor entregou no acumulado deste ano, segundo a TAG.
O problema é que essa média esconde uma dispersão muito grande. Segundo a TAG, o cenário atual é de algumas empresas pagando CDI + 0,5% e outras pagando CDI + 8%.
Para Edgard Erasmi, CEO da Polígono Capital, o prêmio atrelado ao título tem que ser avaliado de forma individual, não atrelado à Selic.
“O que deve ser avaliado é se o prêmio atende [à relação] risco-retorno daquele investimento. E não se está acima ou abaixo da média histórica em relação ao indexador”, disse, durante o evento. “Hoje, o que se questiona é se a dívida está remunerando bem porque a Selic está muito alta, mas a dívida independe da Selic.”
André Fadul, head de crédito privado na Safra Asset, também ponderou que, um título sem prêmio, só remunerando o CDI, já é um retorno alto no momento, e isso tem um custo para as empresas. Então, no momento de definir o prêmio, é necessário avaliar quanto a companhia vai sacrificar para aumentar a rentabilidade.
Embora as empresas estejam apresentando bons fundamentos, isso não significa que o cenário macro passa despercebido — juros e inflação ainda pressionam margens, geração de caixa e lucro das companhias.
- LEIA TAMBÉM: Criptoativos de renda fixa: tokens de crédito privado oferecem retorno de até CDI+4% ao ano; é seguro investir?
Nova preocupação no horizonte
Serhan afirma que as condições atuais das empresas são melhores do que em crises anteriores, como em 2008 e 2014. Para ele, hoje as companhias possuem mais ativos para vender, se precisarem, e têm mais capacidade de negociação.
O CIO da JiveMauá também acredita que o cenário de juros altos no Brasil é uma realidade com a qual o mercado local já aprendeu a lidar e sabe como navegar nessas águas turbulentas.
O problema atual, na opinião dele, é outro: a desaceleração global.
“O Brasil conseguiu manter um crescimento de 3% nos últimos anos, com juros e inflação altos. A China está em crise, mas segue entregando mais de 5% de crescimento. Os Estados Unidos também mantêm seu crescimento de trilhões. O que causa temor em 2025 é a possibilidade de uma desaceleração global real”, diz.
Ele acredita que o Brasil deve manter um crescimento do PIB de 2% neste ano, mas o mundo diminuir a sua atividade econômica inevitavelmente vai respingar por aqui.
“Entender o tamanho desse impacto nas empresas locais é a fonte de incerteza. No momento, elas estão bem, devem aguentar mais um, dois anos. Mas é a desaceleração global que deve ficar no radar.”
Trump sem o apoio de Elon Musk em 2028? Bilionário diz que vai reduzir gastos com doações para campanhas eleitorais
O CEO da Tesla foi o principal apoiador da campanha eleitoral de Donald Trump em 2024, mas ele avalia que já fez “o suficiente”
Preços dos imóveis residenciais vendidos em São Paulo crescem abaixo da inflação no 1T25; no Rio de Janeiro, preços têm queda forte
Segundo levantamento do Quinto Andar, juros elevados limitam a alta dos preços; veja onde os imóveis foram vendidos mais caro e onde houve maior valorização
Fusão de Petz (PETZ3) e Cobasi deve ser aprovada pelo Cade ainda nesta semana, e ações chegam a subir 6%
Autarquia antitruste considera fusão entre Petz e Cobasi como de baixa concentração do mercado voltados para animais de estimação, segundo site
Ações de educacionais como Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) caem forte após decreto que muda regras da Educação a Distância (EaD)
Cursos de Medicina, Direito e Odontologia só poderão ser ofertados presencialmente; novas exigências podem elevar custos e desafiar instituições privadas
Adiós, turistas: Espanha bloqueia 65 mil Airbnbs, em meio à crise de moradia
Decisão do governo espanhol se encaixa em um contexto de crise de moradia no país e luta contra o turismo de massa
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
BTG Pactual Logística (BTLG11) quer colocar o portfólio do SARE11 na carteira; cotistas são convocados para decidir futuro do FII
Para a aquisição do portfólio completo do fundo imobiliário, o BTLG11 propõe duas possibilidades de pagamento
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Contra avanço dos automáticos, carros manuais tornam-se joias sobre rodas
Eles viraram símbolo de experiência sensorial e conexão com o carro. Conheça quatro cultuados esportivos que te obrigam a trocar de marcha
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
8 maneiras de aumentar a sua restituição do imposto de renda na declaração de IR 2025
Ainda não declarou e deseja engordar a restituição? Siga essas dicas
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Bolão fatura sozinho prêmio acumulado da Lotofácil e participantes quase ficam milionários; Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões hoje
Concurso 3395 da Lotofácil premiou apenas uma aposta, mas teve um total de 7 ganhadores; Quina acumulou e prêmio em jogo subiu para R$ 4 milhões
Felipe Miranda: A bifurcação de 2026
Há uma clara bifurcação em 2026, independentemente de quem for eleito. Se fizermos o ajuste fiscal, então será o cenário bom. E se não fizermos o ajuste nos gastos, o Brasil quebra
3 casos de gripe aviária em aves de subsistência deram negativo, e não há necessidade de reforço no orçamento, diz Fávaro
O Brasil registrou sua primeira infecção de gripe aviária em uma granja comercial na última sexta-feira (19)
Méliuz (CASH3) avalia captar recursos via dívida e oferta de ações de R$ 150 milhões para investir em bitcoin (BTC)
Companhia aprovou, na semana passada, mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
Ibama aprova plano-conceito da Petrobras (PETR4) para viabilizar exploração de petróleo no ‘novo pré-sal’
Aprovação não representa carta branca para Petrobras explorar a Foz do Amazonas, mas atende “requisitos técnicos” para validar a viabilidade do projeto
Bitcoin (BTC) à beira de novo recorde: criptomoeda flerta com US$ 107 mil em meio à reação ao rebaixamento do rating dos EUA
Semana começa agitada para o mercado de criptomoedas, com alta volatilidade. Mas, por enquanto, o saldo é positivo para o bitcoin, e especialistas já enxergam novas máximas
Últimos dias para inscrições na Suzano, Carrefour, Vibra, Embraer e Boticário; confira essas e outras vagas para estágio e trainee
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar até o segundo semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Vai piorar antes de melhorar: Banco do Brasil (BBAS3) está numa pior, e BTG rebaixa recomendação das ações e corta preço-alvo
Para os analistas, o banco está próximo do pico de inadimplência na carteira do agronegócio, mas falta de clareza à frente os levou a pausar a tese para as ações