🔴 JÁ ACERTOU AS CONTAS COM O LEÃO? O PRAZO ESTÁ CHEGANDO AO FIM – BAIXE GUIA GRATUITO E VEJA COMO DECLARAR O IR 2025

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

O PAÍS DA RENDA FIXA

As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR

Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
15 de abril de 2025
14:32 - atualizado às 14:09
Touro, representando a bolsa de valores, sendo esmagado por um símbolo de porcentagem, representando juros ou renda fixa
A bolsa brasileira passa por uma seca de emissões de novas ações; enquanto isso, a renda fixa domina o mercado. Imagem: DallE/ChatGPT

O Brasil é realmente cada vez mais o país da renda fixa. As emissões de títulos dessa classe de ativos totalizaram R$ 142,6 bilhões no primeiro trimestre de 2025, o maior volume da série histórica para o período, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) na última segunda-feira (14).

O valor representa uma alta de 20,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando havia sido batido o recorde anterior para o período, com as emissões de renda fixa que totalizando R$ 118,1 bilhões.

O carro-chefe desse desempenho foram as debêntures, cujas emissões totalizaram R$ 103,08 bilhões no 1T25, patamar recorde para esse tipo de ativo num primeiro trimestre. Trata-se de uma alta de 43% ante o primeiro trimestre de 2024.

Emissões de ações de mal a pior

Esses números chamam ainda mais atenção quando comparados com as emissões de ações no período, que encolheram ainda mais.

As captações na bolsa no primeiro trimestre totalizaram apenas R$ 1,2 bilhão, correspondente a um único follow-on (oferta subsequente de ações), uma queda de 68,4% nas emissões de renda variável na comparação anual.

Vale lembrar que o Brasil vive uma seca de IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) desde 2021, o que significa que todas as emissões de ações desde então dizem respeito a novos papéis emitidos por empresas já abertas em bolsa.

Leia Também

No gráfico a seguir é possível verificar a completa dominância da renda fixa no 1T25 em comparação a primeiros trimestres anteriores:

Preferência pelas debêntures: melhor pedir empréstimo que buscar sócios

O contraste entre os números relativos às debêntures e às ações dá uma dimensão do estado das coisas no mercado de capitais brasileiro.

Diante de uma escalada inflacionária e um descontrole fiscal que levaram a Selic de volta aos dois dígitos, a bolsa brasileira tem vivido maus bocados, agravados pelos juros altos nos Estados Unidos e, mais recentemente, pela guerra tarifária de Donald Trump.

Esse cenário acabou com o "clima" para as companhas brasileiras captarem via emissões de ações ou, no caso das empresas fechadas, vislumbrarem uma abertura de capital na bolsa, dados os preços depreciados dos ativos de renda variável.

As companhias então se voltaram para a captação via emissão de títulos de dívida, como as debêntures (no mercado local) e os bonds (no exterior). Em outras palavras, buscaram empréstimos em vez de sócios.

A estratégia se justifica mesmo com os juros elevados, que encarecem a dívida das empresas. Isso porque a demanda por debêntures por parte dos investidores está elevada, uma vez que boa parte delas são debêntures incentivadas de infraestrutura, isto é, isentas de imposto de renda.

A demanda forte, por sua vez, tem derrubado os spreads — diferença entre o retorno da debênture e o ativo livre de risco, isto é, o título público de mesmo prazo e indexador.

Assim, do ponto de vista do emissor, paga-se apenas pouco mais do que o retorno dos títulos públicos, enquanto do ponto de vista do investidor ainda vale a pena comprar essas debêntures, pois a isenção de IR mantém seu retorno atrativo.

Ainda de acordo com os dados da Anbima, 45% das debêntures emitidas no 1T25 eram incentivadas, um percentual bem maior do que em trimestres anteriores, totalizando R$ 42,2 bilhões.

As participações das pessoas físicas e dos fundos de investimento (cujos cotistas podem ser pessoas físicas) entre os investidores de debêntures, no entanto, caiu no 1T25, em relação aos trimestres anteriores.

Agora elas perdem de longe para os participantes ligados a ofertas, como é o caso dos bancos que as estruturam e se comprometem a comprar uma parte (ou a totalidade) dos papéis.

Apetite por renda fixa até no exterior

Na busca por recursos, as empresas têm se voltado até mesmo para as captações no exterior, por meio da emissão de bonds.

No primeiro trimestre de 2025, as emissões externas de renda fixa, somando-se empresas, bancos e governo, registraram o maior volume para o período desde 2014, totalizando US$ 11,1 bilhões em 12 operações, uma alta de 24,7% na comparação anual. Somente as companhias emitiram US$ 6,4 bilhões lá fora.

Todas as emissões de renda fixa no exterior no primeiro trimestre já representam mais da metade do total emitido em 2024.

Hoje até mesmo o investidor pessoa física tem a possibilidade de investir em bonds de empresas brasileiras ou estrangeiras, pois estes papéis já são oferecidos pelas contas internacionais das plataformas de investimento locais.

Debêntures estão ocupando o espaço dos CRIs e CRAs?

O apetite dos investidores pelas taxas gordas da renda fixa e por ativos isentos de IR não diminuiu, mas está ocorrendo uma mudança no tipo de instrumento utilizado para aproveitar o benefício.

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) têm visto suas emissões diminuírem desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) apertou as regras para a captação por meio desses instrumentos isentos, no primeiro trimestre de 2024.

A menor oferta destes ativos levou a uma migração massiva dos investidores pessoas físicas (e fundos destinados a esse público) para as debêntures incentivadas, o que acabou também contribuindo para aumentar sua emissão e derrubar seus spreads.

O movimento minguante nas emissões de CRIs e CRAs continuou a ser observado no primeiro trimestre de 2025, com uma queda de 50,2% na comparação anual no volume de CRAs, para R$ 5,9 bilhões, e de 32,9% no volume de CRIs, para R$ 11,0 bilhões.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TROCA DE COMANDO

Novo Nordisk (NVO) anuncia troca de CEO após tombo das ações e aumento da pressão na corrida por “novo” Ozempic; entenda a sucessão

16 de maio de 2025 - 16:12

Lars Fruergaard Jørgensen liderou a Novo Nordisk por oito anos e deixará suas funções depois de um período de transição para a nova liderança

BRASIL E CHINA LIDERAM

Emissão de novos créditos de carbono cai 27,5% no primeiro trimestre, mas busca por créditos de maior qualidade quase dobra

16 de maio de 2025 - 15:44

Novo relatório mostra que grandes empresas globais, como Meta e Amazon, continuam investindo na compensação de emissões de gases de efeito estufa

SEU PRÓXIMO DESTINO CULTURAL

Brasil fica de fora das capitais da cultura do mundo em 2025; veja a lista completa 

16 de maio de 2025 - 15:06

Seleção da revista Time Out considera a acessibilidade e a qualidade da oferta cultural, que se expande além de museus e teatros

SEXTOU COM GANHOS

O milagre do bitcoin (BTC): ação da Méliuz (CASH3) dispara 28% e surge entre as maiores altas da bolsa; entenda o movimento

16 de maio de 2025 - 13:05

O salto dos papéis acontece depois que, na quinta-feira (15), a plataforma alterou seu estatuto, tornando-se a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil e da América Latina

COMPRADO EM CRIPTO

Mercado Livre (MELI) volta a comprar bitcoin e aumenta reserva na criptomoeda em 38%

16 de maio de 2025 - 12:34

Em março de 2021, varejista havia informado a compra de US$ 7,8 milhões (R$ 41 milhões) em bitcoin; BTC quase dobrou de valor no período

HORA DE IR ÀS COMPRAS?

Cosan (CSAN3) chega a cair 4% depois do balanço do primeiro trimestre — o que fazer com as ações agora?

16 de maio de 2025 - 12:23

De acordo com o BTG Pactual, olhar o balanço da empresa é uma missão para entender sinais para o futuro — e o que ele guarda aos acionistas

TIO SAM DE FORA

Maior IPO de 2025 deve vir de fabricante chinesa de baterias para carros elétricos e exclui investidores americanos

16 de maio de 2025 - 12:10

Oferta pública de ações da CATL deve arrecadar mais de US$ 4 bilhões; papéis estreiam na bolsa de Hong Kong na terça-feira (20)

GOL SAI, AZUL ENTRA

Azul (AZUL4) avalia soluções para reestruturar dívida, e possibilidades vão de follow-on a recuperação judicial nos EUA, diz site

16 de maio de 2025 - 12:06

A companhia aérea pode seguir o caminho de seus pares nos próximos dias, enquanto vê uma dívida de US$ 10 milhões preste a vencer

APÓS ANOS DE ESPERA…

Marfrig (MRFG3) dispara 20% na B3, impulsionada pela euforia com a fusão com BRF (BRFS3). Vale a pena comprar as ações agora?

16 de maio de 2025 - 11:14

Ontem, as empresas anunciaram um acordo para fundir suas operações, criando a terceira maior gigante global do segmento. Veja o que dizem os analistas

SEXTA-FEIRA MUITO LOUCA

Gripe aviária chegou, China saiu: governo confirma foco no RS e suspensão de exportações — notícia coloca em risco o “efeito MBRF”

16 de maio de 2025 - 11:01

Em meio ao comunicado de fusão entre Marfrig e BRF, os frigoríficos também devem repercutir o caso de gripe aviária nas negociações do dia na bolsa

SANGRIA NA BOLSA

Ações do Banco do Brasil sentem o peso do balanço fraco e tombam mais de 10% na B3. Vale a pena comprar BBAS3 na baixa?

16 de maio de 2025 - 10:34

A avaliação do mercado sobre o resultado foi negativa. Veja o que dizem os analistas

DE VOLTA ÀS ALTURAS?

Adeus, recuperação judicial? Gol (GOLL4) se prepara para deixar o Chapter 11 com financiamento de US$ 1,9 bilhão

16 de maio de 2025 - 10:16

Segundo fato relevante, a captação teve demanda maior do que o projetado, o que possibilitou uma negociação na taxa de juros

QUID PRO QUO

Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento

16 de maio de 2025 - 9:42

Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig

16 de maio de 2025 - 8:47

Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes

TEMPERO DE CASA

O feijão no país do foie gras: por dentro do La Bahianaise, restaurante brasileiro mais hypado de Paris

16 de maio de 2025 - 8:16

Comandado pela chef baiana Mariele Góes, o La Bahianaise é um dos principais pontos de encontro da comunidade brasileira que vive na capital francesa – e serve pratos “para matar a saudade de casa” 

SEM APETITE

Warren Buffett não quer mais o Nubank: Berkshire Hathaway perde o apetite e zera aposta no banco digital 

16 de maio de 2025 - 7:58

Esta não é a primeira vez que o bilionário se desfaz do roxinho: desde novembro do ano passado, o megainvestidor vem diminuindo a posição no Nubank

IR 2025

IR 2025: por que vale a pena deixar para entregar a declaração de imposto de renda na última hora

16 de maio de 2025 - 7:00

Prazo de entrega da declaração de IR 2025 vai de 17 de março a 30 de maio; veja as vantagens de entregar apenas no final

LOTERIAS

Lotofácil tem 28 ganhadores, mas só 3 vão receber valor integral do prêmio; Mega-Sena acumula e promete uma fortuna amanhã

16 de maio de 2025 - 6:09

Concurso 3392 da Lotofácil premiou três apostas individuais e dois bolões; prêmio em jogo na Mega-Sena agora é estimado em R$ 68 milhões

SEXTOU COM O RUY

Você está buscando no lugar errado: como encontrar as próximas ‘pepitas de ouro’ da bolsa

16 de maio de 2025 - 6:03

É justamente quando a competição não existe que conseguimos encontrar ações com grande potencial de valorização

CASAMENTO DE GIGANTES

BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?

15 de maio de 2025 - 20:26

Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar